politica Política Eu resfriado, e haja vitimismo
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  • NoahLoren NoahLoren 20 hours ago 100%

    A cadeira que acabou quebrada.

    E o Pablo Marçal é que abriu caixinha de perguntas no Instagram enquanto estava na ambulância.

    Enfim, a hipocondria.

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  • tiodopave Tio do Pavê Petição pra mudar a instancia de ayom.media pra ayom.top.
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  • NoahLoren NoahLoren 20 hours ago 100%

    Os hetero top finalmente se infiltraram na comunidade?

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  • gratis Grátis! Project Gutenberg
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  • NoahLoren NoahLoren 2 days ago 100%

    Eu nem baixo porque tem a opção de ler online e a formatação do texto é boa o bastante.

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  • anime Anime Recomendação | Ruri Dragon
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  • NoahLoren NoahLoren 2 days ago 100%

    Me lembrou outro mangá no qual uma garota é filha de um kaiju e quando ela fica muito emocionada ela se transforma numa criatura gigantesca muito parecida com o Godzilla - E a mãe dela não avisou ela sobre isso! Por que esses pais de híbridos nas obras de ficção nunca avisam seus filhos a respeito da "herança" deles? Isso é tipo você ter um filho com alguém de outra cultura e não permitir que seu filho aprenda sobre e essa cultura - Além disso eu acho que no mangá da a entender que ela nasceu de um ovo - A mãe dela é humana, portanto um mamífero... Mas eu provavelmente estou exigindo muita lógica de um mangá sobre uma garotinha moe que se transforma num lagarto gigante porque está apaixonada por um carinha.

    Edit: desculpe, vi que a comunidade se chama "Anime".

    Não vejo nenhum problema em fazer publicações sobre mangas aqui também.

    Novels, jogos, manhuas, manhwas e mangas frequentemente dão origem a animes, quando não o contrário.

    Gostei da sua indicação. :)

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  • mastodon Mastodon Recomendação de aplicativo para Android?
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  • NoahLoren NoahLoren 2 days ago 100%

    Moshidon - Sou suspeito para falar, mas é um aplicativo criado por um brasileiro, ele é baseado no Megalodon se não me engano, tem vários temas, suporta múltiplas instâncias e permite rascunhos, suporta formatação de texto usando Markdown, BBCode, HTML etc (dependendo da instâncias).

    Megalodon - Possui as mesmas funções do anterior, com menos temas.

    Tusky - Múltiplas instâncias, tema escuro e claro, a função de rascunhos funciona muito bem.

    Mastodon - Aplicativo oficial, disponível na F-droid, bem básico, não possui a função de rascunho mas suporta múltiplas instâncias.

    Atualmente eu utilizo mais o Moshidon.

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  • politica Política Um bingo do bolsonarismo no Sete de Setembro
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  • NoahLoren NoahLoren 2 days ago 100%

    "Afasta de mim esse cálice".

    Música crítica ao regime cívico-militar no Brasil.

    Num ato convocado por um cara que admira o Ustra.

    Um dos maiores monstros da ditadura, responsável por centenas de torturas e estupros inclusive de mulheres grávidas.

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  • noticias Notícias Ibama flagra fazendeiro colocando fogo na própria terra em Tocantins
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  • NoahLoren NoahLoren 2 days ago 100%

    De novo?

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  • NoahLoren NoahLoren 7 days ago 100%

    Eu não entendo porra nenhuma de tecnologia. Mas acho que isso significa que baniram seu IP. Não sei se tem como você conseguir outro.

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  • tecnologia Tecnologia Homem é preso pelo FBI por usar I.A para criar músicas e bots para ouvir as suas próprias músicas geradas por I.A. O lucro obtido ao longo de 7 anos foi de 10 milhões de dólares.
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    Esse cara é um gênio!

    Ele encontrou um bug no sistema capitalista.

    Deveriam colocar ele num auditório para dar uma palestra sobre empreendedorismo.

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  • batepapo Bate-Papo Previsão do tempo em Cuiabá hoje: Chuva? Sol? Nublado? Não!
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    26% de umidade representam a lacrimosidade dos nossos olhos devido a fumaça.

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  • politica Política Brasil faz reunião do G20 sobre agro "sustentável" em cidade coberta por fumaça - BBC News Brasil
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    "Agronegócio" e "sustentabilidade" são quase exemplos de antônimos.

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  • noticias Notícias Ministro do Esporte diz que bets são "benéficas" - Metro 1
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    Saudade da época em que a coisa mais controversa que o ministro dos esportes falava era que e-sports não são esportes.

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  • tiodopave Tio do Pavê Espero que o Brasil domine o mundo…
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    Igual a nossa moeda.

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  • batepapo Bate-Papo Achei essa foto comparando Maio de 2023 com Setembro de 2024 :/
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    Quando o papai prédio e a mamãe prédio se amam muito eles pedem para a cegonha construir mais alguns prediozinhos.

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  • batepapo Bate-Papo Professor Girafales era casado e vivia caso extraconjugal com Dona Florinda
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  • NoahLoren NoahLoren 1 week ago 100%

    Eu li o livro do Chaves no falecido Le Livros e ele era filho de uma mãe solteira. Ela deixava ele num orfanato enquanto trabalhava. Um dia ela não voltou para busca-lo. Eu não me lembro se ela morreu ou se decidiu abandona-lo. A diretora do orfanato não gostava do Chaves e ele era infeliz vivendo lá. Ao mesmo tempo foi ela que deixou ele ir embora depois que ele disse que estava se sentindo infeliz naquele lugar. Ele morou um tempo na rua antes de chegar na vila. Ele tinha um amigo chamado Vincent - acredito que ele até chega a ser citado em algum episódio da série para televisão - mas ele morreu, devido a uma doença como tuberculose ou a um acidente de carro, não me lembro ao certo.

    O livro é muito triste. A maior parte da história é só o Chaves sofrendo.

    A propósito, uma vez li em algum lugar que o Chaves é chamado de "Chaves do 8" porque na verdade ele vive com uma idosa que mora na casa número 8 da vila. Mas se esconde a maior parte do tempo no barril.

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  • noticias Notícias Alteração nas regras
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  • NoahLoren NoahLoren 2 weeks ago 100%

    Me desculpe - sei que você não estava falando especificamente de ninguém - mas você meio que descreveu meu padrão de postagem por aqui.

    Não vou mais fazer isso. Não sabia que atrapalhava a experiência de outros usuários. Valeu por compartilhar sua opinião.

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  • noticias
    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Audiência pública discute, nesta segunda (9), uso de câmeras corporais na farda de agentes de segurança www.brasildefato.com.br

    A Comissão de Legislação Participativa da Câmara discute, às 15h desta segunda-feira (9), o uso de câmeras corporais nos uniformes de agentes de segurança pública, A audiência pública foi solicitada pelo deputado federal Pastor Henrique Vieira (Psol-RJ), para quem “o debate sobre o uso das câmeras corporais como um elemento de controle e garantia de segurança dos agentes policiais ganhou força no país a partir de 2020”. O parlamentar afirma, no requerimento para a realização da audiência, que “mais de 25 países compartilham essa experiência, não só como uma medida de vigiar aqueles que vigiam, mas também proteger agentes públicos que possuem riscos reais contra sua integridade física”. As câmeras corporais são adotadas em dez estados brasileiros: Bahia, Minas Gerais, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, Rio Grande do Norte e São Paulo. Já no Ceará e Espírito Santo, as câmeras são utilizadas apenas pela Polícia Penal, não pela PM. Há, porém, divergências sobre o uso e especialmente se gravações devem ser contínuas ou não. Em maio deste ano, o Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, assinou a portaria nº 648/2024, com diretrizes e indicações para o uso dos equipamentos. A reunião terá a participação de familiares de vítimas de violência policial, defensores públicos, de um policial militar e de um representante do Ministério dos Direitos Humanos. Também estarão presentes Thallita Lima. doutora em relações internacionais e coordenadora de pesquisa do Panóptico; Carolina Ricardo, do Instituto Sou da Paz; Daniel Edler, pesquisador da Universidade de São Paulo, e Gabriel Sampaio, da Conectas.

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    nordestinos
    Nordestinos NoahLoren 2 weeks ago 100%
    CE: Prefeito de Fortaleza cumpriu cerca de um terço do prometido durante campanha - A Nova Democracia https://anovademocracia.com.br/ce-prefeito-de-fortaleza-cumpriu-cerca-de-um-terco-do-prometido-durante-campanha/

    O prefeito José Sarto (PDT) de Fortaleza, aliado aos tucanos (PSDB) e capacho da oligarquia Ferreira Gomes, cumpriu integralmente apenas 10 das 29 promessas feitas durante campanha e parcialmente outras 14, representando 34% do total, segundo o portal G1. Apesar de ser seu primeiro mandato, Sarto sucedeu seu padrinho político, Roberto Cláudio (PDT), que esteve à frente da prefeitura por oito anos, também sob a benção da oligarquia. De forma caricata o Prefeito chegou a inaugurar (mais de uma vez) um centro cultural no Bairro do Vicente Pinzon, que segue em obras e deve funcionar apenas em 2025. O cenário em Fortaleza reflete uma tendência nacional, em que apenas 39,2% das promessas feitas pelos prefeitos das capitais brasileiras foram cumpridas, evidenciando o descompromisso generalizado com o eleitorado. Muita propaganda e pouca ação: a governança José Sarto Apesar de toda a propaganda do atual prefeito como alguém oriundo da periferia da cidade e de “origem humilde”, a verdade é que Sarto foi médico e deputado estadual por mais de duas décadas. Agora tenta associar sua imagem a jargões periféricos, como “é sal”, e ao uso de adereços como óculos Julieti, de forma desesperada e patética. O repúdio ao prefeito aumentou consideravelmente devido à criação da taxa do lixo, mais um imposto para uma das populações que mais pagam impostos no mundo e que não vê esse dinheiro retornar em serviços básicos. O prefeito alegou que estava seguindo o novo marco legal do saneamento básico. Contudo, em outras capitais do Brasil, o novo marco foi aplicado sem necessariamente, a taxa de lixo ser aplicada em conjunto. Em Fortaleza, o valor dessa taxa subiu mais de 40% no ano de 2024. Tanto a direita bolsonarista, representada por Carmelo Neto, quanto a suposta esquerda institucional, pela vereadora Estrela Barros (Rede), criticaram o uso de 70 milhões em publicidade pela gestão. Embora este dado não tenha sido oficialmente confirmado, é evidente que Sarto tem investido pesado em sua imagem nas redes sociais. Em Fortaleza, uma intensa campanha de boicote à farsa eleitoral ganha força. A figura do Bode Ioiô, eleito vereador na cidade em 1922 como uma crítica satírica do “Ceará Moleque”, ressurge cem anos depois, desta vez como candidato a prefeito. Seu número de contra-campanha, 00, está prestes a ser lançado, simbolizando o histórico rechaço dos fortalezenses contra o que essas eleições representam. Esse movimento evidencia a crescente descrença na legitimidade do processo eleitoral, revelando que a paródia de democracia está agonizando em termos de credibilidade.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Indígenas expulsam Força Nacional de retomada e confiscam fuzil de oficial da Força Nacional - A Nova Democracia https://anovademocracia.com.br/pr-com-paus-e-flechas-indigenas-expulsam-forca-nacional-de-retomada-e-confiscam-fuzil-de-tenente-da-pm/

    Indígenas Avá-Guarani do município de Terra Roxa, no Paraná, derrotaram uma tentativa de expulsão da retomada no latifúndio Fazenda Brilhante movida pela Força Nacional e pela Polícia Militar (PM) no dia 6 de setembro. Em meio ao conflito, um oficial da Força Nacional perdeu o próprio fuzil, que foi confiscado pelos indígenas. Um vídeo, gravado pelo que parecem ser latifundiários que observam o confronto de longe junto de tropas da PM e Força Nacional, registra o momento em que os militares, acuados, são forçados a recuar pelos indígenas, que avançam com flechas e pedras contra o comboio. “Está enfrentando a Força Nacional… apontando flecha, pau. Fazendo os caras recuar, olha”, diz um homem, por trás das câmeras. Ao perceberem a derrota iminente, os militares começaram a disparar contra os Avá-Guarani. “Tá tendo conflito aqui. Força Nacional está atirando contra os indígenas, não tem jeito, olha”, continua a narrar o homem. Nesse momento, os indígenas passam a avançar pelos flancos da estrada e voltam a atacar os militares, que fogem da área dentro das camionetes. O clima segue tenso na região. A Força Nacional está com cerca de sete viaturas nas fronteiras do latifúndio e a PM, duas. Latifundiários também acompanham a situação. Os povos originários da região reivindicam o território do latifúndio desde o dia 5 de julho. Latifundiários já tentaram, por meio dos bandos pistoleiros, expulsar os guerreiros da região, mas fracassaram. Em um dos assaltos, no dia 19/7, os mercenários chegaram a atropelar dois indígenas e incendiar barracos com suprimentos. A Força Nacional está na região há meses, mas não faz nada quanto aos ataques da pistolagem que ocorrem em todo o estado do Paraná. No dia 28 de agosto, indígenas Avá-Guarani da Tekoha Y’Hovy, em Guaraíra, denunciaram ao AND que, apesar da presença das tropas federais no município, pistoleiros atacaram livremente a retomada. Ao menos quatro indígenas foram feridos no ataque. O episódio recente no Paraná faz parte da escalada na luta pela terra por todo o país, já na forma de uma verdadeira guerra civil entre latifundiários e povos do campo. Uma tendência clara nesse fenômeno é a resposta armada dos camponeses, indígenas e quilombolas às ofensivas e assaltos terroristas que sofrem por parte dos latifundiários e bandos pistoleiros. No mês passado, a Liga dos Camponeses Pobres (LCP) reforçou, em um comunicado, a necessidade dos povos do campo “armarem as organizações de autodefesa da luta pela terra na mesma proporção e calibre!“. A organização também convocou “as lideranças camponesas que não dobraram os joelhos, as lideranças de posseiros, os povos indígenas, as organizações quilombolas, as populações atingidas por barragens, por mineração e por cultivos de eucalipto, as massas proletárias e demais trabalhadores da cidade, que cada vez mais lutam em defesa de seus direitos pisoteados, a cerrar fileiras com nosso bravo campesinato, com o caminho da Revolução Agrária.“ Essa matéria foi atualizada no dia 7 de setembro com a informação de que o fuzil apreendido era de um oficial da Força Nacional, e não de um PM, como foi inicialmente divulgado logo após o fato.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Contra a fome, camponeses armados confiscam alimentos de balsa encalhada no Rio Madeira - A Nova Democracia https://anovademocracia.com.br/am-camponeses-confiscam-alimentos-de-balsa-encalhada-no-rio-madeira/

    No dia 05/06, cerca de 100 ribeirinhos de comunidades amazonenses confiscaram mais de 1 tonelada de alimentos de uma balsa encalhada no Rio Madeira, próximo ao município de Manicoré. O caso retrata mais um caso da insatisfação popular perante a fome se traduzindo em ação pelas massas. Segundo as informações divulgadas à imprensa, a balsa em questão era da empresa AC de Oliveira Navegação e Transporte LTDA e havia partido de Rondônia com destino a Manaus, tendo, entretanto, ficado encalhada em um banco de areia nas proximidades do Distrito de Auxiliadora. Nesse momento, os camponeses que moravam na região abordaram a embarcação e confiscaram apenas alimentos, tendo levado itens como fardos de açúcar, caixas de óleo, farinha de trigo, ração e caixas de leite condensado. Segundo os tripulantes, muitos desses camponeses estariam armados. ### **A persistência da fome no Amazonas** Dados divulgados pelo IBGE em 2020, afirmaram que no estado do Amazonas, a fome atinge ao menos cerca de 2,7 milhões de pessoas, deixando o estado na segunda pior posição no país no que diz respeito à insegurança alimentar. Esses dados, entretanto, são frutos de pesquisas realizadas ainda em 2017 e 2018, tendo os pesquisadores sobre o tema estimado que hoje em dia, as condições podem estar ainda piores. Segundo Adjalma Nogueira, um dos divulgadores da pesquisa do IBGE, os dados apresentados desenham uma situação catastrófica no que diz respeito à realidade da população local. “Os números mostram que três em cada dez amazonenses passaram privações em quantidade de alimentos, e em alguns casos, até mesmo a fome. Todos os percentuais da situação de insegurança alimentar do Amazonas são superiores à média nacional e regional. A pesquisa mostra que a região Norte apresenta os piores indicadores do país”, disse. A crise alimentar tem aumentado ainda mais durante os recentes períodos de estiagem e seca, impulsionados pelo avanço do latifúndio na região, a baixa dos rios afetou a renda de milhares de pescadores e pequenos produtores do estado, que permanecem sem contar com qualquer ajuda significativa do velho Estado.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 83%
    Razias israelenses em Jenin e Tulkarem estendem genocídio de palestinos em Gaza à Cisjordânia - Hora do Povo Hora do Povo horadopovo.com.br

    Apesar das tropas genocidas de Netanyahu terem se retirado na sexta-feira, 6, da cidade e do campo de refugiados de Jenin, no norte da Cisjordânia, após 10 dias de invasão com numerosas tropas, tanques e escavadoras blindadas que fizeram dezenas de mortos e destruíram infraestrutura e demoliram casas , os militares israelenses continuam executando ataques diários contra a população palestina. Forças da ocupação e extermínio de Netanyahu abriram fogo contra um carro na aldeia de Kharsa, ao sul da cidade cisjordana de Hebron. Como resultado de mais um crime contra a população palestina, dois jovens ficaram feridos. Testemunhas disseram à agência Wafa que depois de atacarem o carro, as tropas invasoras impediram a chegada de ambulâncias e ainda por cima sequestraram os dois jovens feridos. Segundo a Wafa, a extensão dos ferimentos causados pelo tiroteio não foi revelada. Em paralelo às razias militares, colonos judeus assaltantes de terras palestinas, seguem realizando pogroms diários, como aconteceu neste domingo, 8, no ataque a cidadãos na cidade de El Bireh. Os colonos se reuniram em uma rua de sua vila denominada Beit El (Casa de Deus), construída sobre terras roubadas aos palestinos, e atacaram pedestres e veículos com pedras. Tais práticas vandálicas, assim como as recentes razias ampliam a devastação na região que passam de ocupada a anexada, de forma cada dia mais acelerada, contra todas as resoluções da ONU. É neste contexto que as cidades de Jenin, Tulkarem e Tubas, todas no norte da Cisjordânia, têm sofrido ataques em grande escala executados por tropas de Israel desde 28 de agosto, quando invadiram a região. Os atos assassinos são acompanhados de detenções arbitrárias. Forças especiais secretas e franco-atiradores sitiaram casas na rua Nablus, no bairro de Al-Marah e na cidade de Al-Yamoun, nos arredores de Jenin. Durante as últimas horas de sexta-feira (6) e as primeiras horas deste sábado, pelo menos 16 palestinos foram sequestrados nas províncias de Ramallah, Hebron, Nablus, Jericó e Jerusalém. Os atos de vandalismo de residências e intimidação de familiares foram relatados por moradores entrevistados por informativos a exemplo da agência palestina Wafa. Durante os nove dias anteriores à retirada de Jenin, os ocupantes invadiram as proximidades do Hospital Governamental da cidade e colocaram escavadeiras militares em frente às suas portas para barrar a chegada de ambulâncias com feridos. Além disso, cercaram o edifício do governo municipal, dispararam munições reais e bombas sonoras contra o prédio enquanto os funcionários estavam no interior e depois prenderam vários deles. Desde 28 de Agosto, quando começou a agressão contra estas cidades ao norte da Cisjordânia, as tropas israelenses genocidas assassinaram 39 palestinos, dos quais além dos 21 em Jenin, oito em Tulkarem, sete em Tubas e três em Hebron. Com estes, o número de palestinos mortos pela ocupação nessa região desde 7 de outubro último até à data chega a 699. As prisões em massa já chegam a milhares somente neste período.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    “Mercado” insiste em cortes na Saúde e Educação para alimentar seu esquema “Ponzi” - Hora do Povo Hora do Povo horadopovo.com.br

    Só de juros nos últimos 12 meses foram transferidos R$ 870 bilhões do orçamento público para os bancos. E mesmo assim, como alertou o economista Paulo Kliass, a dívida seguiu crescendo, num esquema criminoso semelhante à pirâmide Ponzi O economista norte-americano Michel Hudson, professor de economia na Universidade do Missouri, no Kansas, já vem chamando a atenção há algum tempo em seus artigos para o fato de que o cassino em que se transformou o mercado financeiro, aprisionando a maioria dos países do mundo, está se tornando, na verdade, num grande esquema “Ponzi”. ### **PIRÂMIDE** O esquema Ponzi é uma operação fraudulenta sofisticada do tipo “pirâmide”, que envolve a promessa de pagamento de rendimentos anormalmente altos (“lucros”) aos aplicadores à custa do dinheiro pago por novos aplicadores. Se parar de entrar, desaba tudo. O nome técnico, “Ponzi”, se refere a um grande golpista, o italiano Charles Ponzi, que criou o esquema anos atrás nos Estados Unidos. É nesse tipo de “pirâmide” que se transformou o sistema da dívida pública no Brasil e em várias partes do mundo. No caso da ciranda com os títulos públicos brasileiros, quem sustenta o “esquema” é a população, através do desvio de recursos do Orçamento Geral para a remuneração desses títulos. Este verdadeiro crime só funciona e se mantém com a retirada crescente e alucinada de recursos do orçamento, da produção, da área social, em suma, do conjunto da sociedade para injetar no buraco negro da especulação. ### **JUROS ALIMENTANDO JUROS** É exatamente isso o que estamos assistindo no Brasil. Só de juros dos títulos nos últimos doze meses até julho foram transferidos R$ 870 bilhões do orçamento público para os bancos. E mesmo assim, como alertou o economista Paulo Kliass, a dívida seguiu crescendo descontroladamente. Com juros nominais, determinados pelo BC, de 10,5%, o país está se endividando cada vez mais só para pagá-los. O Orçamento Geral da União está espremido para garantir que a ciranda continue. E agora o que vemos é uma pressão criminosa do mercado financeiro para reduzir as despesas obrigatórias do governo como garantia de que este esquema não será paralisado. Ou seja, querem retirar dinheiro destinado pela Constituição para a Saúde, Educação, Previdência e salários de servidores para seguir alimentando seu esquema “Ponzi”. Mas, eles não são bobos. Mentem, dizendo que os cortes nas despesas obrigatórias seriam para suprir os recursos para investimentos. Pura falácia. Ele não querem que se toque na taxa alucinada de juros, taxa que vem alimentando os seus superlucros os últimos anos. Foram R$ 4,7 trilhões nos últimos dez anos, segundo a FIESP. Entre juros e amortizações o país está transferindo praticamente metade de seu orçamento aos bancos. A outra metade é dividida para toda a sociedade. As despesas financeiras somam R$ 2,77 trilhões do total do Orçamento União. Destes, R$ 870 bilhões são juros. Na lei orçamentária de 2025, as despesas primárias – tudo menos as financeiras – somam R$ 2,93 trilhões. ### **SOCIEDADE QUE PAGA** Na metade do orçamento destinada à sociedade, as despesas obrigatórias consomem 92% enquanto as despesas discricionárias, onde se encontram as verbas para investimento, ficam com 8% deste total. O montante previsto de investimento para 2025 será de R$ 74,5 bilhões, enquanto só os juros aos bancos consomem mais de dez vezes o valor destinado aos investimentos. Ao invés de aceitarem que o país não aguenta as despesas gigantescas e descontroladas com um dos juros reais mais altos do mundo, os sanguessugas que parasitam a sociedade iniciaram, neste segundo fim de semana de setembro, uma campanha estridente, através de sua mídia, para que o governo reduza as despesas obrigatórias. Ou seja, para que o governo esprema ainda mais a sociedade. Desmontar a máquina pública, fechar hospitais, piorar a Educação Pública e abater aposentados é a “solução” que o “mercado” – leia-se monopólios financeiros – apresenta para manter seu criminoso esquema Ponzi. ### **REDUZIR OS JUROS** Não há menor explicação para que os juros continuem nas alturas como se encontram atualmente. Eles têm que ser reduzidos imediatamente e não subir, como defendem os operadores dos sistema e alguns integrantes do governo. A cada um ponto percentual de redução da dívida, são R$ 40 bilhões que o governo pode economizar para puxar os investimentos. Dizerem que defendem os cortes das despesas obrigatórias para que o país possa investir, como fazem os bancos, é uma grande falácia. Eles querem é seguir ganhando com os juros. Para elevar os investimentos, tanto público como privado, o governo tem que, necessariamente, reduzir as despesas com os juros lunáticos que temos hoje.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    "Colonialismo químico": UE inunda América do Sul com agrotóxicos proibidos em solo europeu - Diálogos do Sul Global dialogosdosul.operamundi.uol.com.br

    O Brasil foi o país que mais consumiu agrotóxicos em 2022, segundo dados levantados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Além disso, o país se notabilizou nos últimos anos por ser o principal importador de pesticidas proibidos na União Europeia (UE). De acordo com o estudo encomendado pela Pesticide Action Network Europe (PAN Europe) — uma coalizão de associações da sociedade civil de países europeus intitulada “Pesticidas da UE, proibição de exportação: quais podem ser as consequências?” —, em 2018, o Brasil foi apontado entre os países em desenvolvimento como o principal importador de pesticidas proibidos na Europa. A investigação mostra que o Brasil importou, na ocasião, 10.080.462 quilos de pesticidas proibidos na UE, o equivalente a 36%. Entre os 18 países que mais fizeram esse tipo de transação, seis são sul-americanos. Na lista, além do Brasil, estão Chile, Peru, Argentina, Colômbia e Equador. “A Europa está enriquecendo às custas dos países sul-americanos. Eu vou dar dois dados muito claros disso. O primeiro é de que, nos últimos dez anos, o uso de agrotóxicos na União Europeia diminuiu cerca de 3% e, no Brasil, no mesmo período, aumentou 78%”, argumenta Larissa Mies Bombardi, professora do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), pesquisadora associada do Centro de Estudos sobre a América, a Ásia e a África (CESSMA) da Universidade de Paris e autora de “Agrotóxicos e colonialismo químico”, publicado em 2023. A professora revela também que a América Latina é o lugar do mundo em que mais cresce o uso de agrotóxicos. “Nos últimos 20 anos, o uso de agrotóxicos na América Latina aumentou 143%”, diz. > “Nenhum outro lugar do mundo aumentou tanto assim o uso de agrotóxicos. A Europa enriquece às custas de países sul-americanos, e o Brasil é o principal deles”, completa. O relatório da PAN Europe mostra que a UE foi a principal exportadora de pesticidas em 2022. Ao todo, 714 mil toneladas de defensivos agrícolas foram exportados em um valor avaliado em 6,6 bilhões de euros (R$ 41,11 bilhões). Desse montante, 81.615 toneladas de 41 pesticidas proibidos foram exportados para uso agrícola em outros países. ### **Nova Lei dos Agrotóxicos ou ‘PL do Veneno’?** O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou, com vetos, no final do ano passado, a Lei nº 14.785/2023, que ficou conhecida como Nova Lei dos Agrotóxicos. A norma é originária do Projeto de Lei nº 1.459/2022, proposto inicialmente pelo então senador Blairo Maggi em 1999 e modificado na Câmara dos Deputados na forma de um substitutivo. Em maio deste ano, o Congresso Nacional derrubou parte dos vetos do chefe do Executivo Federal, e a lei passou a ter vigência. O tema dos agrotóxicos também está diretamente ligado à Reforma Tributária, uma vez que não foram incluídos no Imposto Seletivo pelo governo federal e pela Câmara dos Deputados. Além disso, uma reportagem publicada pelo O Joio e O Trigo, em parceria com a Fiquem Sabendo, mostra que a reforma prevê que os agrotóxicos recebam 60% de descontos no Imposto de Valor Agregado (IVA). Eliane Kay, diretora-executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), entende que a lei, resultante de um projeto de lei que tramitou por mais 20 anos no Congresso Nacional, “foi amplamente debatida com a sociedade civil organizada”. > “O texto aprovado reflete o anseio do setor por uma regulamentação mais moderna sem nenhum prejuízo do rigor técnico e da segurança ao trabalhador rural, à população e ao meio ambiente. O uso de defensivos agrícolas e o sistema regulatório brasileiro são rígidos e seguem os padrões de órgãos internacionais”, diz. Por outro lado, segundo Bombardi, o projeto de lei, que tem recebido a alcunha de PL do Veneno, “rasgou o princípio de precaução que havia na Lei dosAgrotóxicos. A especialista comenta que, enquanto a lei de 1989 diz que se “uma substância tiver indícios de que possa ser cancerígena, de que possa trazer efeitos sobre a formação dos fetos, de que cause problemas hormonais, essa substância pode ser revista e pode vir a ser banida”, enquanto a Nova Lei de Agrotóxicos diz que há determinações se a substância trouxer riscos considerados “inaceitáveis” de câncer. Para ela, a ideia de risco inaceitável pode abrir precedentes do que pode ser ou não considerado aceitável. > “O que é risco inaceitável de câncer? Do que a gente tá falando? Cria-se uma janela jurídica enorme”, argumenta. Além disso, a professora e pesquisadora destaca outra mudança: se antes os ministérios da Saúde, Agricultura e Meio Ambiente tinham equivalência na decisão ou não da aprovação do uso de determinada substância no Brasil, agora, com a nova lei, a competência para registros de pesticidas caberá apenas ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). > “Isso também coloca em risco, obviamente, que substâncias que são nocivas ao meio ambiente, à saúde humana, possam ser aprovadas”, salienta. ### **Lobistas no páreo?** O tema é fruto de discussões entre setores políticos, econômicos e de saúde. Um relatório publicado neste mês pela Fiquem Sabendo — organização sem fins lucrativos especializada no acesso a informações públicas —, mostra que o governo federal, no período de tramitação e aprovação do projeto de lei e da Reforma Tributária, recebeu agentes privados identificados como lobistas, conforme a definição de lobby adotada no relatório. Segundo a investigação, o governo federal teve 752 reuniões com participação de ao menos um lobista ou companhia que defende ou produz agrotóxicos entre 18 de outubro de 2022 e 5 de agosto de 2024. Conforme a própria organização, a análise tem como intuito problematizar “a atuação e influência exercida por lobistas dos agrotóxicos, que integram o setor do agronegócio, nos espaços de poder público entre 2022 e 2024, considerando ainda o embate entre interesses empresariais e a saúde coletiva na elaboração de políticas de controle e redução dos agrotóxicos”. O lobby é “objeto de discussão parlamentar já há muitos anos”, afirma o cientista político e professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) Paulo Roberto Figueira Leal. A Câmara dos Deputados aprovou, em 2022, um projeto de lei que regulamenta as atividades de lobby, mas a proposta está parada no Senado. O projeto, segundo o cientista político, prevê uma série de obrigações, como registro em agenda do encontro com agentes públicos e clareza de identificação de quem os lobistas estão representando. A proposta, entretanto, criou insatisfação em parte do segmento, revela Leal. > “Algumas instituições são favoráveis, outras são contra, mas eu acho que [o que] interessa à sociedade brasileira é: quais são as obrigações no sentido de aumentar a transparência desses instrumentos de pressão sobre o Parlamento que, obviamente, representam riscos”, analisa. ### **Uso de agrotóxicos no Brasil** Dados disponibilizados pelo Mapa ao relatório da Fiquem Sabendo mostram um aumento considerável da aprovação de agrotóxicos em território brasileiro desde 2000. No ano de 2017, foi a primeira vez que o país registrou mais de 400 substâncias autorizadas. Entre 2021 e 2023, 1.769 produtos foram liberados. A diretora-executiva da Sindiveg, Eliane Kay, ressalta que “todo produto utilizado no Brasil foi avaliado pelas autoridades regulatórias nacionais e atende aos requisitos legais vigentes, que são tão rígidos quanto os de qualquer outro país de relevância agrícola mundial”. Ou seja, ao serem avaliados e liberados para comercialização, são passados por uma série de estudos, como “análises toxicológicas e ecotoxicológicas conduzidas sob boas práticas laboratoriais e avaliadas pelas autoridades regulatórias — Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) —, segundo os critérios estabelecidos na legislação”, afirma. Apesar dos processos legais, pesquisadores questionam alguns padrões brasileiros. Citando o livro “Agrotóxicos e colonialismo químico”, Evelize Folly das Chagas, professora associada do Instituto de Biologia da Universidade Federal Fluminense (UFF), destaca que o tebuconazole, proibido na Europa, no Brasil, “é permitido estar presente na água potável em torno de 1.800 vezes mais do que o que está estabelecido na União Europeia”. > “Já foi constatado que ele causa problemas de má formação fetal e no sistema reprodutivo”, argumenta. > “O glifosato, que foi considerado potencialmente cancerígeno para seres humanos em 2015 pela Organização Mundial da Saúde [OMS], a gente autoriza um resíduo dessa substância 5 mil vezes maior na água, na água potável no Brasil do que na União Europeia”, ressalta Bombardi. Quando a nova Lei de Agrotóxicos foi aprovada pelo Senado e seguiu para a sanção do presidente da República, o Instituto Nacional de Câncer(Inca) publicou uma nota em oposição ao projeto, afirmando que o Senado ignorou uma consulta pública na qual 80% dos respondentes votaram contra o projeto de lei. No posicionamento, além de se opor à norma, o Inca ressaltou “os impactos nocivos à saúde humana e ambiental decorrentes da exposição a esse contaminante químico”, afirmando que “em torno de 80 a 85% dos casos de câncer são decorrentes de exposições a agentes químicos, físicos ou biológicos presentes no meio ambiente”. Como cada país segue sua própria legislação, Bombardi afirma que a COP 30 tem um papel central nessas discussões e que ela, enquanto coordenadora da Aliança Internacional de Normas para Pesticidas (IPSA, na sigla em inglês), pretende propor a discussão da necessidade de um marco regulatório internacional para agrotóxicos. “Temos hoje três convenções mundiais para substâncias tóxicas, mas nenhuma delas é diretamente endereçada a agrotóxicos”, argumenta, destacando diferenças entre o que vale para a Europa e o que a Europa acha que vale para o resto do mundo. > “Do mesmo modo que durante o período colonial histórico, na Europa, não era tolerada a escravização de pessoas [atividade econômica rentável nas colônias das Américas], hoje, na Europa, algumas substâncias, como atrazina, que está ligada a diversos tipos de câncer, mal de Parkinson, infertilidade, malformação fetal, são substâncias proibidas na União Europeia há 20 anos, e essas substâncias continuam a ser vendidas pela União Europeia para os países do Sul [Global], e o Brasil é um dos principais consumidores”, finaliza.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Secom ainda inclui sites bolsonaristas em lista de publicidade nucleo.jor.br

    O governo federal investe publicidade digital em sites propagadores de desinformação, games para celular e até mesmo apps de relacionamento, de acordo com lista da Secretaria de Comunicação Social (SECOM) da Presidência obtida via Lei de Acesso à Informação (LAI) pelo Núcleo. Ao todo, são mais de 10,1 mil empresas cadastradas e aptas para receber publicidade do governo federal por diversos meios, como rádio, TV ou jornais. Cerca de 2,6 mil desse total são apps, sites ou plataformas na internet. > 🥷 > A Secom disponibilizou o arquivo com seu cadastro de publicidade em uma lista com mais de 10 mil linhas em formato .pdf, o que dificulta a análise e consulta dos dados. Para extrair informações do documento, a equipe do Núcleo precisou desenvolver um script em python. Você pode consultar o script criado aqui. > Nosso jornalismo precisa de você > Clique aqui, assine por R$10 e receba vantagens exclusivas. **FAKE NEWS**. Entre os sites cadastrados junto à Secom estão o veículo bolsonarista Jornal da Cidade Online, que publicava colunas apócrifas para atacar políticos e magistrados, e o Terra Brasil Notícias, que liderou a disseminação de conteúdos bolsonaristas durante o último governo. O registro, chamado de Midiacad, também inclui uma eclética lista de páginas na internet aptas à publicidade governamental, que vão dos sites Folha Evangélica e Golpel+ ao Guia Gay de São Paulo e o Grindr, um app de encontros focado no público LGBTQIA+. > 📲 > **PLATAFORMAS**. Além do Grindr, outras plataformas e big techs aptas a receberem diretamente publicidade digital do governo federal incluem Google, LinkedIn, Deezer, Kwai, Mercado Livre, Magalu, Meta, Hornet, OLX, Shazam, Spotify e X, entre outros. **JOGUINHOS**. O governo federal também inclui em sua publicidade digital apps de jogos para celular, como Candy Crush e desenvolvedores cujo modelo de negócio é disponibilizar jogos mobile grátis e monetizá-los por meio da exibição de anúncios. Não identificamos bets ou caça-níqueis virtuais nesse rol. **RISCO À IMAGEM**. Em fev.2024, a Secom lançou novos critérios para cadastrar veículos aptos à publicidade digital para "mitigar riscos à imagem das instituições do Poder Executivo Federal decorrentes da publicidade na internet". Segundo a pasta, empresas que violarem normas legais poderão ser suspensas do Midiacad.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Privatização: falta água, jorram lucros - Outras Palavras outraspalavras.net

    Quatro anos após a aprovação da Lei 14.026 de 2020, que alterou o marco legal do saneamento de 2007 (Lei 11.445 de 2007) ao facilitar a entrada do setor privado por meio do enfraquecimento das empresas públicas, o Brasil já registra 321 iniciativas de concessões, privatizações e parcerias público-privadas no setor. A nova lei, aprovada sob a promessa de acelerar a universalização do saneamento com maior participação de empresas privadas, foi justificada pela suposta incapacidade das empresas públicas de atingir essa meta até 2030. No entanto, ao completar quatro anos em julho, os resultados práticos ainda estão longe do esperado. Apesar do aumento da presença de empresas privadas no setor, os avanços na universalização dos serviços permanecem insignificantes. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) revelam que a promessa de melhorar substancialmente o acesso à água e ao esgotamento sanitário não se concretizou para a maioria dos brasileiros. Desde 2019, o atendimento de água no país cresceu apenas 1,3%, enquanto a coleta de esgoto aumentou 2,8%, e o tratamento de esgoto, 5,9%. Mesmo o indicador com a maior evolução, o tratamento de esgoto, ainda está muito distante da meta de universalização prevista para 2033. Mantendo-se o ritmo atual, a universalização completa só seria alcançada em 2070, o que seria 37 anos após o prazo estipulado pela nova lei. Enquanto isso, a população continua aguardando as tão esperadas melhorias, que, até o momento, têm se mostrado mais discurso do que realidade. ### **Impactos na População e Lucros para Corporativismo** Embora a promessa de universalização ainda esteja distante, os grandes grupos empresariais do setor foram os que mais se beneficiaram com as mudanças. Entre as quatro principais empresas de saneamento no Brasil — Aegea, BRK, Equatorial e Iguá Saneamento — todas registraram faturamentos recordes. A BRK, por exemplo, destacou-se com um aumento superior a 15% de receita operacional, enquanto a Iguá Saneamento praticamente dobrou sua receita operacional, alcançando um crescimento de 20% nos lucros. Com lucros bilionários estão a Aegea e a Equatorial, que recentemente arrematou a oferta de 18% ações da Sabesp, tornando-se investidor preferencial na empresa paulista. Os resultados financeiros das cinco gigantes do setor são impressionantes; no entanto, não refletem melhorias proporcionais nos serviços oferecidos à população. Dentre as estratégias adotadas pelas empresas, esses lucros são atribuídos ao aumento das tarifas, com alguns reajustes superiores a 10%, além da incorporação de percentuais relativos à inflação acumulada de anos anteriores. O impacto disso é sentido diretamente pelos consumidores, especialmente aqueles das camadas mais vulneráveis, que enfrentam dificuldade crescente para pagar por um serviço que deveria ser acessível e de qualidade. ### **O Contexto Global e o Neoextrativismo** O processo de privatização do saneamento no Brasil não é um fenômeno isolado, mas parte de uma tendência regional que Maristella Svampa, socióloga argentina, descreve como “neoextrativismo”1. Este conceito refere-se a um modelo sociopolítico contemporâneo caracterizado pela intensa acumulação de capital, baseada na superexploração de recursos naturais em países do Sul Global, destinada à exportação para os países do Norte. No caso do saneamento, não é a água em si que é exportada, mas os lucros gerados por seu uso intensivo e exaustivo — o verdadeiro produto exportado sob essa lógica. Um exemplo claro dessa dinâmica é o caso da Equatorial, uma empresa de saneamento cuja estrutura acionária inclui 35% de investidores estrangeiros. Apesar de ter registrado lucros de 2,8 bilhões de reais em 2023, a Equatorial é a concessionária responsável pelo saneamento no Amapá, a capital com os piores índices de saneamento do Brasil. Isso evidencia o paradoxo do neoextrativismo: altos lucros para investidores, mas serviços de baixa qualidade para a população local. Essa abordagem reflete o imaginário neocolonial dos países ricos, em que o binômio “menos Estado, mais mercado” é apresentado como uma solução universal para os problemas de infraestrutura. A estratégia não é nova no Brasil; desde os anos 1990, políticas neoliberais vêm sendo implementadas sob a justificativa de manter as contas públicas sob controle. Com o tempo, o investimento em serviços públicos é reduzido, levando ao sucateamento da infraestrutura e das companhias estatais, o que, por fim, justifica a transferência desses ativos para a iniciativa privada. Outro ponto em comum entre as quatro gigantes do saneamento no Brasil, é a inserção de todas elas em redes financeiras globais (gráfico 1). Entre os sócios e acionistas dessas corporações estão grandes grupos financeiros transnacionais, fundos de pensão e de investimento, como a canadense Brookfield Asset Management e o fundo de pensão GIC, de Singapura. Essa internacionalização do capital faz com que o saneamento, um serviço essencial, passe a ser visto como uma oportunidade de investimento altamente rentável, em detrimento das necessidades sociais da população brasileira. Investidores enxergam no setor de saneamento uma oportunidade para garantir retornos consistentes a longo prazo. Em relatório recente, a Brookfield Asset Management destacou que o déficit orçamentário enfrentado por governos locais, que dificulta o financiamento necessário para a expansão e melhoria da infraestrutura, torna o setor ainda mais atraente para o capital privado. Além disso, a grande demanda não atendida por serviços de água e esgoto sugere um mercado em expansão com considerável potencial de crescimento. Para a gestora de fundos, o saneamento é associado a fluxos de caixa estáveis e seguros, proteção contra quedas de mercado, diversificação de outras classes de ativos, proteção contra a inflação e uma estratégia eficaz para o equilíbrio das contas a longo prazo. Enquanto isso, a função essencial do serviço, que é garantir o acesso à água e ao saneamento para todos, fica em segundo plano. A presença dessas grandes corporações financeiras globais significa que o foco dessas empresas tende a ser na maximização dos lucros e na geração de dividendos para os acionistas, muitas vezes priorizando o retorno financeiro sobre o investimento em infraestrutura e na melhoria dos serviços. Esse fenômeno levanta preocupações sobre a capacidade de tais empresas atenderem adequadamente às necessidades de saneamento da população brasileira, especialmente nas regiões mais vulneráveis, onde os serviços ainda são precários. A experiência internacional demonstra os perigos potenciais da privatização do saneamento, como exemplificado pela Thames Water, no Reino Unido. Privatizada em 2001 e posteriormente adquirida por um consórcio liderado pela Macquarie Capital Funds em 2006, a empresa tem sido associada a uma série de controvérsias ao longo da última década. Problemas como despejos ilegais de esgoto, deterioração da qualidade da água e aumentos significativos nas tarifas cobradas dos consumidores têm marcado sua gestão. Simultaneamente, a Thames Water tem se destacado por distribuir elevados dividendos a seus acionistas, que receberam, apenas este ano, um montante próximo a 1 bilhão de reais. Esse cenário ilustra os desafios que surgem quando a busca pelo lucro se sobrepõe à prestação de serviços essenciais de qualidade. ### **O Futuro do Saneamento no Brasil** A trajetória dos últimos quatro anos deixa claro que a privatização do saneamento não trouxe os benefícios prometidos à população. Pelo contrário, os resultados indicam um cenário em que as grandes corporações se fortalecem financeiramente, enquanto a universalização do acesso ao saneamento segue distante. A situação exige uma reflexão profunda sobre as políticas públicas adotadas e a necessidade de um modelo mais inclusivo e voltado para o bem-estar social. Alternativas à privatização devem ser consideradas, como o fortalecimento das empresas públicas por meio de uma gestão mais eficiente e a promoção de políticas públicas que priorizem o interesse da população em vez dos lucros corporativos. A crise do saneamento no Brasil não é apenas uma questão de eficiência econômica, mas também de justiça social e direitos humanos. O futuro desse setor crucial depende de decisões políticas que coloquem o bem-estar da população acima dos interesses de mercado.

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    Comunismo NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Atualização sobre a Tempestade Al-Aqsa: dia 337 emdefesadocomunismo.com.br

    Uma operação realizada no domingo (8) por um motorista de caminhão jordaniano matou três agentes de segurança da ocupação perto da fronteira com a Cisjordânia ocupada. O homem que realizou o tiroteio, um motorista de caminhão da Jordânia, chegou ao terminal e abriu fogo contra os guardas de segurança de perto com uma pistola que ele havia escondido, atirando na cabeça deles, antes de ser baleado e morto por guardas de segurança de fronteira. Ele foi identificado pela mídia israelense como Maher al-Jazi, de 39 anos. O membro do Bureau Político do Hamas, Fathi Hammad, referiu-se ao tiroteio como “um grande tapa na cara do sistema de segurança e militar sionista, e evidências conclusivas da fragilidade da entidade sionista em face da vontade dos heróis”. A Frente Popular pela Libertação da Palestina (FPLP) afirmou que a operação “é um golpe determinado contra a segurança sionista e uma mensagem ardente de um jovem jordaniano para os crimes da ocupação”, chamando-a de legítima e heroica. Já a Frente Democrática pela libertação da Palestina (FDLP) disse que a operação transmite uma mensagem que “o Estado de ocupação fascista deve entender”, chamando-o de “um episódio de uma ampla série de reações aos crimes israelenses que não cessarão”. Enquanto isso, durante a reunião semanal do gabinete ministerial sionista, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu culpou o evento por “uma ideologia assassina liderada pelo eixo do mal do Irã”. ### **COMUNICADO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE EM GAZA** Relatório estatístico periódico sobre o número de mártires e feridos devido à agressão sionista na Faixa de Gaza: A ocupação israelense cometeu 3 novos massacres contra famílias em Gaza, resultando em 33 mártires e 145 feridos que chegaram aos hospitais nas últimas 24 horas. Um número considerável de vítimas ainda está sob os escombros e nas ruas, e as equipes de ambulância e defesa civil não conseguem alcançá-las. O total de mártires da agressão israelense subiu para 40.972 e 94.761 feridos desde o 7 de outubro.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Deputado alemão propõe bloquear X para conter radicalização – DW – 09/09/2024 www.dw.com

    O deputado federal alemão Anton Hofreiter afirmou que plataformas precisam ser responsabilizadas e até bloqueadas em caso de inação contra a disseminação de extremismo nas redes e que isso vale para o X do bilionário Elon Musk – cujo serviço foi bloqueado no Brasil por determinação do STF, após a plataforma desrespeitar ordens judiciais. "Temos que impedir a disseminação de conteúdo misantrópico e anticonstitucional na internet", disse o deputado do Partido Verde, em entrevista ao grupo de mídia Funke, publicada no último sábado (07/09). Hofreiter defendeu que as plataformas de mídia social que se recusarem a cumprir a lei sejam responsabilizadas "e bloqueadas, se necessário". "Estado deve tomar medidas duras" A afirmação do político ambientalista foi feita semanas após o atentado a faca executado por um cidadão sírio que seria ligado ao grupo terrorista "Estado Islâmico" e que deixou três mortos no mês passado em Solingen, oeste da Alemanha, e poucos dias após o tiroteio ocorrido semana passada em frente ao Consulado Geral de Israel em Munique, cujo suspeito era um jovem radical islâmico austríaco de 18 anos que foi morto pela polícia. Hofreiter afirmou que um dos maiores problemas ligados ao extremismo é radicalização através da internet. "Precisamos atacar a raiz do problema e impedir a radicalização tanto no espaço digital como na sociedade", acrescentou o político. As falas de Hofreiter provocaram críticas por parte de perfis da ultradireita alemã na rede X. Algumas contas acusaram o político de tentar "censurar" a rede e "impor uma ditadura". O tom das reclamações foi similar ao usado por bolsonaristas no Brasil contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou o bloqueio do X de Musk, bilionário que é alinhado politicamente com diversos membros da cena de extrema direita mundial. No momento o X vem sendo alvo de uma investigação por parte da União Europeia (UE) por suspeita de violação de suas obrigações relativas ao combate à disseminação de conteúdos ilegais e desinformação. O procedimento, aberto em dezembro em 2023, foi a primeira ação aberta contra uma grande plataforma online desde que o bloco implementou a chamada Lei de Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês), em novembro do ano passado. A DSA reforça a responsabilidade das empresas de internet pela moderação dos conteúdos compartilhados em suas plataformas, exigindo que elas se esforcem mais para combater conteúdo ilegal e seus riscos para a segurança pública. ### **Agentes no Telegram** Na entrevista publicada sábado, o deputado Hofreiter, que também é presidente do Comitê de Assuntos Europeus do Parlamento alemão também defendeu o uso de "agentes virtuais" para participar de grupos no serviço de mensagens Telegram, a fim de identificar possíveis criminosos. Em 2022, a ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, chegou a cogitar publicamente a possibilidade de bloquear o Telegram no país após a plataforma, que oficialmente tem sede em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, ter ignorado várias tentativas de contato por parte das autoridades do país europeu. À época, o Telegram foi acusado rotineiramente por autoridades alemãs de não se adaptar às exigências da Netzwerkdurchsetzungsgesetz, ou NetzDG (Lei de Fiscalização da Rede, em tradução livre), que regula o combate à propagação de conteúdo extremista nas redes sociais e aplicativos de mensagens. Criada em 2017, a lei estabelece a obrigação da remoção de conteúdos "claramente ilegais" em até 24 horas, a previsão de multas de até 50 milhões de euros em caso de descumprimento e a instituição de canais de denúncia. O texto mira especialmente redes sociais com mais de 2 milhões de usuários na Alemanha. Em 2021, uma emenda foi adicionada à lei, obrigando as redes a reportarem conteúdo ilegais específicos para a polícia federal alemã, como crimes contra o Estado democrático de direito e à ordem pública e pornografia infantil.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 85%
    França x Telegram - Bastidores e Geopolítica outraspalavras.net

    Pavel Durov, criador e proprietário do Telegram, a terceira rede de mensagens mais importante do mundo, atrás apenas do Whatsapp e do Facebook Messenger (ambos da Meta), terá de depositar uma caução de cinco milhões de euros, comparecer duas vezes por semana na delegacia e está proibido de sair do território francês. Com as medidas de precaução tomadas em 28 de agosto, chega ao fim um episódio iniciado no dia 24. Seu caso é inédito até agora, já que ele é o primeiro magnata da economia da atenção a enfrentar um julgamento criminal pela atividade realizada na plataforma que dirige. As autoridades francesas emitiram o mandado de prisão em março passado, embora só na sua chegada a Paris é que Durov foi detido e os motivos concretos da denúncia foram revelados. Segundo o site Politico, além do mandado de prisão contra Pavel Durov, a face visível do Telegram, também foi emitido um mandado contra seu irmão Nikolai, considerado o cérebro tecnológico da empresa. Durov, que foi detido no sábado, 24 de agosto, no aeroporto Le Bourget, em Paris, quando o seu avião privado aterrissou vindo do Azerbaijão, nasceu na Rússia há 39 anos. O magnata mora desde 2013 nos Emirados Árabes Unidos, país para o qual tem passaporte, além de nacionalidade do paraíso fiscal de São Cristóvão e Névis, tal como seu irmão Nikolai. Pavel Durov também possui passaporte francês, conforme publicado pelo Le Monde, resultado de um processo express de nacionalização realizado em 2021 através de um “procedimento excepcional e altamente político” destinado a VIPs. Com o passar dos dias, as informações sobre as causas da sua prisão tornaram-se mais refinadas. A ação judicial se deve à falta de cooperação do Telegram na identificação de um determinado usuário, suspeito de ter cometido crimes de abuso sexual contra menores. As acusações específicas limitaram-se a “cumplicidade no crime de disponibilização sem motivo legítimo de programa ou dados destinados à distribuição organizada de imagens de menores que apresentam pornografia infantil e tráfico de drogas”. Não há indícios, aponta o processo, de que os Durov estejam envolvidos em atividades criminosas, mas o Telegram é acusado de ter se recusado a entregar dados de “arquivos sujos” e de ter uma política de laissez-faire, deixando as coisas passarem sem moderação de conteúdo ou cooperação com as autoridades. A Procuradoria de Paris detalhou as doze acusações pelas quais Durov foi interrogado, podendo enfrentar uma pena de dez anos de prisão e uma multa de 750 mil euros. Mas, no atual contexto internacional, a prisão de Durov foi mais um episódio de desestabilização política e, como tal, gerou um problema diplomático para a França. A prisão de Durov só pode ser comparada com a prisão de Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei, que esteve detida durante três anos sob acusações de fraude no contexto da batalha pela expansão da tecnologia 5G. Neste caso, não é a infraestrutura que está em disputa, mas sim os aplicativos de mensagens, área em que o Telegram se expandiu geometricamente desde a sua fundação em 2013. Hoje ultrapassa os 900 milhões de usuários em todo o mundo e caminha para o bilhão. “Como apontado pelas autoridades francesas, gigantes como Meta ou X estabeleceram fluxos regulares de informações com agências governamentais — o caso dos aplicativos da China é semelhante — e a mensagem enviada com essa detenção é que o Telegram não pode continuar operando como tem operado até agora”. Especificamente, é rejeitada a recusa da empresa “em comunicar, a pedido das autoridades autorizadas, as informações ou documentos necessários à execução e exploração das intercepções autorizadas por lei”. A operação insere-se numa dinâmica de bloco e o que no passado apenas implicava algumas advertências verbais, hoje adquiriu maior significado. A origem russa de Durov, o fato de o Telegram ser uma rede-chave na guerra da Ucrânia, usada tanto pelos exércitos russo como ucraniano, e a revelação de que neste mesmo ano esta rede foi usada para revelar dados sobre alguns dos militares israelenses responsáveis pela campanha de extermínio em Gaza, influenciam um caso que transcende fronteiras e que antecipa uma fase diferente na questão da moderação de conteúdos, comentários e contas na internet. Os meios de comunicação ocidentais do establishment apontam a aparente melhora nas relações entre o criador do Telegram e o Kremlin — e, a partir da Rússia, os duplos padrões do Ocidente em relação à liberdade de expressão são criticados sem mostrar qualquer preocupação transcendental por Durov, para os propósitos de um cidadão francês. O ex-presidente russo, Dmitry Medvedev, criticou o magnata por considerá-lo ingênuo por não ter se associado ao governo de Putin no passado, e aproveitou o caso para usar a carta da russofobia: “[Durov] calculou mal. Para os nossos inimigos comuns, ele continua a ser russo, imprevisível e perigoso, de sangue diferente.” Mesmo assim, a Rússia solicitou que fosse prestada assistência consular ao detido, tal como também o fez o governo dos Emirados Árabes Unidos, país onde o Telegram está sediado e onde vive o próprio magnata. O presidente da República Francesa apressou-se na segunda-feira a distanciar-se da decisão judicial e garantiu que não se tratava de uma operação política. A ação do sistema de justiça francês é, em qualquer caso, consistente com a narrativa promovida pelos Estados Unidos durante anos, de que o aplicativo Telegram é a “favorito dos terroristas”. Este é um debate entre privacidade e “segurança”, do qual o próprio Durov teve que se afastar no passado, transformando-se em alguém que afirmava que “a privacidade, em última análise, e o nosso direito à privacidade são mais importantes do que o nosso medo de que coisas ruins aconteçam, como o terrorismo” para se adaptarem, como exigem as normas europeias, a determinados níveis de regulamentação. A empresa de Durov não mudou de posição oficial de que o Telegram cumpre os padrões internacionais, incluindo o Regulamento de Serviços Digitais (DSA) implementado pela Comissão Europeia. O objetivo do Telegram é ampliar o debate sobre liberdade de expressão e, para isso, Durov recebeu apoio online do dono do X, Elon Musk. Nesse sentido, os apoiadores de Durov se mobilizaram sob o símbolo de um cachorro com capuz, adotado pelo milionário desde sua passagem pela Rússia. O Liberation relatou uma série de ataques realizados por hackers em diferentes portais de instituições francesas, aparentemente coordenados sob os títulos #freedurov e #opDurov O interesse por parte da justiça francesa é que o Telegram permita que sejam abertas as famosas “portas dos fundos” das comunicações para a investigação de crimes. Especialistas em direitos digitais esclarecem que, sob o argumento de persecução destes crimes, a abertura destas informações pode resultar em técnicas de controle social e individual. “Um direito humano é a privacidade. Se algum governo abrir uma porta dos fundos, o que aconteceria se esse governo fosse um governo autoritário? Essa porta dos fundos não afetaria também os cidadãos?”, apontou Eric Iriarte, advogado especializado em direito digital, à estação de rádio francesa RFI. A ferramenta mais utilizada do Telegram não é totalmente “segura” na medida em que os chats não são criptografados end to end, ou de ponta a ponta (E2EE, na sigla em inglês); os chats secretos são, embora não sejam um tipo de mensagens muito conhecida por seus usuários. Desta forma, a grande maioria dos chats do aplicativo não são E2EE e estão, portanto, acessíveis nos servidores. No entanto, como o próprio aplicativo explica, quando se trata de chats na nuvem, todos os dados são armazenados fortemente criptografados e as chaves de criptografia em cada caso são armazenadas em vários outros data centers em diferentes jurisdições. Dessa forma, engenheiros locais ou invasores físicos não poderão acessar os dados do usuário. Isso torna a ferramenta uma rede não particularmente segura – apesar de Durov promover que ela é. Sobre as acusações de disseminação de conteúdo criminoso em chats, especialistas refutam que a ferramenta não possui algoritmo de disseminação de conteúdo, nem o conteúdo é indexado, o que significa que a plataforma não deveria ser obrigada a moderação. Tal como Musk ou Andrew Tate, outros “criptobros” [fanáticos pelas criptomoeadas] que defendem a liberdade de expressão sem limites aparentes, Durov foi indiciado num caso que ameaça a sua liberdade pessoal ou, pelo menos, o que ele tinha em mente quando fundou o Telegram. Até agora, 31 países haviam banido completamente o aplicativo e outros, como a Noruega, estabeleceram medidas de restrição – ministros não podem usá-lo – mas elas não haviam sido tomadas diretamente contra Durov, outro ‘mano’ que se veste de preto, faz dietas e burpees, baseia seu senso de humor ao rir de pessoas menos ricas que ele, promoveu uma criptomoeda (toncoin) e reclama da migração e dos subsídios sociais que os parisienses recebem. ### **A ascensão do Telegram em meio mundo** Fundado em 2013 por Durov e seu irmão Nikolai, também programador e matemático, o Telegram se estabeleceu como a rede mais utilizada em dez países – incluindo a Ucrânia, mas não a Rússia, onde o WhatsApp continua sendo o serviço de mensagens mais utilizado. A ferramenta foi criada no contexto das revelações de Edward Snowden sobre o papel do Vale do Silício na transferência de informações para a Agência de Segurança Nacional (NSA). O modelo de atuação seguia a filosofia de seu proprietário: apenas cinquenta pessoas empregadas, num sistema de nomadismo digital que as levava a diversas cidades do mundo e quase sem equipamentos para moderação de canais. O prestígio do Telegram, no entanto, vem crescendo como ferramenta comumente utilizada entre os líderes globais e pela capacidade de alcance de seus canais, que ganharam especial destaque tanto desde a invasão russa da Ucrânia que abriu a segunda fase da guerra no leste em fevereiro de 2024, tal como desde os ataques de 7 de outubro em Israel e o início da campanha de extermínio ordenada pelo regime de Benjamin Netanyahu. Na Alemanha, o governo federal falou publicamente em emitir sanções, inclusive considerando o fechamento do Telegram, por ser um veículo de disseminação de teorias da conspiração e do crescimento de movimentos negacionistas da covid-19. Na Espanha, o juiz do Tribunal Nacional teve de recuar este ano na sua primeira tentativa de bloquear o Telegram por um crime de violação reiterada dos direitos de propriedade intelectual dos proprietários de alguns canais. Pedraz, o juiz, finalmente considerou a medida “excessiva”. Apesar da reputação do Telegram de ser um canal de comunicação mais seguro do que o seu concorrente estadunidense, a empresa de Durov esteve envolvida em vários episódios de fechamento de canais alinhados com os interesses das principais potências. Em 2015, na sequência dos ataques na Sala Bataclan e arredores, em Paris, a gestão do Telegram anunciou que tinha fechado 78 canais públicos utilizados pelo Estado Islâmico (Daesh). Em 2021, e após o assalto ao Congresso em 6 de janeiro, a empresa sediada em Dubai decidiu encerrar quinze canais de grupos de supremacia branca. Mais tarde, o Telegram cooperou com as autoridades russas para retirar dos seus serviços o sistema de votação “anti-Putin” desenvolvido pela comitiva do opositor Alexei Navalny, tendo em vista as eleições legislativas na Rússia em 2021. Nessa ocasião, porém, os gigantes do Vale do Silício, Google e a Apple, também retiraram o pedido, que se baseava na recomendação dos candidatos com maior probabilidade de derrotar o governo russo em cada distrito. Do lado do Telegram, é apontado que “não é verdade que o Telegram tenha ‘cooperado’ com as autoridades russas ao remover temporariamente o acesso ao bot vinculado a Navalny. O Telegram teve que tomar esta decisão a pedido da Apple e do Google, para evitar ser retirado de suas respectivas lojas. O bot voltou a funcionar em poucos dias e permanece acessível até hoje.” ### **Histórias de russos e americanos** O Telegram não deixou de ser notícia pelo seu papel ambíguo ao longo dos seus onze anos de vida. No Ocidente, foi celebrado o seu papel na organização dos opositores durante os protestos na Bielorrússia no início desta década. No caso da Ucrânia, Durov foi celebrado como corajoso por se recusar a fornecer dados sobre cidadãos ucranianos do VKontakte às autoridades russas do FSB. VKontakte, o equivalente russo do Facebook, foi a primeira plataforma criada pelos Durov, que se livraram deles em 2014 devido a esse episódio, ocorrido durante os protestos na Praça Maidan que provocaram a mudança de tendência política na Ucrânia. Hoje ainda existe o VKontakte, controlado por agentes próximos do governo. Foi depois desse episódio que Durov decidiu se exilar e lançar o Telegram com o dinheiro da venda da plataforma e sua fortuna pessoal – estimada em US$ 15,5 bilhões pela Forbes – obtida em grande parte graças à sua criptomoeda. Em 2018, a Rússia bloqueou o acesso ao Telegram por ordem de um tribunal de Moscou, num caso relacionado com o ataque de 3 de abril do ano anterior no metro de São Petersburgo, atribuído ao Estado Islâmico. O bloqueio, que foi parcialmente contornado pelos usuários do aplicativo, durou até 2020, ano em que as autoridades russas utilizaram a ferramenta em medidas de saúde pública relacionadas à pandemia. Desde 2020, e desde a proibição da candidatura de Navalny, considera-se que a relação de Durov com o Kremlin melhorou. Esta semana, após a sua detenção, especulou-se que o CEO do Telegram teria se reunido com agentes do governo russo no Azerbaijão e tentado fazê-lo, sem sucesso, com Putin. Informações de um portal anti-Putin refletiam que, exceto no período de 2018 a 2020, Durov continuou viajando do seu exílio para a Rússia. E, desde o início da segunda fase da guerra da Ucrânia, em fevereiro de 2022, o Telegram tornou-se uma fonte indispensável em ambos os lados da fronteira. Na Ucrânia, o canal DeepState, com mais de 785 mil seguidores, tem sido uma fonte fundamental de informação sobre o andamento da guerra. Na Rússia, o canal Rybar (1,3 milhão de seguidores) desempenha um papel semelhante. Além disso, os meios de comunicação ocidentais reconhecem o papel que o Telegram desempenhou na organização dos opositores ao regime de Putin e na guerra na Ucrânia. O fato é que, segundo o centro independente Levada, considerado hostil ao governo, uma em cada duas pessoas na Rússia utiliza o Telegram. Talvez, por isso, o aplicativo atingiu seu auge em termos de difusão quando foi utilizado pelo chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny V. Prigozhin, para realizar sua marcha sobre Moscou em junho de 2023. O representante do “Estado Privado” da Rússia, Yevgeny Prigozhin, tornou-se um “traidor” após a marcha do seu exército para Moscou. O Ocidente e o governo ucraniano apontam Putin como possivelmente responsável pelo acidente que lhe custou a vida. Para Durov, as suas ligações com a Rússia devem-se a teorias da conspiração, embora deva ser notado que o fundador do Telegram tem sido negligente no seu julgamento sobre a conspiração como argumento para defender a política de laissez-faire da sua plataforma: “O que ontem foi considerado uma conspiração a teoria pode se tornar a visão oficial hoje. E como plataforma, você nem sempre conseguirá acompanhar as mudanças.” O fato é que a sua prisão deu origem a novas teorias, que sugerem que Durov queria ser detido para se proteger da retaliação russa. Sugere-se que a tentativa fracassada de ver Putin no Azerbaijão seja o motivo oculto por trás do desembarque em Paris, onde havia um mandado de prisão pendente contra ele. O debate entre o governo de Putin gira em torno de se é seguro continuar usando o Telegram, uma vez que o proprietário da empresa permanece sob vigilância na França, sob ameaça de prisão, caso não coopere. O canal Rybar explicou que a prisão de Durov deverá implicar mudanças nos sistemas de comunicação do setor público e do exército russo e avançou num dos seus postos aqueles que ganharam com a prisão do magnata, que foi lembrado, em termos semelhantes aos usados por Dmitry Medvedev, que não pode ser equidistante na luta entre os Estados Unidos e a Rússia.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Assédio: Artistas negros se manifestam sobre denúncias e demissão de Silvio Almeida iclnoticias.com.br

    As denúncias de assédio sexual e a demissão de Silvio Almeida do comando do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) levaram artistas negros a se manifestarem nas redes sociais. Lázaro Ramos, Taís Araújo, Camila Pitanga e Edvana Carvalho foram algumas das personalidades que lamentaram publicamente te os prejuízos que o episódio causa às causas do feminismo e antirracismo. Também se solidarizaram com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que disse ter sido uma das assediadas. O apoio a Anielle foi o principal foco da atriz Camila Pitanga. “Como mulher e mulher preta, quero expressar meu profundo apoio e carinho à @aniellefranco, uma mulher de luta que eu admiro muito. Ela, e todas as mulheres que ousam falar sobre casos de assédio, têm toda a minha solidariedade”, escreveu. Edvana Carvalho, que interpretou a personagem Inácia, na novela Renascer, se manifestou no Instagram: ” Chocada com as revelações de ontem onde o machismo estrutural é capaz de ser maior do que a luta de todos contra o retrocesso”. ### **Lázaro se solidariza com Anielle, que confirmou assédio** O ator Lázaro Ramos fez uma longa postagem, expressando a solidariedade à ministra. “Precisamos de rigorosa apuração e justiça. E em primeiro lugar, quero deixar meu apoio total e irrestrito à ministra Anielle Franco e a todas as mulheres que tiveram a coragem de expor uma denúncia de assédio sexual”, escreveu. Lázaro comentou também o prejuízo às lutas por conquista de direitos da sociedade civil. “Em 24 horas, retrocedemos alguns anos. Vivemos um capítulo triste e devastador na luta pelo direito das mulheres, na luta antirracista, no campo político e na luta dos direitos humanos”, lamentou. ### **Lázaro Ramos** Tais Araújo foi outra a repudiar o acontecido. “Essa história não deveria acontecer. E ela é diretamente sobre nós, sobre mulheres, sobre mulheres negras. Quando uma violência é sofrida por uma mulher, todas sofre. Mas quando isso acontece com a nossa comunidade da maneira como aconteceu nas últimas 24 horas é um soco na alma”, escreveu, no Instagram.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Homem que não aceitava o divórcio mata a mulher e os próprios filhos de 2 e 4 anos em Santa Catarina www.pragmatismopolitico.com.br

    Uma mulher de 34 anos e seus dois filhos de 2 e 4 anos de idade foram encontrados carbonizados em um carro no bairro Dalbérgia, em Ibirama, no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, nesta quinta-feira (29). O autor do crime é Gilson Haskel, marido da vítima e pai das crianças. Ele foi preso em Cascavel, no Paraná, quando tentava fugir para o Paraguai. À PM, ele disse que “foi motivado pelas dívidas acumuladas pelo casal e pela intenção da esposa de se divorciar.” Nas redes sociais, Gilson (38 anos) tinha um perfil compartilhado com a esposa, que estava desaparecida desde a última terça. A delegada Elisabete da Cruz Pardo, à frente do caso, confirmou que o homem também era pai das crianças. Edinéia Telles (vítima) e os filhos estavam desaparecidos desde terça-feira (27). Familiares chegaram a compartilhar nas redes sociais pedidos de ajuda para encontrá-los. A Polícia segue investigando o caso para saber como as vítimas morreram. O assassino disse que usou duas armas de fogo para cometer os crimes, mas não esclareceu se as vítimas estavam vivas quando incendiou o carro.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Empresário que enterrou corpo de adolescente de 16 anos é solto após pagar fiança de R$ 15 mil www.pragmatismopolitico.com.br

    O empresário Gleison Luís Menegildo pagou uma fiança de R$ 15 mil para sair da prisão em Nova Granada (SP). Ele foi detido na terça-feira (27/8) por participação na morte da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, que estava desaparecida desde dezembro de 2023. Em depoimento à polícia, Gleison afirmou ter conhecido a vítima por meio de um aplicativo de relacionamento há cerca de um ano e meio. De acordo com o delegado Ericson Sales Abufares, em entrevista à TV TEM, o empresário relatou que, após um novo encontro para uma entrevista de estágio, a adolescente teria iniciado o consumo de drogas na presença dele. Segundo o policial, Gleison disse que retornou e encontrou Giovana passando mal após usar cocaína. Em desespero, ele teria, então, decidido levar o corpo da adolescente para o sítio, em Nova Granada, no interior de São Paulo, e o enterrado com a ajuda do caseiro Cleber Danilo Partezani. Ele confessou à Polícia Civil de São Paulo que ocultou o corpo de Giovana. A confissão deu-lhe o direito de sair da cadeia mediante pagamento dos R$ 15 mil. Além de Gleison, o caseiro Cleber Danilo Partezani também foi preso e saiu da cadeia após confessar participação na ocultação do cadáver da adolescente e desembolsar R$ 7 mil. ### **Quem era a vítima** Segundo a mãe, Giovana Pereira era uma menina inteligente e muito dedicada. Patrícia Alessandra Pereira contou que a filha aprendeu a falar inglês sozinha e tinha o sonho de fazer um intercâmbio para o Canadá. “Ele conquistava todo mundo, era extrovertida e muito decidida a realizar os seus sonhos”, diz a mãe. Giovana era a sua melhor amiga, lembrou Patrícia. “A gente dormia fazendo carinho uma na outra, assistíamos a séries juntas, com brigadeiro e pipoca”. Mãe afirmou que a menina concluiu o ensino médio, sempre estudou em bons colégios e queria ter o próprio dinheiro. “Ela sempre falou que queria trabalhar, mas eu dizia que não tinha necessidade, meus filhos sempre tiveram o que precisavam”, diz Patrícia ao detalhar que a condição financeira da família era boa. Patrícia tem dúvidas sobre a versão do empresário. “Eu não tinha conhecimento de que ela estava pedindo um estágio a ele. “Tenho dúvida se não foi ele que falou para ela ir ao local levar o currículo. É muito fácil jogar a culpa e toda responsabilidade para a minha filha, de que ela foi lá, que ela usou droga, que ficou beijando os homens, que estava com roupas inapropriadas, sendo que estava de calça jeans, camiseta e tênis. Estão culpando a única pessoa que sabe o que aconteceu e não pode dizer”, lamentou. ### **Troca de mensagens** Uma troca de mensagens ocorreu em maio de 2023. Patrícia Alessandra Pereira contou que mexeu no celular da filha e viu o conteúdo da conversa com Gleison. Segundo a mãe, na ocasião, Giovana admitiu que havia se relacionado com o empresário. “Ela disse que se relacionava com ele, que os dois tiveram uma relação e que ele ofereceu ajuda financeira para ela. Falei que ela não precisava disso. Ela me disse que não teria mais encontrado com ele”, explicou Patrícia. Último contato de Giovana com a mãe foi no dia 20 de dezembro de 2023, um dia antes de desaparecer. “Conversei normalmente com ela no dia 20 de dezembro, mas no dia 21 ela não me mandou mensagem. Achei estranho porque a gente conversava muito. No dia 22, ela continuava sem me atender, e o seu celular já não recebia mensagens”, contou a mãe. A mãe teme que a influência do empresário na região possa comprometer as investigações. “A lei não é para todos?. Vou continuar acompanhando de perto os passos da polícia. Ele destruiu a minha família, matou todos os sonhos dela”, finalizou Patrícia. ### **Caseiro diz que recebeu ordens do patrão** Caseiro do sítio indicou onde a jovem estava enterrada e confessou à PM que ajudou a abrir cova. Conforme o boletim de ocorrência, Cleber Danilo Partezani explicou que no dia 21 de dezembro de 2023 o patrão teria aparecido no sítio e pedido que ele abrisse um buraco em determinado local da propriedade. O empresário, segundo versão do caseiro, pediu segredo e admitiu que iria enterrar um corpo humano. O patrão, porém, não teria informado se seria uma mulher ou homem, e teria retornado à propriedade em outros momentos para praticar tiro. Foi solicitada perícia ao local e exames no Instituto Médico Legal. O caso foi registrado como morte suspeita, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e posse irregular de arma de fogo de uso permitido na Delegacia de Nova Granada.

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    noticias Notícias Caramelo dos felinos? Conheça a única raça brasileira de gatos e entenda por que ela é confundida com 'vira-latas'
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  • NoahLoren NoahLoren 2 weeks ago 100%

    Concordo completamente com você! Se o mesmo processo fosse feito utilizando seres humanos as pessoas achariam isso algo muito perturbador. Compartilhei a notícia por considera-la uma curiosidade interessante porque eu não sabia que existia uma raça de gato brasileira. Ela foi publicada no G1, defesa de direitos humanos e animais não são exatamente a linha editorial deles. Fico feliz que alguém tenha percebido a problemática na declaração final da matéria e se manifestado a respeito dela. :)

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    No Brasil, 71,7% dos mortos por policiais em 2023 eram crianças, adolescentes ou jovens www.brasildefatoba.com.br

    De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2023 a polícia foi responsável pela morte de 6.393 pessoas em todo o país. Destas, 71,7% eram crianças, adolescentes ou jovens com até 29 anos, sendo 82% negras. Nesta quinta-feira (22), a Plataforma de Direitos Humanos - Dhesca Brasil lança em Salvador um relatório que buscou medir os impactos dessa letalidade policial nas infâncias negras da Bahia e do Rio de Janeiro, estados com maiores índices de letalidade policial no país já há alguns anos. De acordo com o documento, de 2015 a 2022, os indicadores de letalidade policial na Bahia quadruplicaram. Segundo monitoramento do Instituto Fogo Cruzado fornecido à Plataforma Dhesca, em média, quatro pessoas foram baleadas por dia em Salvador e região metropolitana somente em 2023. Sendo que 34% dos tiroteios ocorreram durante ações policiais. “[O relatório] diz respeito a um cenário de genocídio, um fenômeno que coloca o Brasil no mapa de violações gravíssimas de direitos humanos. E temos um recorte assustador de como essa violência tem impactado as crianças que não estão seguras nos territórios onde moram, dentro de casa, a caminho da escola...”, destaca Iara Moura, integrante da Plataforma Dhesca e uma das relatoras do documento. Um dos objetivos é que relatório sirva de ferramenta de fortalecimento da luta por memória, justiça e reparação para vítimas de violência policial, além de apoio à implementação de políticas públicas eficazes para combater o assassinato de crianças e adolescentes negros por parte de agentes de segurança pública. O documento aponta que as operações policiais vitimaram perfis específicos e marcados pela violência racial e étnica, sendo, em Salvador e região metropolitana, 47% das vítimas negras e 94% meninos. No Rio de Janeiro, também em 2023, pelo menos 23 crianças e adolescentes foram baleados em ações policiais, resultando em dez mortes confirmadas. “As famílias atravessadas por essa barbárie não têm encontrado respostas efetivas do Estado. A gente ouviu relatos de mães e familiares de vítimas que não tiveram tempo de enterrar seus filhos e já estavam se organizando na luta por justiça. Ou seja, são famílias que já se encontravam numa situação de violência e que, com esse evento trágico, bárbaro de morte de seus filhos, ainda têm que lutar por justiça”, acrescenta a relatora. O relatório aponta que o assassinato de crianças e jovens é o ponto mais trágico de vidas atravessadas por outras violências e negação de direitos de uma grande parcela da população, principalmente pessoas negras. Como aponta Iara Moura, são infâncias marcadas pela negação de direitos básicos como acesso à educação de qualidade, lazer, cultura, comunicação, direitos econômicos, e que encontram na violência policial sua face mais dura. Outro ponto destacado pela relatora é que os efeitos danosos dessa violência atingem não só as crianças mortas pela violência policial, mas também aquelas sobreviventes e seus irmãos, parentes, amigos, vizinhos. “O Estado, além de não garantir direitos, ele ativamente é o responsável por essa violência, que tem efeitos nefastos nas infâncias negras, infâncias marcadas por esse luto”, afirma. ### **Mídia e violação de direitos** Para a realização do relatório, foram ouvidas famílias de crianças e jovens vitimados no Grande Rio e em Salvador, especialmente no Nordeste de Amaralina e na Gamboa, dois territórios fortemente marcados pela violência policial. Nessas escutas, dois pontos em comum chamam a atenção: a ineficácia dos órgãos judiciais e a criação de narrativas midiáticas para justificar os assassinatos. A relatoria tomou conhecimento de casos em que crianças foram assassinadas há mais de 10 anos, e ainda não houve a finalização do processo judicial contra os responsáveis pelos crimes. “Não houve investigações céleres, o necessário julgamento e muito menos ações de reparação”, aponta Iara Moura. Outro ponto em comum trazido pelo relatório é que o Estado, junto à mídia, especialmente os programas policialescos, têm criado narrativas para tentar justificar essas mortes, como se fossem um mal menor diante do enfrentamento ao crime organizado ou ainda tentando criminalizar as vítimas, mesmo quando são crianças. “A gente tem casos emblemáticos, como nos foi relatado no Nordeste de Amaralina, de crianças que estavam brincando, foram alvejadas pela polícia e morreram, e que depois saía nos noticiários e no discurso oficial da própria corporação, como se elas estivessem ligadas ao crime organizado. É esse nível de absurdo!”, detalha a relatora. O relatório identificou ainda casos em que agentes de segurança pública realizam transmissões ao vivo, nas redes sociais, de ações policiais em territórios de vulnerabilidade social, com flagrante violação de direitos. Conteúdos que, inclusive, são monetizados pelas plataformas sem nenhuma restrição. “São crianças, adolescentes e jovens violentados e assassinados pela polícia, que ainda têm a exposição indevida da imagem, com a construção de uma narrativa racista de criminalização dessas infâncias e juventudes. Tudo isso realizado por agentes públicos e sendo alimentado por um modelo de negócio das plataformas digitais que lucram em cima desse tipo de conteúdo. E, além disso, esses agentes têm usado as redes sociais para alimentar um capital político, com entrando na corrida eleitoral esse ano”, explica Moura. ### **Recomendações** A partir da escuta das famílias de vítimas da violência policial, o relatório conclui com recomendações para reverter a atual situação e permitir que as crianças negras tenham direito a suas infâncias. A relatora Iara Moura destaca que, infelizmente, esse não é um fenômeno isolado e não se restringe a Bahia e Rio de Janeiro, portanto, as recomendações também não são apenas para os dois estados. Dentre essas recomendações está a criação de um sistema de amparo institucional para sobreviventes e familiares de pessoas vitimadas pelo Estado, com a criação de um fluxo de acolhimento emergencial, que tenha tanto a participação dos órgãos do Sistema de Justiça, como a Defensoria Pública e Ministérios Públicos, como também dos sistemas de saúde para atenção psicossocial dessas famílias. Outro ponto diz respeito ao papel da mídia e das plataformas digitais na criação de narrativas revitimizadoras e criminalizadoras das infâncias negras marcadas pela violência policial. O relatório aponta a necessidade de um esforço conjunto do Estado, sociedade civil organizada e especialistas para a responsabilização de emissoras de rádio e televisão, anunciantes e apresentadores de programas policialescos. “Considerando o cenário de convergência, passa também, e urgentemente, por um olhar apurado e por políticas públicas efetivas de combate às violações e abusos cometidos por agentes de segurança pública influenciadores digitais e toda a rede que os mantém e lucra com eles, incluindo as plataformas digitais”, defende o relatório. O evento de lançamento do relatório em Salvador será exclusivo para familiares e representantes de movimentos sociais. O público em geral poderá acompanhar a transmissão ao vivo pelo canal da Plataforma Dhesca Brasil no YouTube.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    HQ afrofuturista Kairu-Edé será lançada esta semana em Salvador www.brasildefatoba.com.br

    Numa Salvador inundada por uma tsunami, quando a inteligência artificial suprimiu a memória social e em um mundo com eminentes pandemias, um menino negro encontra na espiritualidade ancestral uma via de salvação. Essa é a história contada por Kairu-Edé – guerreiro fantasma, primeiro livro do quadrinista soteropolitano Darwiz Bagdeve. A HQ será lançada esta semana em três eventos diferentes: nos dias 14 e 15, nos Polos Criativos Boca de Brasa, no Centro Comunitário Mãe Carmem do Gantois e na Sede do Malê Debalê, em Itapuã; e no dia 17, na Sala de Arte do Cinema do Museu, no Corredor da Vitória. Em entrevista ao Brasil de Fato Bahia, Darwiz Bagdeve conta mais sobre a obra e sua trajetória. **Darwiz Bagdeve, te agradeço por aceitar esse convite. Queria te pedir para começar essa conversa se apresentando: quem é Darwiz Bagdeve?** Darwiz Bagdeve é um homem cis, preto de descendência árabe, pai de uma linda menina, companheiro, filho, professor de inglês... Que por acaso decidiu aos 9 anos de idade que seria quadrinista quando crescesse. E aqui estamos! **Kairu-Edé é o seu primeiro livro publicado, mas a sua trajetória de quadrinista não começa aqui, né?! Poderia contar pra gente um pouco desse percurso?** Sim! Comecei minha trajetória de quadrinhos após ganhar pela terceira vez o concurso 24 Horas de Quadrinhos que era sediado pela Galeria RV Cultura e Arte daqui de Salvador. Aquilo me deu a autoestima que eu precisava pra criar um [perfil no] Instagram em 2017. Comecei a escrever então a "Dango Tirinhas", uma série que conta a história de Daniélio Goldano, um menino que, assim como eu, quer se tornar quadrinista. Por algum motivo misterioso que nem eu entendo, decidi começar a escrever a história do Dango pela infância da mãe dele, Lucília, uma garotinha de orfanato que é adotada por André e Eduardo, um casal LGBTQ+. **E quem é Kairu-Edé, o guerreiro fantasma? Qual a história que ele nos conta?** Dentre os vários temas sobre mudanças climáticas, governos colonizadores, tecnologia nocivas e guerra às drogas, a principal mensagem de Kairu é sobre como a noção de identidade pode nos dar a esperança para sobreviver a cenários desanimadores. No início, Kairu não faz ideia de quem ele é, nem o que significa ser nordestino dentro do cenário que tanto trata seu povo como lixo. Quando ele recebe o contexto de seu nome através de uma iniciação espiritual guiada por Exu, a perspectiva dele muda completamente. O Guerreiro Fantasma atua como uma espécie de "anjo da guarda", protegendo todos do plano terrestre lá do plano espiritual. Mas é só um adolescente realizando uma porção de descobertas de explodir a cabeça! Espero trazer esse sentimento divisor de águas pra quem for ler! **O projeto foi contemplado em um edital público, né?! Você acredita que esse tipo de incentivo do Estado pode contribuir para uma maior democratização do que é publicado na Bahia e no Brasil?** Poxa, com certeza! Os preços dos livros atualmente estão bastante altos e isso em competição com outros itens necessários do dia a dia desanima muito em adquirir leitura. Fica como um luxo pra poucos. A parte principal de nosso projeto, escrito pelas produtoras Ojú Odé Produções e Obá Cauê Produções, é de que dos 1000 livros impressos 600 seriam distribuídos para o público e para escolas convidadas em eventos de lançamento. Saber que meu livro será impresso e distribuído para tanta gente ter o alcance gratuito dele é a definição de um sonho de leitor e escritor se tornando realidade. Sou eternamente grato por minhas produtoras terem possibilitado isso!! E claro, à influência de Paulo Gustavo em todos os setores da cultura cativando e motivando nossos agentes culturais a materializar projetos! **Como você percebe a relação do mercado editorial com os quadrinhos/arte sequencial/mangás?** Bom, aqui eu posso ser um pouco duro. E não quero ser injusto, pois vejo cada vez mais algumas editoras investindo em produtos nacionais, como é o caso da JBC, e espero que a tendência siga em frente. Mas a real é que o mercado tem preferência por produções estrangeiras de sucesso, tornando o avanço do brasileiro um enorme desafio. Há quem lance livros por aí narrando a dificuldade que é (risos)! A gente luta pra ter nossa profissão reconhecida, nossas histórias e mensagens passadas adiante, mas o mercado nos avalia com critérios que não necessariamente pautam a qualidade de nosso material, mas sim o valor do lucro através dele. Alguém conhece esse artista? Ele é popular? Quantos títulos já escritos ele possui? Em quantos países ele já publicou? Fora a ótica que muitas vezes prestigia mais autores homens do que mulheres, mais brancos do que pretos. É necessário uma boa reforma pra alterarmos essa visão, pois literatura transforma a cultura de um povo! Falta no mercado brasileiro mais vaidade em se embelezar consigo próprio e menos com importados.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Painel da CGU registra este ano 571 denúncias de assédio sexual www.brasildefato.com.br

    Ouvidorias de 173 órgãos públicos federais, como ministérios, universidades, hospitais, empresas estatais e autarquias, registraram neste ano 571 denúncias e reclamações de assédio sexual. O número consta no painel “Resolveu?”, da Controladoria-Geral da União (CGU). Mais de 97% das manifestações são denúncias, e 2,5%, reclamações. A lista é puxada pela Universidade Federal de Rondônia (32 registros), pelo Ministério da Saúde (23), pela Universidade Federal de Pernambuco (20) e pela própria CGU (20). A relação segue com manifestações originárias do Complexo Hospitalar de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, cada um com 11 casos. A Universidade Federal do Rio de Janeiro tem dez ocorrências. A universidade Federal do Ceará e o Ministério das Mulheres, nove registros cada. O Comando da Aeronáutica, a Universidade Federal do Pará e a Universidade de Brasília, com oito ocorrências cada, formam a lista das instituições com mais denúncias e reclamações. Cerca de 60% dos registros no painel da CGU identificam o tipo de denúncia. A maioria é de “conduta de natureza sexual”. No mês de agosto, houve alta de registros, com 122 casos ou 21% das ocorrências anotadas pelas ouvidorias de órgãos públicos federais. Há pouca informação sobre os denunciantes e reclamantes. Três quartos não informaram a localização ou a cor. Entre as 88 pessoas que identificaram sexo, 66 eram mulheres (75%) e 22 eram homens. Você pode acessar o [painel aqui. ](https://centralpaineis.cgu.gov.br/visualizar/resolveu) Nessa sexta-feira (6) à noite, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania (MDH), Silvio Almeida, depois de denúncias de assédio sexual. Não há, até o momento, nenhuma denúncia ou reclamação de assédio sexual no MDH registrado no painel “Resolveu?”, da Controladoria-Geral da União.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    China lidera quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos pela sexta vez consecutiva; entenda sucesso do país www.brasildefato.com.br

    A China conquistou, pela sexta vez consecutiva, a liderança do quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos. Em Paris, com apenas mais uma medalha em disputa na manha deste domingo (8), o país somava 94 medalhas de ouro, 75 de prata e 50 de bronze, totalizando 219 pódios. A Grã Bretanha, segunda colocada, aparecia com 49 ouros, 44 pratas e 31 bronzes, 124 no total. O sucesso do chinês no desporto paralímpico é multifatorial. Um dos motivos tem a ver com as políticas de erradicação da extrema pobreza e de combate à desigualdade. Como parte dos esforços para a eliminação da extrema pobreza, a atenção às pessoas com deficiência têm aumentado nos últimos anos na China. O 14° Plano Quinquenal, que vai de 2021 a 2025, contém várias seções dedicadas à proteção e reabilitação de pessoas com deficiência. O texto inclui ainda melhorias no acesso à seguridade social, emprego e serviços básicos. ​​ Na China, existem mais de 85 milhões de pessoas com deficiência. Durante o período do Plano Quinquenal anterior (2016-2020), 7,1 milhões de pessoas nesta condição, que viviam em áreas rurais, foram retiradas da extrema pobreza. Além disso, quase 2 milhões foram empregadas em áreas urbanas e rurais, segundo dados do Conselho de Estado. A recente terceira plenária do Vigésimo Comitê Central do Partido Comunista da China também enfatizou a necessidade de desenvolvimento dessas políticas. A resolução da terceira plenária – cujos objetivos devem ser cumpridos até 2029 – afirma que melhores serviços serão prestados a idosos com dificuldades especiais, "incluindo aqueles que vivem sozinhos, têm deficiências ou sofrem de deficiência física", e que será acelerada "a introdução de esquemas de seguro para cuidados de longo prazo" para essas populações. ### **A promoção da atividade física entre pessoas com deficiência** Além da melhoria no acesso a serviços, o chamado 14° Plano Quinquenal para a Proteção e Desenvolvimento das Pessoas com Deficiência também prevê as atividades físicas e a participação em esportes delas no país. O plano afirma que devem ser promovidos os serviços esportivos de reabilitação e condicionamento físico para pessoas com deficiência, além de fortalecer a pesquisa sobre os esportes para elas. A meta é a incorporação dos esportes de massa para pessoas com deficiência na estratégia de desenvolvimento nacional. Os eventos esportivos internacionais ou regionais têm sido exemplo de incentivo para engajar a população em disciplinas relacionadas ao esporte. Os Jogos Paralímpicos Asiáticos, realizados em 2023 em Hangzhou, por exemplo, serviram como impulso para a organização de atividades esportivas para pessoas com deficiência em comunidades dessa cidade chinesa. Cerca de 100 mil pessoas participaram. Outro exemplo foi o da organização da cidade de Chengdu, em 2022, de um evento de basquete das Olimpíadas Especiais, com doze equipes de toda a China. A professora da Universidade Normal de Fujian, Wu Yandan, explica que os treinamentos também visam a melhorar as condições de vida em geral das pessoas. "Os quatro módulos de movimento de atividade motora incluem bater, chutar, agilidade e movimento. Combinados com os movimentos da vida diária, eles ajudam a melhorar a capacidade de cuidar de si mesmo no futuro", diz. As Paralimpíadas de Inverno são outro exemplo de como a China toma os eventos esportivos para impulsionar o desenvolvimento de capacidades. Em 2015, a capital do país, Beijing, foi selecionada para organizar as Olimpíadas e Paralimpíadas de Inverno pela primeira vez na história. A China passou de um país que nunca havia conquistado uma medalha nas Paralimpíadas de Inverno para a primeira posição no quadro de medalhas naquela edição.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    DF: Professor que agrediu estudante na UnB segue impune e dando aula, estudantes denunciam - A Nova Democracia https://anovademocracia.com.br/df-professor-que-agrediu-estudante-na-unb-segue-impune-e-dando-aula-estudantes-denunciam/

    Print Friendly, PDF & Email Estudantes protestam na reitoria da Universidade de Brasília (UnB), no dia 05/09, denunciando o arquivamento do processo de sindicância contra o professor Ricardo Parreira da Silva, acusado de ter agredido um estudante dentro da sala de aula no dia 9/4. O estudante agredido relata que o professor lhe prensou contra a parede, deixando marcas no seu rosto, chegando inclusive a rasgar sua mochila e a amassar sua garrafa de água. Apesar de denúncias na polícia e na universidade, o professor segue dando aulas normalmente. O ato foi marcado em conjunto com o Centro Acadêmico de Matemática (CAMAT), tendo sido realizada uma panfletagem denunciando o caso. No panfleto, os estudantes relatam, usando dados do monopólio de imprensa, que nos últimos 10 anos, entre 2013 e 2023, apenas 6 processos administrativos disciplinares foram abertos na UnB, um único foi punido e os outros 4 foram arquivados. Outro chegou a prescrever. Categoricamente afirmam que os estudantes não podem permitir que o mesmo aconteça neste processo. Estudantes adentram reitoria e encaram reitora Posterior à panfletagem, os estudantes adentraram a reitoria e denunciaram o caso em uma reunião que ocorria, de frente à reitora Márcia Abrahão e de diversos docentes. Em fala, um dos estudantes, chamado Thiago, que cursa matemática, afirmou sua indignação quanto ao arquivamento do processo. Relatou ter ele próprio acompanhado o estudante agredido no exame de corpo de delito. Afirma ainda que apesar dos diversos atos e notícias do caso, além de terem seguido o devido processo legal na polícia e na universidade, os estudantes não conseguiram o que queriam. “A decisão da sindicância foi o arquivamento. Até o momento a gente não tem resposta do que ocorreu, e a gente precisa de uma resposta, e precisa do afastamento desse professor”, relata o estudante. O estudante alega ainda que o professor Ricardo tem um histórico imenso de denúncias na ouvidoria, por assédio moral. “ele xinga os estudantes de ‘burro’ fala que deveria voltar para o curso de calculo 1, xinga de ‘idiota’”, diz em sua fala. Questiona, em seguida, aos presentes: “Que universidade queremos criar aqui? A gente quer criar uma universidade que passa pano pra esse tipo de ação? A gente precisa mudar! A gente precisa levar com seriedade casos como estes! Podia ser qualquer um aqui! Se a gente não tomar as devidas providências, isso aqui vai virar uma balbúrdia completamente!” Em resposta ao estudante, a reitora Márcia Abrahão alega que os processos são sigilosos e, portanto não sabia a situação do processo. No entanto, o despacho apresentado por Thiago aos presentes, que declarava o arquivamento do processo, estava assinado pela própria reitora. Márcia Abrahão confronta ainda os dados apresentados pelo estudante, e respaldados pelo monopólio de imprensa, de que apenas 6 processos disciplinares foram abertos nos últimos dez anos, mas não apresenta dados contrários aos apontados. Se contenta em afirmar que “não é verdade que [os processos] foram todos arquivados. Os processos estão em seus andamentos com suas conclusões feitas. (…) O que eu estou dizendo é que muitas pessoas ganham na justiça e retornam à universidade. Temos muitos casos desse tipo.” A reitora, em sua fala, acusa ainda os estudantes, que filmavam a reunião, de querer editar o vídeo para distorcer suas palavras. Thiago afirma que não faria isso. “Nós somos um centro acadêmico sério, que se articula em defender o que é nosso”, afirma. Ao que Márcia Abrahão replica que os estudantes “não vieram aqui [na reitoria] com esse objetivo com certeza”. Por fim, a reitora contesta as críticas do estudante à universidade e o microfone de Thiago é desligado, impedindo-o de responder, e sendo ainda silenciado pelas palmas dos docentes, que se alongam a fim de impedir que o estudante discursasse. Relato do estudante agredido O estudante agredido, que preferiu não se identificar, deu uma entrevista exclusiva ao Correspondente Local do AND em Brasília, na qual relata os detalhes do ataque. Conta que entrou na sala de aula com sua garrafa em mãos e molhou acidentalmente o professor agressor. “A água caiu nele, ele veio para cima de mim. Bateu minha cabeça na parede, me pegou assim [faz um gesto com as mãos mostrando que o professor prensou ele na parede com o braço em seu pescoço] e me segurou um pouco. A mochila até rasgou um pouco, chegou a amassar a garrafa, que não é um material frágil”, relata o estudante. Ele informa que saiu correndo da sala e o professor, muito irritado, o perseguiu gritando que ele seria expulso da universidade. “Eu tive que correr pro CAMAT, porque achei que ele ia me bater mais. Tem várias testemunhas e uma gravação dele correndo”, conta. A própria reitora Márcia confirmou na reunião relatada que estes vídeos estão anexados no processo. O estudante afirma ainda que nas aulas anteriores esse mesmo professor gritou com um funcionário da guarita por pegar uma cadeira na sala de aula. Já Thiago conta que os relatos de estudantes acerca do professor Ricardo Parreira da Silva são recorrentes desde ao menos 2019, com casos semelhantes de assédio moral e ameaças. Este novo caso de agressão em abril deste ano, no entanto, trouxe tanta revolta dentre os estudantes que eles chegaram a colar denúncias na sala de aula e na sala do professor, e mobilizaram a imprensa com o ocorrido. Ainda assim, o caso foi abafado pela Universidade de Brasília, que segue com o processo arquivado. Este não é um caso isolado. Os estudantes denunciam ser frequente o fato da Universidade encobrir vários casos de assédios, o que gera grande revolta entre estudantes dos mais diversos cursos, tendo casos até de pessoas que desistem de seguir cursando, ou mesmo tentam suicídio. Em resposta aos absurdos que a Universidade acoberta, os estudantes do Coletivo de Base – Honestino Guimarães (CB-HG) convocaram um ato com panfletagem para o dia 10 de setembro no Restaurante Universitário da UnB.

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    bunkerdaesquerda
    Bunker da Esquerda NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Hayek foi um inimigo da liberdade jacobin.com.br

    De todos os inimigos da democracia e da liberdade, Friedrich August von Hayek foi provavelmente o mais inteligente. No mínimo, ele foi o mais influente: as estruturas da economia global de hoje – a União Econômica e Monetária Europeia, os bancos centrais, as “emendas orçamentárias de equilíbrio fiscal” inseridas nas constituições nacionais e os acordos de “livre” comércio que garantem os lucros futuros para o capital – baseiam-se essencialmente nas suas idéias e nas de seus alunos. Dizem que Margaret Thatcher certa vez tirou da bolsa o livro de Hayek A Constituição da Liberdade, durante uma reunião política do Partido Conservador e proclamou: “É nisso que acreditamos!” Mesmo depois de cinquenta anos de devastação neoliberal, ainda existem aqueles que mantêm uma fé verdadeira. Um deles é Javier Milei. Quando o filho de um empresário de capital em ascensão foi eleito presidente da Argentina, a Sociedade Hayek, com sede em Berlim, lhe concedeu o seu maior prêmio: a Medalha Hayek. A sociedade, que tem sido criticada pela sua proximidade com o partido de extrema-direita Alternativa Para a Alemanha, saudou a “visão clara do poder de uma economia de mercado” de Milei, capaz de “uma vez mais estabelecer as bases para a liberdade, a prosperidade e a paz social”, na tradição de “Ludwig Erhard, Ronald Reagan e Margaret Thatcher”. Gerd Habermann, membro do conselho executivo da Sociedade Hayek e professor honorário de economia na Universidade de Potsdam, escreveu na ocasião do centésimo dia de Milei no cargo que ele buscava a abolição do “Estado de Bem-Estar Social igualitário (não apenas sua reforma) e do ‘destrucionismo’ sócio-político (‘generismo’ e tudo o que está relacionado com isso)”. De fato, Milei acionou sua “motosserra” apenas dez dias após o início do seu mandato, ao apresentar um decreto de emergência: em nome da liberdade total para o capital, ele aboliu ou alterou os direitos dos trabalhadores à sindicalização; leis para proteção contra demissões e no local de trabalho; controle dos preços de eletricidade, saúde e transporte público; proteção dos inquilinos contra as corporações imobiliárias; e proteção do consumidor contra práticas abusivas de empresas farmacêuticas, bancárias e de cartão de crédito. Todos os gastos do governo foram congelados, com exceção dos militares. Além disso, Milei busca a privatização total de todas as empresas estatais. Para implementar estas políticas sem oposição, o decreto incluiu uma “lei de habilitação” que pretendia conceder a Milei poderes quase ditatoriais em áreas políticas fundamentais. Hayek certamente teria gostado muito de tudo isso. Escrevendo no diário de negócios Handelsblatt, o presidente da Sociedade Hayek, Stefan Kooths, descreveu Milei como um “golpe de sorte para o liberalismo” – e esperava que ele representasse o prenúncio de uma nova onda de fundamentalismo de mercado. O primeiro objetivo de Hayek era sistematicamente manter o povo – “o grande grosseirão” (nas palavras de Heinrich Heine) – à ​​distância de todas as decisões sociais e econômicas que afetam suas próprias vidas. Seu segundo objetivo principal era entregar a classe trabalhadora completamente indefesa para o capital. Ele e seus seguidores sempre fizeram isso em nome da “liberdade”. Essa palavra corre por toda a obra de Hayek, que seu aluno Milton Friedman chamou de “a batalha pela liberdade”. O significado dessa palavra, no entanto, é a libertação irrestrita do capital, cujo outro lado é a escravidão assalariada. Hayek queria a exploração sem limites. Foi por isso que ele recebeu o Prêmio Nobel de Economia em 1974 — numa época em que os lucros do capital estavam sendo espremidos — o que, de acordo com a revista conservadora National Interest, fez dele uma “figura cult da direita radical”. Naquele momento, Hayek ainda teve que dividir o prêmio com o economista keynesiano de esquerda Gunnar Myrdal — um sinal de que a crise do fordismo era um processo aberto, com múltiplas saídas possíveis. O prêmio recebido por Friedman em 1976 sinalizou um pouco mais tarde o ponto de virada neoliberal, bem antes de Thatcher e Reagan serem eleitos, com políticas radicalizadas já sendo estabelecidas por seus predecessores. Hayek odiava a igualdade. Ele só aceitava igualdade perante a lei — uma piada de mal gosto quando o cidadão comum é forçado a processar uma indústria automobilística oligopolista, farmacêutica ou uma corporação hospitalar. Hayek justificava as dramáticas desigualdades econômicas inerentes ao desenvolvimento capitalista — ou seja, o fato descrito por Thomas Piketty, Emmanuel Saez e Gabriel Zucman de que, sem redistribuição massiva, a renda do capital engole a renda do trabalho — com referência a diferenças “hereditárias”. Esse argumento ressoa com a premissa de que as fortunas de Elon Musk, Jeff Bezos, Mark Zuckerberg e os Quandts e Klattens seriam o resultado de conquistas e méritos pessoais. O radicalismo de mercado encurralado Na década de 1930, como resultado da crise capitalista, de greves em massa e do medo do comunismo pela burguesia, houve uma tentativa nos Estados Unidos de lidar com a gritante desigualdade e tornar mais igualitária a distribuição de riqueza e renda novamente, fortalecendo os direitos sindicais, introduzindo e expandindo e a tributação progressiva da renda e da riqueza, além de expandir o setor público da economia. O presidente Franklin Delano Roosevelt foi confrontado com o fracasso da política liberal de austeridade de seu antecessor Herbert Hoover, que tinha feito o desemprego em massa aumentar para 25%. Naquele momento, de maneira radical, ele passou a taxar toda renda anual acima de US$ 1 milhão em 75%, uma porcentagem que mais tarde chegaria a 91%. Esse dinheiro foi investido com sucesso em programas de emprego público (Works Progress Administration e Civilian Conservation Corps), na expansão de infraestrutura (eletrificação, rodovias, pontes, metrôs, represas e sistemas de irrigação, etc.), na conservação da natureza (estabelecimento e expansão de parques nacionais), no desenvolvimento de estruturas do Estado de Bem-Estar Social e também na promoção da vida cultural. Se ele tivesse conseguido o que queria, a taxa de imposto nessa faixa de renda teria sido de 100%. Em 1936, o economista John Maynard Keynes, em sua principal obra A teoria geral do emprego, do juro e da moeda — na qual em essência se basearam as políticas econômicas orientadas à demanda do capitalismo fordista (1933–75) —, antecipou a “eutanásia do rentista”, que vive exclusivamente da renda de capital sem qualquer mérito. Entretanto, o paradigma keynesiano foi substituído pelas ideias neoliberais de Hayek durante a crise do fordismo na década de 1970. O fato de que o próprio Keynes tinha ajudado Hayek a obter uma posição na King’s College em Londres pode ser considerado uma piada de puxada de tapete histórica. Desde então, não faltaram motivos para os rentistas comemorar. De acordo com o Escritório Federal de Estatística, 1% da população alemã hoje vive exclusivamente da renda do capital, ou seja, do trabalho (excedente) de outras pessoas, cujo valor eles se apropriam por meio de lucros e dividendos de ações em empresas listadas na bolsa de valores. Alguns sociólogos já chegaram a acusar a distinção feita pelo Movimento Occupy entre os 99% mais pobres e o 1% mais rico da sociedade como sendo uma simplificação do conceito de classe. Não obstante, na realidade essa distinção estava muito próxima das verdadeiras relações de classe. De qualquer maneira, foi assim que as gigantescas fortunas bilionárias de hoje foram criadas, o que contrasta com a pobreza relativa e cada vez mais absoluta da população e com o colapso da infraestrutura pública, como escolas, pontes e transporte público. Como Piketty demonstrou, em 2007 a desigualdade atingiu novamente o pico de 1929, na véspera da crise financeira global. Isso não foi coincidência: o capitalismo do mercado financeiro constantemente leva a crises financeiras porque as gigantescas pilhas de capital em busca de oportunidades de investimento lucrativas produzem constantemente novas bolhas especulativas. Além disso, elas também causam crises sociais, onde as políticas públicas criarem novos investimentos por meio da privatização de serviços públicos de moradia, saúde, sistemas de aposentadoria, educação, etc. Hayek já havia aprendido a odiar políticas como as de Roosevelt na “Viena Vermelha” social-democrata, até seus primeiros anos de universidade na década de 1920. Em 1921, um de seus professores o conectou ao economista austríaco Ludwig von Mises, autor de uma refutação radical ao socialismo chamada Die Gemeinwirtschaft (1922), que então se tornou seu mentor. Em sua obra de 1944 O caminho da servidão, dirigida a um público anglo-americano em meio à Segunda Guerra Mundial, Hayek colocou Roosevelt em estreita proximidade com Hitler: era preciso “declarar a verdade desagradável de que é a Alemanha cujo destino corremos algum risco de repetir”. Certamente “as condições na Inglaterra e nos Estados Unidos” eram diferentes, admitia. Talvez ele quisesse evitar o ceticismo sobre se a extensão do direito de greve para trabalhadores dos EUA era realmente tão semelhante à aniquilação do movimento trabalhista alemão nos campos de concentração nazistas, ou se os programas de emprego público para trabalhadores de todas as etnias eram um Auschwitz americano mas, de acordo com Hayek, essas diferenças não deveriam obscurecer a percepção de “que estamos caminhando na mesma direção”. Com razão, Hayek via o radicalismo de mercado na defensiva na década de 1940. Embora grandes empresas nos EUA tenham financiado a distribuição em massa de O caminho da servidão, havia uma tendência na direção de uma maior regulamentação do capitalismo e mais planejamento econômico. O capitalismo liberal havia levado à Grande Depressão; a Depressão ao fascismo; e o fascismo à Guerra Mundial. Somente a União Soviética havia se saído bem da crise graças ao planejamento econômico e, embora tivesse emergido a partir de um país em desenvolvimento dependente e atrasado, estava agora no processo de libertar a Europa do fascismo alemão quase que sozinha. Nos Estados Unidos, Roosevelt teve sucesso na implantação de políticas de esquerda. Após a guerra, o socialismo de estilo soviético foi estendido à Europa Oriental, enquanto um governo trabalhista bem à esquerda chegou ao poder na Grã-Bretanha, e os comunistas ganharam força de massas na França e na Itália. Também na Alemanha, imediatamente após 1945, milhões de pessoas em todas as zonas de ocupação convergiram para o movimento trabalhista e até mesmo apoiaram a socialização da indústria de larga escala em um referendo em Hesse, que as forças de ocupação dos EUA impediram. Até mesmo a União Democrata Cristã (CDU) reconheceu em seu Programa de Ahlen que o “sistema econômico capitalista não serviu aos […] interesses do povo alemão”, razão pela qual era necessária uma “ordem econômica socialista”, para além da “busca capitalista de lucro e poder”. ### **Contrarrevolucionário** Naquele momento, Hayek via a si mesmo como um contrarrevolucionário. Sua utopia estava no passado: o “capitalismo manchesteriano”, com trabalho infantil e jornadas de trabalho de dezesseis horas era seu “Paraíso Perdido”. Reagan disse certa vez que, se tivesse a chance, ele faria a roda da história retornar ao século XIX; e quando ele disse essas palavras, Hayek estava discursando. No entanto, o paraíso estava perdido porque, como o oponente teórico de Hayek, Karl Polanyi, descreveu em seu livro A grande transformação, também publicado em 1944, a imposição de uma ordem de mercado liberal força a sociedade a se defender contra o mercado, diante da exploração da natureza e da “mercadoria fictícia” do trabalho. De acordo com Polanyi, tal ordem “não poderia existir por longos períodos de tempo sem aniquilar a substância humana e natural da sociedade”. Hayek observou a “Grande Transformação” que ocorreu depois de 1870. Seu reflexo ideológico foi a migração da hegemonia do pensamento do mundo anglo-saxão para o mundo de língua alemã, que ele observou e lamentou: para longe de John Locke e Adam Smith e na direção a Karl Marx e Max Weber. Hayek buscava uma nova “Grande Transformação” de volta ao futuro. Sua obra é uma declaração de guerra contra o socialismo. Para ele, porém, o socialismo já começa com o liberalismo corporativo, que, por medo do movimento dos trabalhadores, tentou conter pelo menos os excessos mais flagrantes do capitalismo com medidas como inspeções de fábrica e a jornada máxima de trabalho estabelecida em lei. Em O caminho da servidão, Hayek chamou isso de “ladeira escorregadia” para o socialismo. Ele dedicou seu livro “aos socialistas de todos os partidos”. Ainda assim, apesar de toda a sua nostalgia, Hayek também via a necessidade de modernizar o liberalismo clássico. Ele queria um retorno à uma “economia livre”, como ele a chamava, por meio de um sistema político no qual, de acordo com seu biógrafo Bruce Caldwell, “qualquer legislação que tenha como meta uma redistribuição específica de renda seria proibida”. Ele foi confrontado com um problema básico: como impedir que as massas usassem o sufrágio universal que haviam conquistado para reivindicar pelo menos parte do valor excedente desviado pelo capital — ou até mesmo para abolir a propriedade privada capitalista dos meios de produção, na qual o poder do capital se baseia. Hayek usou um truque de ilusionismo para isso. Ele negava a existência de classes e concebia um indivíduo abstrato, cuja liberdade — exclusivamente negativa — estaria baseada no fato dele não ser controlado pelo Estado. Dessa maneira, ele definia toda política tributária como uma privação de liberdade. Para algumas pessoas — pois ainda há bezerros que escolhem seus próprios açougueiros — esse conceito negativo de liberdade ainda ressoa hoje.Essa ideia mira no adulto que permaneceu uma criança, que reclama contra as expectativas dos pais de que ele lave as mãos antes de comer para não ficar doente, ou de ajudar a arrumar seu próprio quarto para não afundar no caos. Ao mesmo tempo, essa abordagem infantil se conecta com a alienação daqueles isolados na competição capitalista e a transfere para a atitude social-darwinista do “cada um por si”. Os “libertários” (de direita) são, de acordo com um tuíte que se tornou viral em 2023, “como gatos domésticos: absolutamente convencidos de sua feroz independência, ao mesmo tempo em que são totalmente dependentes de um sistema que não apreciam e nem entendem”. ### **Uma ordem natural?** Em A constituição da liberdade, Hayek propagou o “governo da lei”. Ao contrário de Marx, ele não enxerga o capital nascendo “pingando da cabeça aos pés, de cada poro, com sangue e sujeira”. Para ele, o capitalismo não faz parte de um processo gradual geral de relações de produção criadas e transformadas de maneira revolucionária, uma sociedade de transição que cria as condições para uma sociedade socialista desenvolvida. Em vez disso, ele considera o capitalismo como sendo uma economia de mercado “natural”. Basicamente, a disputa entre marxistas e Polanyi, de um lado, e neoliberais como Hayek, de outro, também tem a ver com qual ordem seria realmente “antinatural”: o socialismo ou o “livre mercado”. Frequentemente, Hayek e seus discípulos se contradizem quando às vezes, como faz Friedman na introdução à nova edição em inglês de O caminho da servidão, descrevem o mercado como sendo o “senso comum” e, em outras vezes, o socialismo como sendo a reação emocional natural ao capitalismo e o radicalismo de mercado como um raciocínio altamente intelectual. Segundo Hayek, a civilização (de mercado) surgiu de “hábitos inconscientes” que foram transformados em “declarações explícitas e articuladas” e que, portanto, tornaram-se cada vez mais “abstratas e gerais”. Referindo-se à tese de Smith sobre a “mão invisível”, ele escreve que “os esforços espontâneos e descontrolados dos indivíduos foram capazes de produzir uma ordem complexa de atividades econômicas”. Uma constituição deveria limitar o Estado a supervisionar as regras do mercado e proteger a propriedade privada capitalista. A democracia e as decisões por maiorias são intrinsecamente disruptivas neste sistema. Como o mercado tenderia a um equilíbrio estável — a alocação ótima de recursos e a autorregulação da economia — não haveria falhas no mercado. Em vez disso, o Estado seria a causa de todo e qualquer problema. Hayek rebateu o argumento de que a utopia dos neoliberais havia sido refutada pela distopia do capitalismo de Manchester com o argumento de que na verdade a penúria do século XIX não seria uma consequência das políticas econômicas liberais – e que ela nem mesmo seria uma miséria genuína. Em vez disso, o aumento da “riqueza das nações” provocado pelo mercado teria apenas aumentado as expectativas de prosperidade dos “grandes grosseirões” e levado à descoberta de “pontos bastante sombrios na sociedade”. Na realidade, porém, não haveria “nenhuma classe que não tenha se beneficiado substancialmente do avanço geral”. Ele explicou a contradição de um forte movimento trabalhista emergindo em reação às imposições do capitalismo liberal dizendo que a implementação do “livre mercado” não teria sido radical o suficiente e que seu avanço fora “lento” demais. A argumentação dele é fundamentalmente antidemocrática. Basicamente, as sociedades lhe parecem — não por coincidência — crianças ingratas que exigem cada vez mais. Na sua opinião, foi a “ambição sem limites” delas que, “aparentemente justificada pelas melhorias materiais já alcançadas” causou uma mudança onde “se aproximando da virada do século, a crença nos princípios básicos do liberalismo foi sendo cada vez mais renunciada”. Além disso, o socialismo também seria culpa de intelectuais que seduzem os trabalhadores para algo que seria estranho à sua natureza — o coletivismo, ao invés do individualismo. O socialismo e tudo o que há de “comunística” (Michael Brie), que teriam suas raízes no cristianismo e em todas as religiões do mundo que tem dado forma à história humana, seriam na verdade uma rejeição das “tradições morais geradas espontaneamente e subjacentes à ordem competitiva do mercado”, escreve Hayek em Arrogância fatal (1988). O socialismo seria “um sistema moral projetado racionalmente […] cuja atração depende do apelo instintivo de suas consequências prometidas”. Além disso, ele reclamava que “quanto mais subimos na escada da inteligência, quanto mais conversamos com intelectuais, é mais provável que encontremos convicções socialistas”. Em última análise, o radicalismo de mercado deve sua sobrevivência ao fato de que, por mais destrutivo que seja, ele inevitavelmente provoca um contramovimento que re-regula o capitalismo. Isso significa que os neoliberais conseguem manter e se apegar à sua visão do efeito de “melhoria da humanidade” de mercados “livres”. Eles sempre podem alegar que sua utopia ainda não foi totalmente realizada em lugar nenhum. Mas voltando à “constituição da liberdade”: as regras a serem monitoradas por ela devem ser apenas “abstratas, gerais e impessoais”. Para Hayek, o “governo da lei” (ou “estado de direito”) é fundamentalmente incompatível com políticas de redistribuição em favor da “justiça social”. Políticas fiscais e regulamentações já aparecem em O caminho da servidão como regras arbitrárias, e o Estado de Bem-Estar Social como totalitarismo. A tentativa histórica contrafactual de Hayek de retratar o fascismo e o comunismo não como inimigos mortais mútuos, mas como irmãos no interior de uma mesma família de “coletivismo”, também se baseia nisso. Sempre que libertários de direita hoje enfatizam que Adolf Hitler era, no fim das contas, um “‘nacional’-socialista”, estamos lidando com um bingo de besteiras inspirado em Hayek. Liberalismo autoritário Como um liberal clássico, Hayek seguia a teoria de Locke, que defendia os interesses das classes proprietárias com o argumento de que cada pessoa deveria ter permissão para tomar posse de toda a riqueza do ambiente natural de que fosse capaz de se apropriar. Já Pierre-Joseph Proudhon, um dos primeiros teóricos socialistas, afirmou certa vez que “A propriedade é um roubo”. Hayek argumenta contra ele: não só a socialização, mas até mesmo a tributação seria um roubo. O capitalismo realmente existente seguiu sendo o calcanhar de Aquiles de Hayek. A desigualdade que ele precisa justificar não é só o resultado do desempenho. Ele reconhecia “acidentes do ambiente” – que significam que qualquer pessoa que herde milhões ou até bilhões quando criança e que “faça com que esse dinheiro ‘trabalhe’ por eles” não precise ser nenhum novo Einstein. Só que “talento natural e habilidades inatas” também são “vantagens injustas”. O “desejo de eliminar os efeitos do acidente, que está na raiz da exigência de ‘justiça social’, pode ser satisfeito […] apenas eliminando todas aquelas possibilidades que não estão sujeitas ao controle deliberado. Mas o crescimento da civilização depende em grande parte de que os indivíduos façam o melhor uso possível de quaisquer acidentes que encontrem.” Hayek chama isso de “liberdade perante a lei”, que ele chama de sua “preocupação central”. Qualquer igualdade que não seja a “igualdade das regras gerais de direito e conduta” seria equivalente a “destruir a liberdade”. Preservar a “ordem” (do capitalismo) e suas “regras” (de mercado) era uma coisa sacrossanta para Hayek, não importa o que o “demos” possa desejar. Pelo contrário, para Hayek os esforços do povo para determinar seu próprio destino seriam mera tirania. Hayek, seu professor Ludwig von Mises e seus alunos como Friedman e James Buchanan — em suma, as mentes do neoliberalismo — enfrentavam o mesmo problema que Carl Schmitt e o fascismo. O fato deles terem observado uma conexão histórica entre o crescimento da democracia de massas e a superação do liberalismo econômico significou que o legado antidemocrático do liberalismo clássico foi continuado em seu pensamento — e que a história real do neoliberalismo também está intimamente vinculada com o autoritarismo. O neoliberalismo e o fascismo são formas de pensamento burguês em reação à democracia de massas e ao socialismo. Ambos são maneiras de enfrentar o mesmo problema: sob as condições do sufrágio universal, como evitar que as massas possam repentinamente imaginar a ideia de combater a escassez de casas e a loucura dos aluguéis com moradias sociais; de fornecer alimentos, saúde, educação e transportes básicos como bens públicos gratuitos ou subsidiados, correspondendo a direitos humanos básicos ao invés de tratá-los como mercadorias; ou mesmo a ideia de transformar a propriedade privada capitalista da terra, indústria e bancos em seu próprio interesse, para que uma economia socializada possa servir ao povo e não o contrário. Pensadores fascistas como Schmitt buscavam abolir o sufrágio universal em favor de uma ditadura (presidencial) completa. Hayek, escrevendo para a burguesia anglo-americana da coalizão anti-Hitler, sabia muito bem que essa batalha já estava perdida. Em vez disso, ele se concentrou na neutralização do processo democrático. Hayek é o principal teórico da “pós-democracia” (no adequado termo de Colin Crouch). Seu trabalho teórico pode ser resumido à busca por meios para estabelecer a ditadura do capital sem uma ditadura política permanente. Portanto, ele se concentra em restringir de maneira fundamental o escopo para os governos eleitos. Sua teoria remove sistematicamente a soberania deles sobre a política financeira e econômica. Comparado a Schmitt, isso, em última análise, torna Hayek o contrarrevolucionário burguês mais inteligente. Ainda assim, ele também permanecia aberto à ditadura total a fim de vencer a guerra contra a democracia, as massas e as instituições de Bem-Estar Social. Hayek descobriu aquilo que procurava na tradição teórica liberal — Montesquieu, Benjamin Constant e Locke — e na história dos EUA. Na Constituição dos EUA de 1776, ele encontrou a solução definitiva para o problema da burguesia, mesmo sendo uma minoria social, conseguir determinar a política do Estado. Como os historiadores demonstraram Charles Beard e Terry Bouton, a Constituição dos EUA surgiu no mesmo espírito, como um produto da contrarrevolução contra o “momento democrático” da guerra revolucionária anticolonial da época, que tornou o sufrágio universal incontestável. Um dos primeiros observadores de como as constituições podem corroer a democracia foi Polanyi, quando escreveu que os Estados Unidos “isolaram por completo a esfera econômica da jurisdição da Constituição, colocando assim a propriedade privada sob a maior proteção concebível e criando a única sociedade de mercado [capitalista] legalmente estabelecida no mundo. Apesar do sufrágio universal, os eleitores americanos eram impotentes contra as classes proprietárias.” Já em 1939, Hayek havia argumentado em A liberdade e o sistema econômico que “podemos ‘planejar’ um sistema de regras gerais que se apliquem igualmente a todos e que sejam projetadas para permanecer permanentes.” O que já devia se aplicar aos indivíduos passava agora também a ser vinculativo para as democracias parlamentares. ### **Constituição econômica** Hayek e seus alunos usaram dois mecanismos para estabelecer o desenvolvimento social orientado ao mercado: primeiro, por meio de constituições (econômicas) juridicamente vinculativas e, segundo, o enfraquecimento sistemático das competências de política econômica e financeira do Estado-nação por meio de uma política de federalização. Tanto a centralização quanto a descentralização, portanto, tinham um papel a desempenhar: por um lado, a centralização dos poderes de tomada de decisão em órgãos antidemocráticos como os bancos centrais, que foram declarados “independentes”, – ou seja, deixaram de prestar contas, responder a demandas e de serem controlados democraticamente – e em tratados internacionais por um status constitucional que seja juridicamente vinculativo sobre os Estados; e, por outro, a descentralização em favor de aparatos estatais locais com poucos poderes fiscais (e etc) de direção e controle. Historicamente, a “internacionalização do Estado” (Robert W. Cox) se tornaria a ferramenta essencial do “novo constitucionalismo” (Stephen Gill) baseado em Hayek. Isso equivalia à restrição de estados-nação por meio de constituições juridicamente vinculativas em nome do capitalismo mundial, como o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (GATT) e a Organização Mundial do Comércio (OMC), acordos de proteção de investimentos, a constituição econômica da UE com seus critérios de convergência neoliberal (“emendas constitucionais de equilíbrio orçamentário”, etc.) e órgãos que estão além da influência dos parlamentos nacionais, como o G7 e a Comissão Europeia. O novo constitucionalismo, portanto, fortaleceu o poder estrutural do capital – ou seja, sua mobilidade -, o que serve para forçar subsídios de Estados e concessões de política salarial dos sindicatos em um ciclo perpétuo, e para permitir a fuga de capital e, como resultado, a queda de governos se eles planejarem redistribuição ou socialização. Também fortaleceu os ministérios (especialmente os de finanças) mais próximos desse sistema, às custas de portfólios econômicos, trabalhistas e sociais. Hayek assentou, assim, os alicerces essenciais para um sistema de mercado sem alternativas, com regras que os governos nunca deveriam questionar, sob o risco de ter de enfrentar a própria queda. Foi seguindo o espírito de Hayek que foram criadas as regras da OMC sobre o tratamento igualitário do capital nacional e internacional, tornando impossível para os Estados dependentes lutarem pela independência. Ele criou a base para o Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio (TRIPS) sobre a proteção dos “direitos de propriedade intelectual”, permitindo que as empresas farmacêuticas monopolizassem até mesmo plantas e sementes, não importa quantas centenas de milhares de agricultores indianos cometam suicídio como resultado. Hayek pode, em última análise, ser creditado por acordos de proteção de investimentos, como o Acordo Integral de Economia e Comércio (CETA) e a Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), com base nos quais as corporações transnacionais podem processar os Estados em busca do pagamentos de indenizações horrorosas por perdas futuras de lucros de capital se eles tomarem decisões democráticas, como a proibição do cigarro ou a eliminação gradual da energia nuclear. Além dessa desdemocratização, Hayek também desenvolveu outro meio de tornar completa a ditadura do capital, a federalização. Com base na premissa de que “a criação de um Estado mundial [democrático] provavelmente representa um perigo maior para o futuro da civilização do que a guerra”, Hayek e, em seu rastro, Buchanan buscaram a descentralização sistemática das funções governamentais, uma “economia política de federalismo aberto” (Adam Harmes) e a “competição entre governos locais”. Hayek escreve: Temos ainda que aprender como limitar de forma eficaz os poderes de todo governo e como dividir esses poderes entre os níveis de autoridade […] A criação de um Estado mundial provavelmente representa um perigo maior para o futuro da civilização do que até mesmo a guerra […] Embora tenha sempre sido característico daqueles que preferem um aumento nos poderes governamentais apoiar a concentração máxima desses poderes, aqueles principalmente preocupados com a liberdade individual geralmente defendem a descentralização. Hayek reconhecia o potencial para a disciplina orçamentária dos governos locais quando eles competem entre si por capital e pelos seus investimentos diretos, que não são mais restritos por controles de capitais. O mesmo princípio de descentralização também se mostrou útil em termos de fazer secar o odiado Estado de Bem-Estar Social, porque as autoridades locais geralmente são incapazes de satisfazer a pressão da sociedade por moradia social, melhores escolas, lares para pessoas com direito a asilo, etc. — fazendo com que, em resposta, eles pudessem simplesmente apontar para suas mãos atadas pela política fiscal. Durante a crise financeira global, os estados individuais dos EUA foram forçados por freios de dívida regionais a escolher entre aumentos de impostos ou cortes sociais. Os cortes sociais são, portanto, estruturalmente incorporados nas constituições. ### **A liberdade para poucos** Hayek provou ser, portanto, a arma mais afiada da hostilidade burguesa à democracia. A “democracia compatível com o mercado” exigida pela chanceler alemã Angela Merkel na esteira da crise da zona do euro, que se submete aos mercados financeiros internacionais, é baseada no seu pensamento. Teorizar a ditadura do capital em um sistema de sufrágio universal e, assim, encontrar uma audiência entre a burguesia durante a crise do fordismo dos anos 1970 foi o triunfo histórico de Hayek — o tornando o mais poderoso propagandista da liberdade para poucos às custas da falta de liberdade para muitos. Hoje, o liberalismo reivindica para si o conceito de liberdade, mas Hayek ainda estava ciente de sua natureza controversa. Não há “nenhuma dúvida de que a promessa de maior liberdade se tornou uma das armas mais eficazes da propaganda socialista”. Essa liberdade mais ampla de fato só pode acontecer por meio do socialismo: como liberdade em relação à exploração e ao tempo não-livre, que é o pré-requisito para uma vida autodeterminada para todos aqueles que têm que viver do seu trabalho assalariado. A hostilidade elitista de Hayek à democracia sugere que o radicalismo de mercado não pode ser do interesse da maioria da classe assalariada. Mesmo que ele não tenha chegado a conclusões fascistas — Mises em 1927 ainda havia dado as boas vindas ao fascismo como a “salvação da civilização europeia” — ele, não obstante, assumiu que a contrarrevolução contra o Estado de Bem-Estar Social provavelmente teria que ser ditatorial porque, de acordo com sua teoria da “sobrecarga” junto de Buchanan , as massas nunca votariam contra o assistencialismo. Hayek, assim, exigia na década de 1970 que os “destinatários líquidos de transferência” – ou seja, todos os funcionários do setor público, todos os aposentados e todos os trabalhadores desempregados – fossem privados do direito de votar. Os neoliberais, por conseguinte, também apoiaram diretamente o golpe contra o socialismo democrático no Chile em 1973 e a ditadura militar de Augusto Pinochet. Somente Thatcher e seu “populismo autoritário”, que combinava o desmantelamento do Estado de Bem-Estar Social com apelos nacionalistas e com a guerra – e, portanto, basicamente combinava Hayek com Schmitt – viria a demonstrar, seis anos mais tarde, que o neoliberalismo era possível mesmo se o sufrágio universal fosse mantido. Porém, ainda em 1981 Hayek declarou em uma entrevista que sempre preferiria uma ditadura de mercado a uma democracia de Estado de Bem-Estar Social. “A concorrência”, disse Hayek, “ ao fim e ao cabo, é sempre um processo no qual um pequeno número de pessoas torna necessário que números maiores façam o que não gostariam de faze, seja trabalhar mais, mudar hábitos ou dedicar um grau de atenção, aplicação contínua ou regularidade ao seu trabalho que sem a concorrência não seria necessário.” Hayek duvidava que “um mercado funcional já tenha surgido sob uma democracia ilimitada”. A esse respeito, ele certamente tinha razão.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Resumão 9º dia: Com mais 8 medalhas, Brasil chega próximo ao recorde de pódios nas Paralimpíadas - Mídia NINJA midianinja.org

    Ainda faltam 48h para o fim dos Jogos Paralímpicos de Paris e o Brasil conquista mais 8 medalhas: Com ouro temos Talisson Glock, pela natação, e Alana Maldonado, bicampeã olímpica pelo judô. Na prata, Thiago Paulino traz a 200ª medalha paralímpica brasileira do atletismo, Brenda Freitas conquista sua estreia pelo judô, Gabriel Bandeira vem com a natação dos 100m costas, trazendo a 150ª medalha do esporte paralímpico no Brasil, e Zileide Cassiano conquista com o salto em distância. Maria Costa, do levantamento de peso 67kg, e Antonia Keyla, do atletismo 1.500m, nos trazem dois bronzes. Faltando apenas mais duas medalhas para o recorde paralímpico brasileiro de 72 medalhas, alcançadas no Rio 2016 e Tóquio 2020, o Brasil se encontra a poucos passos de se perpetuar como potência no esporte paralímpico. Terminamos o dia em sétimo lugar no quadro geral de medalhas, considerando quantidade de ouros obtidos, sendo o único país da América Latina no top 7 e segundo país com mais medalhas no continente americano. ### **Confira abaixo os resultados detalhados desta sexta-feira.** **Esgrima** No início da manhã desta sexta-feira, Carminha Oliveira não conseguiu vencer a estadunidense Jataya Taylor e acabou perdendo por 15 a 5 na esgrima em cadeira de rodas Espada categoria A (atrofia na parte inferior da perna direita). Rayssa Veras venceu a estadunidense Victoria Isaacson por 15 a 12 na Espada categoria A (pé torto congênito), avançando de fase na esgrima em cadeira de rodas. Lenilson de Oliveira, da competição masculina, não venceu o estadunidense William Schoonover, sendo superado por 15 a 7. Jovane Guissone venceu a partida da Espada categoria B (lesão na medula), com pontuação de 15 a 10 contra Amelio Castro Grueso, da equipe paralímpica de refugiados. Mônica Santos não avançou na repescagem da esgrima com cadeira de rodas Espada categoria B (paraplegia). A esgrimista perdeu por 15 a 1 para a estadunidense Ellen Geddes. Nas quartas de final da categoria B, Jovane Guissone enfrentou o chinês Jie Zhang, mas perdeu por 15 a 8. Entrando na repescagem, a brasileira Mônica Santos enfrentou Ellen Geddes, mas a americana venceu por 15 a 1. Rayssa Veras enfrentou a ucraniana Yevheniia Breus, mas não conseguiu avançar, perdendo de 15 a 5. Já Jovane Guissone conseguiu vencer, de forma acirrada, o francês Yohan Peter por 15 a 14. Avançando para mais um round de repescagem, o brasileiro também conquistou mais uma vitória, derrotando o ucraniano Anton Datsko por 15 a 9, garantindo para si mais uma rodada de repescagem. Porém, no último round, Jovane Guissone perdeu, com placar de 15 a 7, para o polonês Michal Dabrowski, dando adeus às competições. **Ciclismo de estrada** Lauro Chaman disputou a final da Corrida de rua C4-5 (atrofia na panturrilha) e ficou em 5º lugar na classificação geral. **Natação** Talisson Glock se classificou com o melhor tempo, para a final do 400m livre S6 (deficiência físico motora) com o tempo de 5min02s41. Na final, o paratleta conquistou ouro, se tornando bicampeão em sua categoria e batendo o recorde americano, com o incrível tempo de 4m49s55. Samuka Oliveira se classificou com o terceiro melhor tempo para a final dos 50m borboleta S5 (deficiência intelectual) com o tempo de 32s91. Na final, Samuka ficou em 4º lugar, com o tempo de 32s33. Esthefany Rodrigues disputou a final dos 50m borboleta na classe S5 (displasia epifisária) e está na 8ª colocação entre os finalistas do mundo nesta prova. Nesta edição, classificou-se com o tempo de 49s32, mas nadou na final em 50s02. As campeãs foram as chinesas e entre elas Lu Dong, que bateu um novo recorde mundial: 38s17. Nos 100m costas da categoria S14 (deficiência intelectual), Gabriel Bandeira e Arthur Xavier disputaram as baterias 1 e 2. Gabriel bateu o tempo de 1m01s30, ficando em 8º lugar e se classificando para a final. Já Arthur, com tempo de 1m02s60, fica em décimo, na reserva, mas não chega a competir. Gabriel Bandeira é vice-campeão nos 100m costas na classe S14. Com o tempo de 58s54, Bandeira leva a Prata nos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Gabriel superou seu tempo de classificação que tinha sido 1m01s30 e tem o recorde das Américas. Ana Karolina Soares, na primeira bateria dos 100m costas S14, se classifica para a final, mas termina em 7ª, fechando a prova com 1m10s70. Karol está entre as melhores atletas do mundo nos 100m costas S14. Lídia Vieira da Cruz competiu nos 50m livre na categoria S4 (limitações físico-motoras), com o melhor tempo, e avançou para a final. Na final, Lídia conquistou o segundo lugar, mas o resultado foi desconsiderado, sendo desclassificada por queimar a largada. Patrícia, que também avançou para a final, atingiu o tempo de 41s75, ficando com o 4º lugar. Wendell Belarmino competiu nos 100m borboleta S11 (deficiência visual) batendo o tempo de 1m05s98, ficando em 4º lugar e avançando para a final, onde atingiu o tempo de 1m4s84, finalizando a categoria em sexto lugar. Na mesma final, o japonês Keiichi Kimura atingiu o tempo de 1m00s90, levando o ouro e um novo recorde paralímpico para casa. Gabriel Araujo, o Gabrielzinho, competiu na bateria 1 dos 50m livre S3 (menor limitação físico motora), mas ficou em 11º e não se classificou para final, assim como Gabriel Cristiano, da categoria 100m livre S8, que terminou sua participação em 12º. Laila Suzigan Abate é a 4ª melhor nadadora do mundo na prova dos 400m livre categoria S6. Ela terminou em 4º com o tempo de 5m33s02. **Canoagem** Fernando Rufino – Jogos Paralímpicos Paris 2024 – Prova de Canoagem na Arena de Varnes-Sur-Marne, próxima de Paris. Foto: Alessandra Cabral/CPB Luis Carlos Cardoso buscou sua classificação, o atleta terminou a corrida em 1º lugar do KL1 garantindo sua vaga na final. Na mesma categoria, mas no feminino, Adriana Gomes de Azevedo garante vaga na semifinal. Debora Raiza Ribeiro Benevides se classificou com o segundo melhor tempo na bateria do VL2 feminino (atrofia nas pernas), concluindo o percurso em 1m04s62s, e está classificada para a semifinal. Mari Santilli se classificou para a semifinal do VL3 (perna esquerda amputada) da segunda bateria e concluiu a prova com o tempo de 1m01s85. Na sua estreia olímpica, Miqueias Rodrigues garantiu o 3º lugar com tempo de 42m36s e também está garantido na semifinal na categoria KL3. Fernando Rufino foi mais um classificado. Com o tempo de 44.18s o atleta concluiu o percurso de 200 metros no 4ª lugar na eliminatória e garantiu vaga na semifinal do KL2. Aline Furtado de Oliveira e Mari Santili, KL3, avançam nas baterias 1 e 2 e vão disputar a semifinal. Fernando Rufino e Igor Tofalini, VL2, avançam nas baterias 1 e 3 e são diretamente classificados para a final. **Atletismo** Viviane Ferreira Soares ficou em 15º lugar, com o tempo de 27s47 de prova, e não se classificou para final do 200m T12 (glaucoma hereditário). Lorraine Gomes de Aguiar, Clara Daniele Barros da Silva se classificaram para a semifinal. Izabela Campos na prova da final fez o seu maior arremesso, de 9.91m, ficando em 6º lugar na classificação geral do arremesso de peso F12. Antonia Keyla é bronze no 1.500m T20 com o terceiro melhor tempo, atingindo 4m29s40. A capixaba Lorraine Aguiar e a potiguar Clara Daniele não conseguiram a classificação para a final dos 200m T12 (deficiência visual). Estreantes em Jogos, Clara completou a prova em 26s31, finalizando em 10º, e Lorraine, em 26s55, finalizando em 11º. O paraense Alan Fonteles terminou na quinta colocação na final dos 400m T62 (amputados de membros inferiores com prótese), com o tempo de 50s30. Em Paris 2024, Alan também correu os 100m T64, na qual encerrou na oitava colocação. O fluminense Ricardo Mendonça, o paulista Christian Gabriel e o maranhense Bartolomeu Chaves avançaram para a final dos 200m T37 (paralisados cerebrais). Christian correu em 23s05 e fez o melhor tempo das eliminatórias. Ricardo, com 23s51, avançou em 5º, e Bartolomeu, com 23s53, em 6º. No levantamento de peso, o paraibano Ailton Souza encerrou sua prova da categoria até 80kg em 9º lugar, com 187 kg registrados. Ezequiel de Souza, na categoria 72kg, levantou 174kg no supino e ficou em 8º. Ana Gonçalves Marques, 61kg, levantou 105kg e ficou em 8º. Maria Costa levantou 133 kg no levantamento de peso categoria até 67kg e levou o bronze, o primeiro da modalidade em Paris 2024 e sua primeira medalha Paralímpica. Estreante nos jogos, Maria, já garantiu o recorde das Américas. Na prova dos 400m T47 (amputados de braço), Lucas de Sousa Lima, Petrucio Ferreira dos Santos e Thomaz Ruan de Moraes competiram, mas apenas Thomaz avançou para a final, com 48s68, o quarto melhor tempo das eliminatórias. No revezamento 4x100m misto, competiram Ariosvaldo Fernandes, Lorena Spoladore, Veronica Hipólito e Washington Junior, mas ficaram em 5º lugar e não avançaram para a final. Thiago Paulino, do arremesso de peso F57 (atletas sentados), conquistou a prata, 200ª medalha brasileira da história dos Jogos Paralímpicos. Competindo no salto em distância T20, Zileire Cassiano conseguiu o segundo lugar e leva a prata. Debora Oliveira de Lima finaliza em 6º e Jardênia Félix em 5º. Aser Mateus Almeida Ramos fez a segunda bateria dos 100m T36 e se classificou para a final. **Tênis de mesa** Danielle Rauen – Crédito: Marcello Zambrana/CPB Competindo contra a húngara Alexa Szvitacs na classe 9 do tênis de mesa individual feminino, Danielle Rauen foi eliminada por 3×2. **Judô** Alana Maldonado repete o feito de Tóquio 2020 vencendo a final do Judô -70kg J2, derrotando sua oponente chinesa Yue Wang, 1ª no ranking mundial. Brenda Freitas levou a prata na categoria 70kg J1 (cegos totais ou com percepção de luz), vencendo a chinesa Liu Li, com placar de 1×0. Kelly Victorio encerrou sua primeira participação em Jogos Paralímpicos em 5º lugar. A sul-mato-grossense chegou até a disputa do bronze, onde perdeu para a japonesa Kazusa Ogawa por 1×0. O mineiro Harlley Arruda foi eliminado na disputa pelo bronze na disputa contra o português Djibrilo Iafa. Lúcia Teixeira perdeu para Dayana Fedossova na categoria até 57kg J2 e foi para a repescagem. Mesmo assim, não conseguiu emplacar vitória contra a espanhola Marta Arce Payno e ficou fora do pódio.

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    Bunker da Esquerda NoahLoren 2 weeks ago 100%
    UP tem 3 vezes mais candidatos pretos que a média dos outros partidos - A Verdade averdade.org.br

    Nas eleições de 2024, a Unidade Popular (UP) será um dos partidos com maior proporção de pretos disputando um cargo. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 32,73% dos candidatos da UP se autodeclaram pretos, uma porcentagem 3 vezes maior do que a média dos demais partidos que estão participando da disputa: apenas 11% dos candidatos a prefeito e vereador nas eleições deste ano são pretos. O cenário reflete as consequências de séculos de opressão e exploração, da escravidão no passado à exclusão e marginalização social na atualidade, que ainda se põem como barreiras à participação política da população negra. No 13º ponto de seu programa político, a Unidade Popular defende o “fim do racismo e da discriminação dos negros”. Com a ampla presença dos pretos – especialmente jovens e mulheres – em suas chapas por todo o país na eleição de 2024, o partido demonstra mais uma vez o seu compromisso com a libertação negra e popular no Brasil. O jornal A Verdade conversou com algumas das candidatas da UP para apresentar suas lutas contra o fascismo e em defesa dos direitos da classe trabalhadora e do socialismo. Candidaturas de luta Na capital mais negra do país, Salvador (BA), a UP se destacou por lançar uma chapa 100% composta por negros para prefeitura, vice-prefeitura e vereança, com o objetivo de agitar seu programa socialista e antifascista na eleição municipal. Compõem a chapa Willian Santos do MLB, candidato a vereador, Giovana Ferreira, candidata à vice-prefeitura, e Eslane Paixão, candidata a prefeita. “No caso de Salvador, que é a cidade mais negra fora da África, ter uma candidatura de uma mulher preta, pobre e periférica comprometida com um programa revolucionário só reafirma o nosso compromisso com a luta daqueles que são mais explorados pelo sistema capitalista, ainda mais nesse contexto em que os candidatos da UP não vão ter os bilhões que os candidatos da burguesia vão ter à sua disposição nessa eleição“, disse Eslane, de 31 anos. Além de candidata, a baiana é militante do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e ajudou a organizar na cidade a Ocupação Luiza Mahin, nomeada a partir de uma grande liderança da luta contra a escravidão naquele estado no século XIX. Em Caruaru (PE), no Agreste pernambucano, a estudante Maria Santos, de 23 anos, é o nome da UP para a batalha eleitoral contra as oligarquias. “Aqui no município, só tem uma candidatura de mulher negra à prefeitura: a da Unidade Popular. O nosso objetivo com essa candidatura é organizar o povo, impulsionar a sua luta e mostrar uma alternativa concreta de mudança da realidade, que é o socialismo”, aponta a estudante. Já na capital pernambucana, Recife, a candidata será a enfermeira Ludmila Outtes, de 36 anos. A liderança da UP também é a atual presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Pernambuco (SEEPE), posição da qual liderou mobilizações que resultaram em importantes conquistas para a classe, como o Piso Salarial e a sala de descanso exclusiva para a enfermagem nas instituições de saúde. Na própria categoria de que Ludmila faz parte, 80% das trabalhadoras são mulheres, das quais 65% são negras, como ela. Agitar o socialismo nas eleições Também na disputa pelo Poder Legislativo, a UP construiu chapas com importante participação dos pretos e das pretas entre os candidatos, particularmente os jovens, devido a seu papel central na mobilização cotidiana contra o fascismo e pelo socialismo no Brasil. Um dos mais importantes exemplos vem do Sul do país: Amanda Wenceslau, de 22 anos, concorrerá à vereança em Florianópolis (SC) para defender os direitos da juventude negra catarinense. “Em um estado como Santa Catarina, que registra 6 injúrias raciais por dia, ter uma candidatura de uma jovem preta na capital é um desafio, mas mostra qual é o lugar que a gente tem na UP e na luta pelo socialismo”, explica a estudante de Saneamento no IFSC e diretora da Federação Nacional dos Estudantes em Ensino Técnico (FENET). Na cidade operária de Mauá (SP), a UP lançou a candidatura de Selma Almeida, que é liderança da Ocupação Manoel Aleixo do MLB e coordenadora nacional da Central de Movimentos Populares (CMP). Ao jornal A Verdade, ela disse: “Nós que somos candidatos da UP sofremos o que todo mundo sofre. Ando de ônibus, uso o SUS e estou há seis meses esperando um especialista. A Unidade Popular é esse partido de lutas que quer chamar o povo às ruas para reivindicar os seus direitos e construir o socialismo. Eu me sinto muito honrada de carregar essa bandeira”. Por isso, as candidatas entrevistadas ressaltam que a Unidade Popular quer utilizar o espaço das eleições para convocar os milhões de brasileiros explorados a lutar por grandes transformações econômicas e sociais no país. “A UP é um partido que vai organizar não só o povo negro, mas as mulheres, a classe trabalhadora, os pobres, todos os que estão sofrendo com a desigualdade no capitalismo”, defende a pernambucana Maria Santos.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Metalúrgicos rejeitam demissões e fechamento de fábricas na Volkswagen da Alemanha - Hora do Povo Hora do Povo horadopovo.com.br

    Os executivos da Volkswagen anunciaram aos representantes dos trabalhadores na última quarta-feira (4) que cogitam o fechamento de pelo menos duas fábricas na Alemanha pela primeira vez nos seus 87 anos de existência. Assim, umas das saídas pensadas pela marca para que os trabalhadores paguem pela crise é o fechamento de plantas (algo nunca antes feito na Alemanha desde que a empresa foi fundada em 1937), o que coloca na berlinda as unidades de Dresden e Osnabruck, que atualmente produzem os modelos ID.3, T-Roc Cabriolet e os Porsches Cayman e Boxster. Além disso, fala em subverter os acordos pactuados com os 680.000 funcionários que têm em todo mundo. Conforme os representantes da Volks, houve um sério encolhimento do mercado alemão – superior a 500 mil veículos por ano – após a pandemia, o que foi agravado pela estagnação que se seguiu à submissão de Berlim às sanções contra a Rússia e a sabotagem aos gasodutos Nord Stream que cortou o fornecimento de gás russo mais barato que alimentava as unidades industriais alemãs. A isto se agravou em paralelo a queda nas vendas com o avanço da fabricação própria pelos chineses, que investiram em modelos elétricos com mais tecnologia e independência. Diante destes fatores, o CEO da Volkswagen, Oliver Blume, reconheceu que “a indústria automobilística europeia se encontra em uma posição desafiadora e séria”, e que não pode descartar o fechamento de unidades e demissões. Os 25 mil trabalhadores reunidos em assembleia na sede da empresa, em Wolfsburg, entoaram o slogan “nós somos a Volkswagen, vocês não” e despacharam o chefe de finanças da empresa, Arno Antlitz, com um “até mais ver” enquanto ele tentava justificar a política de cortes. Na sua provocação, Antlitz sustentou que “precisamos aumentar a produtividade e reduzir custos”. Nenhuma vírgula sobre mexer nos ganhos dos diretores ou dos acionistas. Em nome do Conselho dos Trabalhadores da Volks, Daniela Cavallo, reagiu à ladainha de Antlitz de que diretores e trabalhadores deveriam fazer a sua parte e afirmou que a direção da empresa “danificou massivamente a confiança” dos milhares de homens e mulheres ali presentes. Cavallo comparou a ameaça de fechar fábricas a uma “declaração de falência” e acusou o CEO da Volkswagen, Oliver Blume, de priorizar um acordo de cerca de 5,5 bilhões de euros (R$ 34 bilhões de reais) com a empresa americana de softwares Rivian, ao invés de proteger os empregos locais. ### **SINDICATO DE METALÚRGICOS DISCUTEM DECRETAÇÃO DE GREVES** Em resposta à provocação de Blume, o Sindicato dos metalúrgicos IG Metall avalia realizar greves e comunicou que não retrocederá nas suas exigências de aumento salarial nas próximas rodadas de negociação. A estagnação econômica e a inflação, assinalam os sindicalistas, devem ser combatidos com investimento em ciência e tecnologia e ampliação do mercado interno. Frente aos crescentes protestos, o governo do chanceler alemão Olaf Scholz disse que a Volkswagen está “ciente da importância” da companhia para o país. O ministro do Trabalho, Hubertus Heil, informou que o gabinete de Scholz chegou a um acordo para reduzir impostos e, assim, aumentar a demanda por carros elétricos. Inicialmente, a empresa pressionou para tentar pôr fim a um acordo de décadas com trabalhadores que garante a segurança do emprego nas seis fábricas da empresa, e admitiu que o fim desse “pacto” seria parte da sua estratégia para reduzir gastos em até 10 bilhões de euros (R$ 62,5 bilhões). Na prática, o que os executivos da Volks queriam era ampliar a margem de lucro para obscenos 6,5% até 2026, obtendo uma alta significativa em relação aos 2,3% obtidos no primeiro semestre de 2024, às custas da compressão de salários e direitos. “A Volkswagen não está sofrendo por causa de suas fábricas alemãs e dos custos de pessoal na Alemanha. O problema da Volkswagen é que o conselho de administração não está fazendo o seu trabalho”, ressaltou o sindicato. Só no primeiro semestre deste ano, a Volkswagen relata queda de 15,2% nas vendas de veículos elétricos na Europa e recuo de 15,4% nos EUA. Falta dinheiro para os investimentos necessários e flexibilidade para reagir às mudanças tecnológicas no mundo. O fato é que os chineses, até então compradores de marcas estrangeiros, consolidaram sua preferência pelas marcas locais em detrimento de opções europeia. Em 2023, por exemplo, a Volkswagen perdeu a liderança de vendas na China para a BYD após décadas de hegemonia. “A indústria automotiva mudou muito no segmento de volume em apenas alguns anos”, disse Blume. Diante do anúncio da empresa de que se sente “compelida a rescindir o acordo de proteção ao emprego que está em vigor desde 1994”, o prefeito de Emden, com apoio de dirigentes sindicais como Thorsten Gröger, descreveu o fechamento da fábrica da VW como “plano irresponsável”. “Isso coloca todas as unidades alemãs na mira – independentemente de serem locais ou subsidiárias da VW, no oeste ou leste da Alemanha”, avaliou Daniela Cavallo, reafirmando que haverá uma “resistência feroz”.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Caramelo dos felinos? Conheça a única raça brasileira de gatos e entenda por que ela é confundida com 'vira-latas' g1.globo.com

    O cachorro caramelo – cão sem raça definida (SRD) dono de uma coloração que passeia entre o dourado e o marrom – ficou famoso nas redes sociais e gerou diversos memes por seu carisma típico. No entanto, o melhor amigo do homem não é único que atrai fãs por sua autenticidade brasileira. Entre os gatos, um perfil comum, que não se parece com um angorá ou um persa, por exemplo, pode esconder uma linhagem corriqueiramente chamada de 'vira-latas', mas que faz sucesso no exterior: é o brazilian shorthair (do inglês, pelo curto brasileiro). Esse grupo foi desenvolvido pelo engenheiro Paulo Samuel Ruschi – fundador da Federação Brasileira de Gatos – e reconhecido oficialmente em 1998 por meio do World Cat Federation (WCF), uma associação internacional de clubes de gatos. Anna Júlia Dannala é empresária e criadora de felinos há 13 anos. Seu gatil, em Valinhos (SP), é conhecido por comercializar o Savannah, híbrido do cruzamento entre os gatos domésticos e o serval, que podem custar até R$ 120 mil, e o Abissínio. Gateira que é, ela também tem entre seus filhos felinos exemplares do pelo curto brasileiro. Ao g1, explicou que os gatos vistos nas ruas também podem ser dessa raça e detalhou como funciona o processo para que um animal possa ser reconhecido como de pedigree (documento que atesta a linhagem de um animal de raça pura). Características que fazem sucesso 😻 Assim como outros animais com raça definida, o gato de pelo curto brasileiro tem suas próprias características e, por conta do seu temperamento dócil e amigável, a raça faz sucesso fora do país. Eles também são considerados inteligentes e bons caçadores. ### **Confira, abaixo, suas peculiaridades:** 🐈 O corpo do gato tem tamanho médio e musculoso, sendo esguio e elegante. Sua cauda tem comprimento de média a longa, e o pescoço é firme - não sendo muito musculoso; 🐾 As pernas são médias e as patas são ligeiramente arredondadas; 🐱 A cabeça tem tamanho de pequena a média, e seu queixo e o maxilar inferior são fortes; 😽 Suas orelhas são grandes e eretas, sendo adornadas com tufos; 👀 Os olhos são grandes e arredondados; 🎨 A cor pode variar. Sua pelagem é curta e brilhante, ficando rente ao corpo, com textura sedosa e sem subpelo. Segundo Anna Júlia, apesar de aparentar ser um gato comum, como os que são vistos diariamente nas ruas, há mais facilidade de encontrar o brazilian shorthair em outros países. Isso está relacionado ao cuidado que criadores têm para garantir a "pureza" dos felinos (entenda mais detalhes abaixo). ### **Único do Brasil** 🐾 Em 1500, para que as embarcações não ficassem infestadas de ratos e camundongos, os portugueses trouxeram gatos descendentes de uma espécie de felinos que deu origem ao que hoje são chamados gatos domésticos. Foram quase 500 anos até o reconhecimento da raça nacional. Era necessário que alguém tornasse esses animais em uma raça pura. Em meados dos anos 80, o engenheiro Paulo Samuel decidiu definir um padrão genético para que os gatos, antes conhecidos como de rua, fossem reconhecidos como de raça. Para Anna Júlia, como cada país tem gatos com características diferentes, eles conseguem torná-los de raça. “Os ingleses e os americanos transformaram os seus gatos de rua em gatos de raça. Então o british shorthair, que é o gato pelo curto britânico, são os gatos de rua da Inglaterra, e o american shorthair são os gatos de rua dos Estados Unidos”, conta. Afinal, o que os diferencia do SRD? 🐈 De acordo com Anna Júlia, para que uma raça seja inscrita na federação, é preciso seguir alguns padrões nas características, como focinhos, olhos, orelhas, pernas, peso, além das texturas da pelagem, comprimento e, em alguns casos, cores. 😸 Resumindo, um gato só pode se tornar de raça após intervenção humana. Quando não há uma interferência, eles continuam sendo comuns independentemente das características. “O que é gato comum? O que é raça pura? Então o que é sem raça definida? É um gato que não se tem origem dele, não se tem controle genético, não se tem uma intervenção humana nele. Os gatos que estão nas ruas, nos abrigos, nas ONGs, esses gatinhos aqui do Brasil e de outros países, não existe processo seletivo de genética”, explica. Dessa forma, a diferença está na genética: como os gatos de ruas se reproduzem sozinhos, não há um controle da linhagem. Para que o animal seja de pedigree, há gastos com veterinário e estudo para que eles sigam um padrão. É necessário ainda fazer o mapeamento da árvore genealógica – conhecer os pais, avós e bisavós dos felinos. 🐕 Vale dizer que os cachorros caramelo, apesar de serem tão característicos do país, nunca foram oficializados como raça. “Como não houve humanos que acompanhassem esse gatinho (sem raça definida), ninguém sabe a origem dele. Então, quando se adota um gatinho de uma ONG ou resgata um gatinho das ruas, ninguém sabe a origem dele”, relata a dona do gatil. Apesar dos gatos de ruas serem iguais, como não houve um investimento em dinheiro e tempo, não tem como considerá-los de raça pura. “Todo gato tem valor, mas poucos gatos têm preço […] Os gatinhos que são obras da natureza são gratuitos e os cães igualmente”, afirma. Além disso, a empresária avalia que é importante preservar as características, não só dos cachorros e gatos, mas também de outras espécies de animais. “A criação de animais de raça é conservação. Assim como as pessoas que se dedicam a preservar espécies selvagens em cativeiro, que é uma conservação, prevenção da extinção”. “Criação de animais de raça é conservação da beleza, conservação de obras da natureza, que podem desaparecer se forem misturadas, ou se morrerem na natureza”, finaliza. *Sob supervisão de Yasmin Castro.V

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    Justiça impede repatriação automática de migrantes asiáticos no aeroporto de Guarulhos www.brasildefato.com.br

    A Justiça Federal determinou na quinta-feira (5) que três grupos de imigrantes retidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, na região metropolitana de São Paulo, não poderão ser repatriados de forma automática. Cerca de 70 pessoas com origem principalmente no Nepal e no Vietnã foram contempladas com habeas corpus e não poderão ser repatriados, de acordo com as decisões tomadas por juízes na 1ª e na 6ª Vara Federal de Guarulhos. O caso foi analisado pela justiça a pedido da Defensoria Pública da União (DPU), depois das novas medidas implementadas na semana passada pelo governo federal que endurecem os requisitos para entrar no país, como a exigência de visto de quem pretende viajar para um terceiro país em voo com conexão no Brasil. As novas regras também obrigam os solicitantes de refúgio a demonstrar que sofrem perseguição política ou violência em seus países de origem, o que não acontecia até agora. "O Brasil virou rota de organizações criminosas, que fazem contrabando de imigrantes e tráfico de pessoas", afirma um relatório do Ministério da Justiça enviado à AFP na última semana. Segundo a Polícia Federal, houve um aumento "exponencial" de viajantes que fazem escala no aeroporto de Guarulhos e, ao invés de seguirem viagem até o destino final de seus bilhetes, ficam para tentar entrar em território brasileiro. Com isso, centenas de pessoas permanecem aglomeradas na área de trânsito, o que suscitou denúncias de violações dos direitos humanos, especialmente após a morte de um migrante, que passou mal no recinto. Em 13 de agosto, a morte de um homem ganês que tinha chegado cinco dias antes e fazia parte de um grupo de migrantes retido no aeroporto fez soar o alarme. "Passou mal, sendo atendido por uma equipe médica e encaminhado ao hospital público, onde veio a óbito em decorrência de infarto", confirmou à AFP a Polícia Federal, sem dar mais detalhes. Segundo dados oficiais, em 2013 houve 69 pedidos de refúgio neste aeroporto, número que se multiplicou por mais de 60 em uma década, chegando a 4.239 em 2023. De janeiro a julho deste ano, foram 5.428 solicitações, em média 25 por dia. Mais de 650 viajantes chegaram a ficar retidos ao mesmo tempo nas dependências do aeroporto em agosto. Na última terça-feira (3), o número de migrantes retidos no aeroporto era de 120. Os migrantes são originários, sobretudo, de países asiáticos e têm bilhetes com destino final em outros países sul-americanos. Guarulhos, que atende a cidade de São Paulo, é um dos aeroportos com maior tráfego de passageiros da América Latina, com 35 milhões ao ano. Os migrantes que chegam ali devem permanecer em uma área restrita enquanto tramitam seus pedidos de refúgio, o que pode demorar semanas. ### **Violações de direitos humanos** A DPU constatou no local "reiteradas situações de violação dos direitos humanos". Há crianças e adolescentes desacompanhados e mulheres em condições de extrema vulnerabilidade. Os migrantes estão "dormindo no chão" e há "uma crescente demanda por atendimento médico, com muitas pessoas apresentando sintomas gripais", informou a Defensoria em um comunicado. A entidade também descreveu péssimas condições de alimentação e higiene. A Organização de Resgate de Refugiados do Afeganistão (ARRO), com sede em São Paulo, criticou, por sua vez, que a resposta do Brasil ao que descreveu como uma "tragédia humanitária" seja restringir a entrada dos imigrantes sem visto. "O tráfico (de pessoas) deve ser combatido e as pessoas em situação de vulnerabilidade precisam de acolhimento, não de criminalização", declarou. Segundo as autoridades brasileiras, os migrantes "são orientados pelas organizações criminosas a recorrer ao pedido de refúgio para ingressar em território brasileiro", sabendo que não ficarão ali. Em seguida, seguem por terra para a Colômbia, onde cruzam a fronteira com o Panamá através da selva de Darién. "O objetivo desses viajantes não é solicitar a proteção do Estado brasileiro por meio do instituto do refúgio, mas, sim, seguir rota rumo ao norte das Américas, principalmente para os Estados Unidos e/ou Canadá", afirma o ministério.

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    Visita de Putin à Mongólia pode abrir precedente para ida do presidente russo ao G20 www.brasildefato.com.br

    O presidente russo, Vladimir Putin, realizou no início da semana uma visita oficial à Mongólia. Como o país asiático é signatário do Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão que emitiu um mandado de prisão contra Putin por supostos crimes de guerra relacionados ao conflito na Ucrânia, tecnicamente a Mongólia deveria ter executado a prisão do líder russo. Ao invés disso, ao desembarcar no país, Putin foi recebido de forma calorosa com direito a uma guarda de honra e uma grande recepção na Praça Genghis Khan, no centro da capital, que ficou enfeitada com bandeiras dos dois países. A posição da Mongólia recebeu críticas da Ucrânia, mas não houve condenação explícita do Ocidente. Como resultado, a bem-sucedida viagem a um país signatário do TPI abriu uma lacuna na credibilidade do arbítrio do Tribunal em países terceiros e pode abrir um precendente para dar luz verde a outras viagens do presidente russo. Em entrevista ao Brasil de Fato, o vice-diretor do Instituto de História e Política da Universidade Estatal Pedagógica de Moscou, Vladimir Shapovalov, observou que a posição que a Mongólia assumiu foi uma “reação bastante adequada”, que reafirmou a sua independência e soberania na arena internacional. Ao mesmo tempo, o cientista político destacou que “o TPI não pode ser encarado uma instância jurídica objetiva”. Segundo ele, a Corte é “um simulacro criado pelo mundo ocidental, pelo ocidente coletivo, para promoção e realização dos seus objetivos”. Durante a reunião com o presidente da Mongólia, Ukhnaagiin Khürelsükh, Putin destacou o desenvolvimento das relações bilaterais entre os países, reforçando que “nos primeiros sete meses deste ano, o volume de negócios comercial aumentou mais de 21%”. “Além disso, os acordos comerciais entre os nossos dois países já são quase inteiramente feitos em moedas alternativas ao dólar e ao euro”, acrescentou. A visita à Mongólia foi a primeira viagem de Putin a um país que reconhece a jurisdição do Tribunal Penal Internacional desde que o mandado de prisão foi emitido em março do ano passado. A acusação contra Putin diz respeito à suposta deportação e transferência ilegal de crianças da Ucrânia para territórios anexados pela Rússia durante a guerra. Um mandado de prisão semelhante foi emitido para a comissária do presidente da Federação Russa para os Direitos da Criança, Maria Lvova-Belova. O motivo da acusação remete a maio de 2022, quando Putin assinou um decreto sobre um procedimento de simplificação para órfãos da Ucrânia obterem a cidadania russa. ### **Precedente para o G20 no Brasil?** A vista de Putin a um país signatário do TPI remete ao dilema do Brasil - que também é signatário do Estatuto de Roma - já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já manifestou o desejo que o presidente russo participasse da cúpula do G20, que será realizado no Rio de Janeiro, em novembro. Lula chegou a apresentar à Comissão de Direto Internacional da ONU um documento com arcabouço jurídico para sustentar a possibilidade da vinda de Putin, mas, ao mesmo tempo, o líder disse que o próprio presidente russo deve avaliar as consequências de sua visita. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta semana que Putin ainda não tomou a decisão sobre o G20. “Nenhuma decisão foi tomada a esse respeito ainda. Nosso Sherpa continua a trabalhar ativamente com seus colegas. Estamos defendendo os nossos interesses lá, mas o presidente ainda não tomou nenhuma decisão”, disse Peskov. Para o cientista político Vladimir Shapovalov, o caso da Mongólia “realmente cria um sério precedente e é claro que isso abre um campo para futuras visitas entre Estados” para o presidente russo. No entanto, há um fator complicador para uma eventual presença de Putin no G20 que é a interferência e pressão de outros Estados durante o evento no Rio de Janeiro, considerando o G20 é composto em grande parte por todos os países que compõem o que a Rússia chama de “ocidente coletivo”. Ou seja, uma conferência multilateral com uma ampla presença de países que antagonizam com a Rússia é mais complexa para uma visita de Putin do que uma visita bilateral. “No que diz respeito ao Brasil e outros países, a situação aqui é ambígua. Nós devemos considerar uma série de fatores, entender que o fornecimento de garantias de segurança incondicional para o presidente da Rússia é a máxima prioridade para o país. Se tais condições forem garantidas, a visita para este ou aquele país pode ter sentido. Se essas garantias não existirem, é melhor que a Rússia receba visitas de outros líderes”, diz Shapovalov. Neste sentido, os líderes de Brasil e Rússia já tem uma data marcada para um encontro em solo russo junto com outros líderes do Sul Global. A Cúpula do Brics, que acontece em Kazan, de 22 a 24 de outubro, tem a presença confirmada do presidente Lula. Este evento pode dar os próximos sinais sobre as chances de Putin visitar o Brasil. Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Mongólia, Ukhnaagiin Khurelsukh, participam de uma cerimônia oficial de boas-vindas em Ulaanbaatar, em 3 de setembro de 2024. / Byambasuren Byamba-Ochir/AFP ### **'Mongólia é um país soberano'** Para o cientista político Vladiimr Shapovalov, a posição da Mongólia de ignorar o Tribunal Internacional está relacionada com a posição independente e soberana do país no mundo, mas ao mesmo tempo revela uma inclinação para o fortalecimento das relações com a Rússia e a China ao invés do Ocidente. “Em primeiro lugar, é preciso destacar que a Mongólia é um país soberano, neutro, isso é importante. Que não adere a certas alianças militares, blocos político-militares, e que busca promover uma política de múltiplos vetores. Mas nós vemos que a atual visita comprova que o curso de fortalecimento das relações com a Rússia está claramente se tornando predominante. É preciso observar que aqui estão muito bem definidas as prioridades. Para a Mongólia, a Rússia, junto com a China, é um dos parceiros-chave”, analisa. No que diz respeito à posição da Mongólia em relação à guerra da Ucrânia, Shapovalov aponta que o país asiático “adota a mesma posição que a maioria dos países da 'maioria global'”. “Ou seja, a Mongólia se distancia do apoio a esse ou àquele país, não participa das sanções ocidentais em nenhum grau. E a Rússia valoriza essa posição e demonstra gratidão à parte mongol pela coragem e pela prontidão de seguir os interesses nacionais e não os interesses do Ocidente”, acrescenta. Autoridades da Mongólia justificaram a recusa em cumprir o mandado de prisão do tribunal internacional alegando que o país possui uma dependência energética, importando 95% dos seus produtos petrolíferos e mais de 20% da sua eletricidade dos seus vizinhos mais próximos. De acordo com fontes do governo, citadas pela revista Politico, esses suprimentos são essenciais para a sobrevivência do país. Além disso, a publicação destacou o histórico de neutralidade que o país adota em suas relações diplomáticas. “A Mongólia sempre manteve uma política de neutralidade em todas as suas relações diplomáticas”, diz a fonte. ### **Entre Rússia e China** A recusa da Mongólia não foi uma surpresa, uma vez que o país nunca condenou a Rússia pela guerra da Ucrânia e possui fortes laços históricos com Moscou. Durante o período soviético, o país asiático se manteve como uma espécie de “Estado satélite” do bloco socialista. Além disso, a União Soviética lutou ao lado da Mongólia contra os japoneses na batalha de Khalkhin Gol, em 1939, luta marcante na história da defesa da integridade territorial da Mongólia. Esta batalha, inclusive, teve o aniversário de 85 anos celebrado durante a visita de Putin. E durante a Segunda Guerra Mundial, as tropas mongóis também ofereceram ao exército soviético na luga contra o nazismo. Vladimir Shapovalov aponta que, no períodos pós-soviético, diferentemente, por exemplo, da Coreia do Norte, a Mongólia “começou a adotar uma política em diferentes vetores”, na qual participaram não só a Rússia e a China, mas também os EUA e os países da União Europeia. Segundo ele, as relações do país asiático se desenvolveram de forma bastante ativa em várias frentes. “A Mongólia não é o tipo de país que segue a Rússia, ou a China, mas é um país que justamente por se encontrar entre a Rússia e a China, se esforçou em diversificar os vetores da sua movimentação e, em determinado momento, chegou a apostar nos EUA, no fortalecimento da amizade com os EUA", afirma. O país asiático, ao nunca deixar de manter boas relações com o Ocidente, sempre foi reconhecido por respeitar as normas do sistema internacional e as suas principais instituições. A visita de Putin, no entanto, mostra que a Mongólia está disposta a colocar a autoridade do Tribunal Penal Internacional em xeque, priorizando os seus interesses nacionais. “Tudo isso mostra que a Mongólia vem adotando o curso de fortalecimento da interação com a Rússia de forma muito ativa. Aliás, uma interação trilateral, junto com a Rússia e com a China. Não acho que isso signifique que a Mongólia agora vai abandonar o seu vetor ocidental, se recusando a se relacionar com os EUA. Mas isso significa que a Mongólia adota passos mais ativos em direção à Rússia e à China, em direção aos países que designou-se chamar de 'maioria global', em oposição ao Ocidente”, argumenta. “A decisão adotada pela Mongólia não é só uma decisão que abre precedentes e descredibiliza o TPI, como uma instância que tem a pretensão de ter agência, mas é uma decisão que fixa de maneira muito clara as significativas mudanças que hoje ocorrem no mundo em escala global”, acrescentou o cientista político. ### **Reação dos EUA** O analista observa também que a reação dos EUA “foi muito contida” e não houve uma condenação explícita por parte da Casa Branca em relação à recepção da Mongólia ao presidente russo. O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller , afirmou que os Estados Unidos “compreendem a difícil situação em que se encontra a Mongólia, mas, no entanto, lembram ao país a importância de cumprir as suas obrigações internacionais”. “Compreendemos a posição em que a Mongólia se encontra, imprensada entre dois vizinhos muito maiores, mas pensamos que é importante que continuem a apoiar o Estado de direito em todo o mundo”, declarou Miller, acrescentando que os EUA continuarão apoiando a Mongólia. Já a reação da Ucrânia foi de uma crítica mais severa. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Georgy Tikhy, considerou a recusa das autoridades mongóis de executar o mandado do Tribunal Penal Internacional “um duro golpe para a justiça” e ameaçou a Mongólia com retaliações. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, reagiu à fala do diplomata ucraniano e classificou como “rudes as declarações de autoridades ucranianas”. O chanceler afirmou que “o tema do TPI está sendo artificialmente exagerado”, acrescentando que o Ocidente recorre a padrões duplos neste âmbito. Lavrov citou como exemplo a forma como os juízes do TPI foram criticados apenas por “sugerirem” colocar a liderança de Israel na lista de condenados pelo tribunal. O ministro lembrou também como os Estados Unidos ameaçaram o TPI com sanções por tentar investigar os bombardeamentos estadunidenses no Afeganistão. Para o cientista político Vladimir Shapovalov, este caso revela que as organizações internacionais são amplamente instrumentalizadas pelo interesse Ocidente e "uma forma de instrumento de contenção, expansão, pressão e influência do Ocidente no mundo”. “E é assim que aconteceu, pelo menos nas últimas décadas, sobretudo após a dissolução da União Soviética. Agora nós vemos que o papel dessas organizações, sua influência e sua autoridade, está significativamente diminuindo”, completa.

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    Ataques de Israel matam 61 pessoas em 48 horas na Faixa de Gaza www.brasildefato.com.br

    AAtaques militares de Israel deixaram 61 pessoas mortas no intervalo de 48 horas na Faixa de Gaza, de acordo com números divulgados pelo Ministério da Saúde do governo palestino, comandado pelo Hamas, neste sábado (7). Um dos ataques foi aéreo e atingiu salas de aula e de oração em um complexo escolar utilizado como abrigo por cerca de 2 mil pessoas palestinas deslocadas pela guerra. No total, oito morreram e 15 ficaram feridas, segundo médicos locais. Outras cinco pessoas foram mortas em uma residência. ### **11 meses de guerra** Desde o início do conflito mais recente na região, em 7 de outubro de 2023, as investidas de Israel contabilizaram 40.939 palestinos mortos e 94.616 pessoas feridas em Gaza. Os onze meses de guerra resultaram no deslocamento de quase toda a população palestina, de 2,3 milhões de pessoas. O cenário provoca uma crise humanitária sem precedentes e fez com que a África do Sul acusasse Israel de genocídio, iniciando um processo na Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia. Israel nega o crime. Há vários meses, Catar, Egito e Estados Unidos, países que atuam como mediadores do conflito, tentam convencer Hamas e Israel a aceitarem um acordo de cessar-fogo que inclua a libertação de reféns e de prisioneiros palestinos detidos por Israel. Diante da falta de acordo de trégua, Israel foi palco, na última semana, de uma greve geral para pressionar o governo de Benjamin Netanyahu pela libertação dos reféns que estão sob poder do Hamas. Ignorando os atos, Netanyahu busca ganhar tempo para obter novos apoios na continuidade da guerra, dizem analistas políticos.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Venezuela suspende representação do Brasil sobre embaixada da Argentina em Caracas www.brasildefato.com.br

    O governo da Venezuela suspendeu neste sábado (7) a custódia do Brasil sobre a embaixada da Argentina em Caracas. Segundo o Ministério das Relações Exteriores venezuelano, a medida foi tomada porque o lugar está sendo usado para preparar ataques terroristas e "planos de magnicídio [assassinato de figuras importantes por motivos políticos]" contra o presidente Nicolás Maduro e a vice Delcy Rodríguez. O Itamaraty afirmou que a notícia foi recebida com "surpresa" e que a representação da embaixada argentina continuará com o Brasil até que Buenos Aires indique um novo representante. Agentes das forças de segurança da Venezuela se posicionaram à frente da embaixada da Argentina por volta das 20h desta sexta-feira (6). Em comunicado, o governo brasileiro reforçou a "inviolabilidade das instalações da missão diplomática argentina". A embaixada brasileira na capital venezuelana está negociando uma forma de contornar a situação e evitar sua escalada. Desde março, a embaixada da Argentina na Venezuela está sendo usada como asilo para seis venezuelanos opositores que afirmam estar sendo "perseguidos". Eles são ligados ao grupo de extrema direita Vente Venezuela e à coalizão Plataforma Unitária, que teve o ex-embaixador Edmundo González Urrutia como candidato das eleições de 2024, cujo vencedor foi Maduro. A custódia é uma ferramenta para que um país assuma a representação diplomática de outro governo. O Brasil havia assumido a embaixada da Argentina e do Peru no começo de agosto atendendo a um pedido do presidente Javier MIlei, após o governo de Maduro ter determinado a expulsão do corpo diplomático de sete países da América Latina que acusaram fraude na eleição presidencial sem apresentar provas. ### **Reação argentina** Depois da publicação da medida, o governo argentino contestou a decisão de revogar a representação brasileira. Em nota, a Casa Rosada agradeceu o Brasil, "denunciou" a presença de policiais na frente da embaixada e criticou o que disse ser uma "medida unilateral do governo" venezuelano. "A República Argentina rejeita esta medida unilateral e alerta o governo venezuelano que deve respeitar a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, que consagra a inviolabilidade das instalações da missão. Qualquer tentativa de intromissão ou sequestro dos requerentes de asilo que permanecem na nossa residência oficial será duramente condenada pela comunidade internacional", afirmou o governo argentino. Essa não é a primeira vez que o Brasil assume a representação diplomática argentina na história. Em 1982, durante a Guerra das Malvinas, o governo brasileiro ficou sob a custódia da embaixada da Argentina no Reino Unido. Dessa vez, a crise tem como origem a contestação dos resultados eleitorais pela oposição. O grupo liderado pela ultraliberal María Corina Machado afirma ter recolhido mais de 80% das cópias das atas eleitorais e que a soma desses resultados garantiria a vitória de Edmundo González. Mesmo com a judicialização do processo eleitoral, os opositores não apresentaram as atas ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ). Depois disso, a Justiça emitiu um mandado de prisão contra Edmundo González pela publicação das supostas atas em dois sites. ### **Milei x Maduro** Venezuela e Argentina cortaram relações diplomáticas depois da eleição do atual mandatário argentino e têm trocado farpas pela imprensa. Milei já chamou Maduro de "ditador" e disse que encabeçaria uma articulação contra a Venezuela para que as sanções contra o país aumentassem. A relação entre os dois países piorou desde o envio do avião da estatal venezuelana Emtrasur aos Estados Unidos. A aeronave estava retida desde junho de 2022 em Buenos Aires por uma cooperação judicial entre Argentina e Estados Unidos. Cerca de dois meses depois da posse de Milei, o avião foi confiscado pelos EUA e enviado para a Flórida. O Ministério das Relações Exteriores da Venezuela disse que o avião havia sido "roubado". Depois disso, a Venezuela fechou o espaço aéreo para voos que tenham como origem ou destino a Argentina.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Abordagens por reconhecimento facial têm 10% de falsos positivos, diz PM na Alerj www.brasildefato.com.br

    As abordagens conduzidas pela Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) com o uso do sistema de reconhecimento por biometria facial tiveram uma taxa de falsos positivos de 10% desde a implementação, no dia 31 de dezembro de 2023, na comemoração do Réveillon. Os dados foram apresentados durante audiência pública, na última segunda-feira (2) na sede do Parlamento fluminense, realizada pelas Comissões de Direitos Humanos e do Cumprimento das Leis (Cumpra-se) da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O objetivo do encontro foi discutir o projeto de lei 2.476/24, que obriga a criação de um relatório de impacto à proteção de dados pessoais dos sistemas de reconhecimento por biometria facial. De acordo com o diretor de Infraestrutura de Tecnologia do Centro Integrado de Comando e Controle (Cicc), major Agdan Fernandes, a regulamentação pode auxiliar na redução do índice de erros. Ao todo, a Polícia Militar já realizou 330 prisões com base no sistema, que foi elogiado pela corporação e conta com 137 câmeras espalhadas pela cidade. "O falso positivo ocorre, mas ele é mitigado pelos nossos procedimentos. O nosso índice é de 9% a 10%, mas ações como essa, na Alerj, ajuda que a gente consiga trabalhar para diminuir esse índice ainda mais", comentou o major. "Toda política pública necessita de melhoras e o reconhecimento facial não é exceção. Acho que o grande debate foi em torno de continuar usando a ferramenta, melhorando com base na experiência de outros países e aprimorar a legislação para que ela se torne mais eficaz", completou Fernandes. Os participantes da audiência fizeram sugestões para aperfeiçoar o projeto, dentre elas uma que foi encaminhada pela própria PMERJ para proibir a prisão baseada apenas no reconhecimento biométrico facial, assim como a lei 10.141/23 já proíbe a prisão por reconhecimento fotográfico. Ao todo, a corporação fez 12 sugestões de alteração no texto. "Todas as sugestões vão ser incorporadas ao projeto, o que vai facilitar a aprovação da medida e a análise do cumprimento da lei. Esse sistema já levou à prisão de várias pessoas mas também a várias injustiças", ponderou o deputado Carlos Minc (PSB), presidente da Comissão do Cumpra-se. "O objetivo central do projeto é impedir que haja injustiça e que os dados sejam apropriados por empresas como acontecem nas redes de farmácias. A gente quer melhorar o combate à bandidagem, impedir que isso leve ao racismo, à vulnerabilização de crianças e à captura de dados privados", disse. A deputada Dani Monteiro (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos, destacou que, mesmo sendo contrária ao sistema de reconhecimento biométrico facial, é necessário discutir o uso desses dados. "Haja vista a produção contínua e diária de dados biométricos pelo poder público, nos interessa muito saber qual é a forma de governança desses dados. Isso não é apenas um debate de segurança pública, é um debate cidadão", complementou a parlamentar. ### **Racismo institucional** Na audiência, entretanto, os participantes destacaram casos, no Brasil e no mundo, das falhas do reconhecimento facial para abordagem incorreta de pessoas negras, refletindo a perspectiva do racismo institucional. Pablo Nunes, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC), citou que, apesar dos avanços na tecnologia, o mecanismo já foi desencorajado por organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e sequer teve utilização nos Jogos Olímpicos de Paris. "As análises mostram que os algoritmos continuam produzindo resultados muito díspares quando a agente analisa os perfis sociodemográficos que são alvos dessa tecnologia", comentou. Uma das impactadas pelo viés racista do sistema de reconhecimento foi a coordenadora de Promoção de Igualdade Racial de Nova Iguaçu, Daiane de Souza Melo. Ela foi identificada erroneamente como uma procurada pela Justiça, em abril deste ano, enquanto participava da Conferência Estadual de Igualdade Racial, no Liceu de Artes, no Centro do Rio. "Eu já tinha lido sobre as câmeras não reconhecerem adequadamente rostos negros. É muito complicado a gente pensar que a segurança não está para todos. Eu acredito que a grande maioria das pessoas pretas, negras e pardas nascem, vivem e morrem com medo da polícia", disse Daiane. Questionado sobre o quantitativo de pessoas negras que foram classificadas erroneamente como procuradas pela Justiça, o major Fernandes explicou que a corporação não dispõe desses dados por se tratar de um dado "autodeclarado".

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Esther Dweck substituirá Silvio Almeida no ministério de Direitos Humanos até indicação de novo titular www.brasildefato.com.br

    A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, assumirá interinamente o comando do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) após a demissão de Silvio Almeida, acusado de assédio sexual. O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira (6). Em nota, a Secretaria de Comunicação Social informou que "ela vai acumular temporariamente a função com a de ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos até a definição de um novo titular para o MDHC". A ministra confirmou o novo cargo em suas redes sociais. "Assumo essa importante missão a pedido do presidente Lula para garantir que as atividades e a política de defesa e manutenção dos direitos humanos e cidadania continuem sem interrupções", afirmou. O ministro Silvio Almeida foi demitido na noite desta sexta, após se tornarem públicas denúncias de que ele teria assediado sexualmente a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), e outras mulheres – que permanecem anônimas. Ele nega as acusações. Após ouvir os envolvidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ter ficado insustentável a permanência de do agora ex-ministro à frente da pasta. ### **Entenda** Nesta quinta-feira (5), o site Metrópoles e o jornal Folha de S.Paulo publicaram denúncias de assédio sexual contra Silvio Almeida. A organização MeeToo Brasil confirmou, posteriormente, que havia recebido acusações contra o então ministro. Uma das mulheres assediadas sexualmente teria sido Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial. Na noite desta sexta-feira (6), Anielle publicou uma nota em que não confirma nem nega as acusações. Ela afirmou que vai colaborar com as investigações e pediu respeito à sua privacidade. Almeida nega as acusações. Antes da demissão, em nota divulgada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, o agora ex-ministro afirmou que as denúncias carecem de materialidade. "Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas." Após a decisão de Lula, Almeida publicou nova nota em que informou ter pedido para ser demitido "a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência".

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    CCJ irá debater anistia para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro www.brasildefato.com.br

    A próxima sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados deverá debater o projeto de lei que trata da anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Conhecido como "PL da Anistia", o projeto entrou na pauta a pedido da presidente da CCJ, a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC), que definiu esse como o único tema do dia. No Instagram, a deputada bolsonarista escreveu que "há muitas ilegalidades cometidas contra os brasileiros que participaram dos atos de 8 de janeiro". O relator, deputado Rodrigo Valadares (UB-SE), ainda não apresentou o seu parecer. A proposta estava engavetada na CCJ da Câmara desde o fim de 2022, período em que Rui Falcão (PT-SP) esteve na presidência da comissão. Com a chegada da bolsonarista Caroline de Toni no cargo, o tema voltou à pauta. Embora entre em debate na próxima terça, a matéria pode não ser votada, já que os congressistas têm o direito de apresentar pedido de vistas, ou seja, requerer mais tempo para a leitura da proposta. As acusações contra os condenados pelos atos de 8 de janeiro são referentes aos crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Até o momento, as acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) resultaram em 216 condenações.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Anielle Franco diz que vai colaborar com apurações sobre assédio e pede privacidade www.brasildefato.com.br

    A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), rompeu na noite desta sexta-feira (6) o silêncio sobre as acusações de assédio contra o agora ex-ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. Em nota divulgada nas suas redes sociais, Anielle afirma que vai colaborar com as apurações "sempre que acionada", mas pede respeito ao seu "direito à privacidade". Almeida foi demitido nesta sexta-feira após denúncias de assédio sexual contra mulheres – que se mantiveram anônimas – publicadas no portal Metrópoles e no jornal Folha de S.Paulo nesta quinta-feira (5). Ele publicou uma nota afirmando que pediu para ser demitido "a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência". Antes da demissão, o ex-ministro sustentou que as acusações são infundadas e que não há "materialidade" nas denúncias. O nome de Anielle foi apresentado como uma das vítimas ao longo dos últimos dois dias em diversos veículos de imprensa. A própria ministra, no entanto, não confirmou nem negou ser uma das vítimas. No texto divulgado hoje, ela destacou as dificuldades do espaço que ocupa. "Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual", diz a nota. Ela também reconhece a ação do governo e agradeceu as manifestações de solidariedade. "Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula". Confira ao fim do texto a manifestação completa da ministra. O Instituto Marielle Franco, do qual Anielle é cofundadora, também se manifestou na noite desta sexta. Em nota, a instituição diz ter recebido com "consternação" as denúncias de assédio de Silvio Almeida contra Anielle e outras mulheres. "Identificamos que o assédio atravessa a vida política de ativistas, candidatas, eleitas e aquelas no exercício da função pública há gerações, ameaçando o pleno exercício de seus direitos políticos", continua o texto, ressaltando a violência política de gênero existente no país. A nota também demanda uma investigação ágil. "Por isso, exigimos uma apuração célere, transparente, justa e completa sobre todas as denúncias e que se avance na respectiva responsabilização, entendendo que a prática de violência política de gênero e raça fragiliza profundamente a democracia. Reforçamos que a palavra da vítima não deve ser descreditada, já que possui importante valor de prova." Leia o documento completo aqui. ### **Leia a nota da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco:** Hoje eu venho aqui como mulher negra mãe de meninas, filha, irmã, além de Ministra de Estado da Igualdade Racial. Eu conheço na pele os desafios de acessar e permanecer em um espaço de poder para construir um país mais justo e menos desigual. Desde 2018, dedico minha vida para que todas as mulheres e pessoas negras possam estar em qualquer lugar sem serem interrompidas. Não é aceitável relativizar ou diminuir episódios de violência. Reconhecer a gravidade dessa prática e agir imediatamente é o procedimento correto, por isso ressalto a ação contundente do presidente Lula e agradeço a todas as manifestações de apoio e solidariedade que recebi. Tentativas de culpabilizar, desqualificar, constranger, ou pressionar vítimas a falar em momentos de dor e vulnerabilidade também não cabem, pois só alimentam o ciclo de violência. Peço que respeitem meu espaço e meu direito à privacidade. Contribuirei com as apurações, sempre que acionada. Sabemos o quanto mulheres e meninas sofrem todos os dias com assédios em seus trabalhos, nos transportes, nas escolas dentro de casa. E posso afirmar até aqui, que o enfrentamento a toda e qualquer prática de violência é um compromisso permanente deste governo. Sigo firme nos passos que me trouxeram até aqui, confiante nos valores que me movem e na minha missão de trabalhar por um Brasil justo e seguro pra todas as pessoas. ### **Leia a nota de Silvio Almeida após a demissão:** Nesta sexta-feira (6), em conversa com o Presidente Lula, pedi para que ele me demitisse a fim de conceder liberdade e isenção às apurações, que deverão ser realizadas com o rigor necessário e que possam respaldar e acolher toda e qualquer vítima de violência. Será uma oportunidade para que eu prove a minha inocência e me reconstrua. Ao longo de 1 ano e 8 meses à frente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, reconstruímos a política de direitos humanos no Brasil. Acumulamos vitórias e conquistas durante essa jornada que jamais serão apagadas. A luta histórica do povo brasileiro e sua libertação são maiores que as aspirações e necessidades individuais. As conquistas civilizatórias percebidas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) correm risco de erosão imediata, o que me obriga a ir ao encontro das lutas pelas quais dediquei minha vida inteira. Não colocarei em risco o progresso alcançado em defesa do povo invisibilizado, vítima de um massacre ininterrupto, pobre, favelado e à margem do processo civilizatório. A segurança e proteção da mulher, sua emancipação e a valorização das suas subjetividades são a força motriz e a potência reformadora e proeminente que o país precisa. É preciso combater a violência sexual fortalecendo estratégias compromissadas com um amplo espectro de proteção às vítimas. Critérios de averiguação, meios e modos de apurações transparentes, submetidos a controle social e com efetiva participação do sistema de justiça serão a chave para efetivar políticas de proteção à violência estimulada por padrões heteronormativos. Em razão da minha luta e dos compromissos que permeiam minha trajetória, declaro que incentivarei indistintamente a realização de criteriosas investigações. Os esforços empreendidos para que tenhamos um país mais justo e igualitário são frutos de lutas coletivas e não podem sucumbir a desejos individuais. Sou o maior interessado em provar a minha inocência. Que os fatos sejam postos para que eu possa me defender dentro do processo legal.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    'Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo, mas tem o direito de se defender', diz Lula em meio a denúncias contra Silvio Almeida www.brasildefato.com.br

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, na manhã desta sexta-feira (6), que não vai manter no governo "alguém que pratica assédio". A declaração foi em resposta às acusações de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida. Ele é alvo de uma denúncia coletiva de mulheres confirmada pela ONG Me Too, nesta quinta-feira (5). “Nós vamos ter que apurar corretamente. Não é possível a continuidade no governo, porque o governo não vai fazer jus ao seu discurso, à sua defesa das mulheres, com alguém que esteja sendo acusado de assédio. Vou conversar com os meus ministros e minhas ministras, com o Silvio e com a Anielle [Franco, ministra da Igualdade Racial], e vou tomar a decisão”, afirmou Lula em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia (GO). O ministro nega as acusações. Em nota divulgada na quinta-feira, Almeida informou que encaminhou ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e à Procuradoria-Geral da República para que o caso seja apurado. Em outro trecho da entrevista concedida nesta sexta, Lula disse que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, mas que é preciso permitir o direito à defesa e à presunção de inocência. "Ele tem o direito de se defender. Nós vamos colocar Polícia Federal, Ministério Público e Comissão de Ética da Presidência da República para investigar", afirmou o presidente. Segundo a Me Too, Almeida teria assediado um grupo de mulheres. O site Metrópoles e o jornal Folha de São Paulo afirmam que entre as vítimas estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco. Até o fechamento desta matéria, a ministra ainda não havia se manifestado sobre o caso. Lula irá se encontrar com Anielle Franco e Silvio Almeida na tarde desta sexta-feira, quando deve confirmar à dupla a sua decisão. ### **Confira a íntegra da nota do ministro Silvio Almeida:** Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro. Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso. As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias. Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício. ### **Confira a nota do Me Too na íntegra:** A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico. Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa. Vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores são figuras poderosas ou influentes, frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas. Devido a isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado. A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política. Denunciar um agressor em posição de poder ajuda a quebrar o ciclo de impunidade que muitas vezes os protege. A denúncia pública expõe comportamentos abusivos que, por vezes, são acobertados por instituições ou redes de influência. Além disso, a exposição de um suposto agressor poderoso pode encorajar outras vítimas a romperem o silêncio. Em muitos casos, o abuso não ocorre isoladamente, e a denúncia pode abrir caminho para que outras pessoas também busquem justiça. Para o Me Too Brasil, todas as vítimas são tratadas com o mesmo respeito, neutralidade e imparcialidade, com uma abordagem baseada nos traumas das vítimas. Da mesma forma, tratamos os agressores, independentemente de sua posição, seja um trabalhador ou um ministro.

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    Notícias NoahLoren 2 weeks ago 100%
    Silvio Almeida é acusado de assediar Anielle Franco e outras mulheres, diz site; ministro nega acusações www.brasildefato.com.br

    O site Metrópoles revelou, nesta quinta-feira (5), que Silvio Almeida, ministro dos Direitos Humanos, foi denunciado à organização Me Too Brasil por supostos episódios de assédio sexual contra mulheres. Entre elas, estaria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT). O Metrópoles informou que procurou Silvio Almeida e Anielle Franco. Ambos não se manifestaram sobre as acusações. O Me Too não confirmou se a ministra da Igualdade Racial é uma das vítimas (ver nota no final da matéria), uma vez que as denúncias recebidas pela organização são protegidas pelo anonimato. Em nota, o ministro repudiou com veemência as acusações (leia a íntegra no final do texto). "Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro", diz a nota. Almeida disse ainda que as acusações falsas "receberação a devida responsabilização". "As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias", afirmou. Ainda de acordo com o Metrópoles, os episódios de assédio contra a ministra ocorreram durante o ano de 2023 e são de conhecimento de diversos ministros e assessores na Esplanada dos Ministérios, além de parlamentares. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda não se manifestou sobre as denúncias. ### **O silêncio da ministra** De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Anielle Franco relatou os casos de assédio a "diversos integrantes do governo". Ainda segundo o periódico paulista, a ministra não queria que o caso prejudicasse o governo Lula. A Folha afirma, ainda, que pessoas próximas a Silvio Almeida passaram os últimos dias desmentindo as acusações de assédio sexual e afirmam que o ministro é perseguido por membros do governo federal, que teriam a intenção de derrubá-lo do cargo. ### **Resposta** Em suas redes sociais, o Instituto Luiz Gama, fundado e presidido por Silvio Almeida, afirmou que "se alguém tinha dúvida, agora não há mais. Há um movimento organizado por meio de mentiras para derrubar Silvio Almeida e tirá-lo a força do jogo político. Muitas pessoas mesquinhas e racistas não querem um ministro negro." ### **Confira a nota do Me Too na íntegra:** A organização de defesa das mulheres vítimas de violência sexual, Me Too Brasil, confirma, com o consentimento das vítimas, que recebeu denúncias de assédio sexual contra o ministro Silvio Almeida, dos Direitos Humanos. Elas foram atendidas por meio dos canais de atendimento da organização e receberam acolhimento psicológico e jurídico. Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa. Vítimas de violência sexual, especialmente quando os agressores são figuras poderosas ou influentes, frequentemente enfrentam obstáculos para obter apoio e ter suas vozes ouvidas. Devido a isso, o Me Too Brasil desempenha um papel crucial ao oferecer suporte incondicional às vítimas, mesmo que isso envolva enfrentar grandes forças e influências associadas ao poder do acusado. A denúncia é o primeiro passo para responsabilizar judicialmente um agressor, demonstrando que ninguém está acima da lei, independentemente de sua posição social, econômica ou política. Denunciar um agressor em posição de poder ajuda a quebrar o ciclo de impunidade que muitas vezes os protege. A denúncia pública expõe comportamentos abusivos que, por vezes, são acobertados por instituições ou redes de influência. Além disso, a exposição de um suposto agressor poderoso pode encorajar outras vítimas a romperem o silêncio. Em muitos casos, o abuso não ocorre isoladamente, e a denúncia pode abrir caminho para que outras pessoas também busquem justiça. Para o Me Too Brasil, todas as vítimas são tratadas com o mesmo respeito, neutralidade e imparcialidade, com uma abordagem baseada nos traumas das vítimas. Da mesma forma, tratamos os agressores, independentemente de sua posição, seja um trabalhador ou um ministro. ### **Confira a íntegra da nota do ministro Silvio Almeida:** Repudio com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim. Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país. Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. Confesso que é muito triste viver tudo isso, dói na alma. Mais uma vez, há um grupo querendo apagar e diminuir as nossas existências, imputando a mim condutas que eles praticam. Com isso, perde o Brasil, perde a pauta de direitos humanos, perde a igualdade racial e perde o povo brasileiro. Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas. Encaminharei ofícios para Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e Segurança Pública e Procuradoria-Geral da República para que façam uma apuração cuidadosa do caso. As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram “denunciação caluniosa”. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias. Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização. Sempre lutarei pela verdadeira emancipação da mulher, e vou continuar lutando pelo futuro delas. Falsos defensores do povo querem tirar aquele que o representa. Estão tentando apagar a minha história com o meu sacrifício.

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    Notícias NoahLoren 3 weeks ago 75%
    Em maior ataque à Cisjordânia em 22 anos, Israel bloqueia hospitais enquanto alveja palestinos - Diálogos do Sul Global dialogosdosul.operamundi.uol.com.br

    Israel lançou uma grande ofensiva militar na Cisjordânia ocupada na quarta-feira (28), atacando pelo menos três cidades por terra e ar. Ataques de drones atingiram Jenin, Tulkarm e Tubas enquanto **tropas abriam fogo contra palestinos no solo**, matando pelo menos nove pessoas, incluindo sete em Tubas e duas em Jenin, de acordo com o Ministério da Saúde palestino. O ataque começou logo após a meia-noite no horário local, depois que soldados israelenses disfarçados entraram no campo de refugiados de Jenin e no campo de refugiados de Nur Shams, em Tulkarm. Em Tubas, tropas israelenses chegaram em helicópteros militares e lideraram o ataque, particularmente no campo de refugiados de Far’a, de acordo com a mídia israelense e palestina. Um grande número de forças israelenses então **invadiu os campos e sitiou hospitais**, impedindo que os paramédicos chegassem até eles, de acordo com testemunhas oculares e a Sociedade do Crescente Vermelho Palestino. Um oficial de ambulância da cidade disse ao Middle East Eye que as forças israelenses invadiram uma estação de ambulância no campo de refugiados de Far’a e mantiveram os paramédicos do lado de fora por um breve período. Adnan Ghoneimi disse que soldados israelenses forçaram equipes médicas a deixar a estação e as alinharam contra uma parede enquanto faziam buscas nas instalações. Ele acrescentou que os paramédicos da cidade foram impedidos de chegar ao acampamento desde que a operação começou à meia-noite. **Um cerco foi imposto às três cidades** — Jenin, Tulkarm e Tubas — no norte da Cisjordânia, isolando-as do resto do território palestino. Shatha Sabagh, moradora do campo de Jenin, descreveu o ataque como o maior que ela viu em anos. “O número de veículos militares invadindo Jenin é muito grande”, ela disse ao MEE. > “Os três principais hospitais estão sitiados e todas as ruas que levam à cidade estão fechadas com barreiras de terra. Não testemunhamos uma incursão tão extensa há muito tempo, e parece que continuará por vários dias.” “A situação no campo [de al-Far’a] é catastrófica e a incursão é a maior que já viu” – Khaled Sobh, morador de Tubas Soldados israelenses se posicionaram em vários prédios da cidade e posicionaram atiradores nos telhados, atirando em qualquer um que se movesse na frente deles, ela acrescentou. Enquanto isso, a cidade foi paralisada, com trabalhadores e estudantes forçados a permanecerem em ambientes fechados. Os moradores também não conseguiram enterrar os mortos no ataque até agora em meio ao cerco apertado imposto pelos militares, de acordo com Sabagh. Khaled Sobh, do campo de Far’a, descreveu uma cena semelhante ali: “A situação no campo é catastrófica e a incursão é a maior já vista”, disse ao MEE. “Ambulâncias estão proibidas de circular. Os feridos foram contrabandeados para hospitais por causa de todos esses fechamentos”. De acordo com Sobh, as forças israelenses estavam “brutalmente” invadindo casas e usando moradores como escudos humanos. Ele disse que pelo menos uma família foi usada como cobertura para soldados quando eles se mudaram para o telhado de sua casa para se instalarem lá. Ghoneimi confirmou que um drone israelense bombardeou o acampamento ao amanhecer, matando quatro pessoas. As equipes de ambulância conseguiram chegar à área horas depois e ficaram chocadas com o impacto do ataque. No campo de Nur Shams, perto de Tulkarm, a testemunha ocular Bayan Mansour disse que os soldados começaram a aterrorizar os moradores e a sitiar os dois principais hospitais assim que chegaram, depois da meia-noite. “O ataque e a movimentação de veículos e soldados provam que eles estão se preparando para ficar por um longo período de tempo”, disse Mansour ao MEE. “Os confrontos não diminuíram e ouvimos sons de artefatos explosivos explodindo algumas vezes”, acrescentou ela. **Um grande número de escavadeiras militares foi relatado em todas as três cidades, destruindo estradas e infraestrutura crítica de eletricidade e água.** ### **Maior ataque desde a Segunda Intifada** O exército israelense disse que estava realizando uma grande operação “antiterrorista” em Jenin e Tulkarm, sem dar mais detalhes. Fontes militares disseram ao Times of Israel que o ataque pode durar vários dias. O Canal 12 de Israel disse que quatro batalhões estão envolvidos na ofensiva, incluindo tropas terrestres e a força aérea. Enquanto isso, a emissora pública Kan News informou que o ataque é o maior conduzido pelos militares israelenses desde o ataque “Escudo Defensivo” de 2002, no auge da Segunda Intifada. Pouco depois do início do ataque, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, pediu a “evacuação temporária” dos palestinos de partes da Cisjordânia ocupada. Katz disse que os militares estavam trabalhando “intensivamente” nos campos de refugiados em Jenin e Tulkarm para “frustrar as infraestruturas terroristas islâmicas-iranianas” que ele alega existirem lá. “Devemos lidar com a ameaça da mesma forma que lidamos com a infraestrutura terrorista em Gaza, incluindo a evacuação temporária de moradores palestinos”, acrescentou Katz. “Esta é uma guerra por tudo e precisamos vencê-la.” Enquanto isso, grupos armados palestinos nas cidades-alvo, incluindo os capítulos locais do Hamas, Jihad Islâmica e Fatah, disseram que seus membros estavam confrontando os militares israelenses, incluindo a detonação de dispositivos explosivos contra as tropas. O meio de comunicação Israel Hayom descreveu os combates nos campos entre soldados e palestinos como “pesados e difíceis”. O ramo Tulkarm da Jihad Islâmica assumiu a responsabilidade por um ataque a uma escavadeira militar israelense usando uma bomba na estrada. Imagens da mídia local mostraram forças israelenses evacuando uma escavadeira danificada da cidade. A Jihad Islâmica também alegou ter atingido atiradores em Tulkarm durante uma troca de tiros e disse que seus combatentes derrubaram um drone israelense. Não houve relatos imediatos de vítimas israelenses. ### **Hospitais sitiados** O Hospital Governamental de Jenin, também conhecido como Hospital Khalil Suleiman, seguiu sob cerco israelense quase 12 horas após a cidade da Cisjordânia ter sido invadida, disse o diretor do hospital ao MEE. O Dr. Wissam Abu Bakr disse que veículos militares israelenses cercam o hospital, impedindo que as pessoas entrem e saiam livremente. “Ambulâncias que transportaram várias vítimas da cidade foram submetidas a uma inspeção cuidadosa ao tentarem entrar no hospital, enquanto soldados revistavam os cartões de identidade de alguns dos que estavam presos no hospital antes de permitir que saíssem depois de várias horas”, disse Abu Bakr. “Um dos mártires estava sem crânio, ombros ou cérebro, como se tivesse derretido durante o bombardeio” – Adnan Ghoneimi, oficial de ambulância Unidades de atiradores de elite também são posicionadas em prédios adjacentes e com vista para o hospital, ele acrescentou, restringindo a movimentação dos moradores. No campo de Far’a, Ghoneimi disse que, devido ao fechamento das estradas que levam ao campo, os paramédicos foram forçados a pegar uma estrada esburacada para transportar os mortos e feridos. Alguns moradores foram forçados a cortar árvores perto de suas casas para permitir que ambulâncias passassem pelos becos estreitos. Sempre que equipes médicas tentavam chegar às entradas do campo, eram ameaçadas pelos soldados de atirar neles, disse Ghoneimi. “Se recebemos qualquer chamada sobre casos de emergência dentro do acampamento, os paramédicos tentam lidar com eles no campo, e se eles precisam de transporte para o hospital, a ambulância tenta chegar lá por estradas de terra acidentadas que demoram mais para passar.” Ghoneimi disse ao MEE que o bombardeio do campo foi o “bombardeio aéreo mais violento” que ele já havia vivenciado.

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    Notícias NoahLoren 3 weeks ago 90%
    Ex-refém israelense nega relatos e diz que foi ferida por Israel, não pelo Hamas - Opera Mundi operamundi.uol.com.br

    A ex-refém israelense Noa Argamani negou relatos sugerindo que ela havia sido espancada e teve seu cabelo cortado enquanto estava detida em Gaza após a ofensiva do grupo palestino Hamas. Em uma postagem no Instagram, na sexta-feira (23/08), disse que seus ferimentos foram causados ​​por um ataque aéreo israelense durante uma operação de resgate, não por um ataque do Hamas. “Não posso ignorar o que tem acontecido na mídia aqui nas últimas 24 horas, as coisas estão fora de contexto”, afirmou. Isso ocorreu após Argamani participar de uma reunião com diplomatas dos países do G7 em Tóquio. Na reunião, ela deu detalhes do que ocorreu após ter sido feita refém na incursão de 7 de outubro. Porém, segundo a postagem, algumas de suas faças foram citadas incorretamente e tiradas de contextos. “Eles [membros do Hamas] não me espancaram e não cortaram meu cabelo. Eu estava em um prédio [em Gaza)] que foi explodido pela Força Aérea [israelense], disse, afirmando que suas palavras reais foram as seguintes: “neste fim de semana, depois do tiroteio, como eu disse, tive cortes por toda a cabeça e bati meu corpo todo”. Argamani acrescentou, referindo-se ao início das hostilidades no ano passado: “como vítima do 7 de outubro, não permitirei que a mídia me torne uma vítima novamente.” No dia 8 de junho, o Exército israelense conseguiu libertar quatro prisioneiros, incluindo Argamani, em uma operação especial no Campo de Refugiados de Nuseirat, no centro de Gaza. Além dela, Almog Meir Jan, Andrey Kozlov e Shlomi Ziv também foram resgatados. Tal operação de resgate terminou com saldo de 274 mortos do lado palestino, incluindo crianças, mulheres e idosos.

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    Notícias NoahLoren 3 weeks ago 100%
    Fotos de crimes de guerra dos EUA no Iraque vêm à tona após 19 anos - Diálogos do Sul Global dialogosdosul.operamundi.uol.com.br

    Em um relatório de investigação publicado na terça-feira, o jornal norte-americano The New Yorker revelou o que as pessoas no Iraque haviam sofrido na própria pele as atrocidades, mas que o complexo militar-industrial dos EUA tentou desesperadamente ocultar a verdade durante 19 anos. Em 19 de novembro de 2005, na província ocidental iraquiana de Al-Anbar, os fuzileiros navais americanos estacionados na cidade de Haditha foram de casa em casa executando pelo menos duas dezenas de civis a sangue-frio. Naquele momento, as testemunhas oculares e sobreviventes disseram que a vítima mais jovem era uma menina de três anos e que não houve piedade com crianças, mulheres ou homens, que receberam tiros à queima-roupa. Antes da execução em massa, quatro estudantes que viajavam em um táxi foram obrigados a sair de seu veículo e assassinados a tiros junto com seu motorista. Foi necessário um relatório da revista Time para que o exército dos EUA abrisse uma investigação alguns anos após o incidente, mas todas as acusações contra os fuzileiros navais foram rapidamente retiradas porque o massacre foi um crime de guerra e poderia ter manchado ainda mais a imagem das forças de ocupação americanas. No entanto, todas as acusações contra os fuzileiros navais foram rapidamente retiradas porque o brutal episódio teria constituído um crime de guerra e, portanto, teria manchado ainda mais a imagem já desgastada das forças de ocupação americanas. Quase 19 anos depois, as fotografias vazadas publicadas pelo The New Yorker mostram os pais tentando proteger seus filhos. Famílias inteiras e seus bebês foram brutalmente assassinados e depois fotografados pelas forças de ocupação por prazer sádico. Se essas fotos não tivessem sido vazadas, essa história não teria recebido a cobertura da mídia que tem agora, e a pergunta continua sendo se os fuzileiros navais americanos envolvidos nesse crime de guerra diabólico serão julgados. Embora, todos saibamos a resposta. Quando se trata de Iraque e da ocupação militar americana do país árabe, a narrativa de Washington sempre foi “algumas maçãs podres”. A câmara de tortura que os Estados Unidos usam contra os detidos iraquianos na tristemente célebre prisão de Abu Ghraib não mudou nem antes, nem depois do ditador iraquiano Saddam Hussein: “Algumas maçãs podres”. Os soldados do Exército americano estupraram em grupo Abeer al-Janabi, de 14 anos, e depois a assassinaram junto com seus pais, que tentaram impedir o abuso sexual de sua filha, mas foram arrastados para um quarto adjacente e tiveram seus membros quebrados antes de serem executados. A irmã de seis anos de Abeer também foi assassinada sem piedade. Esse crime de guerra ocorreu em 12 de março de 2006 em al-Mahmudiyah, ao sul da capital Bagdá, onde um dos estupradores descreveu o terror como “atroz”. Uma investigação americana, que só foi realizada graças ao fato de que a Polícia iraquiana chegou ao local e causou certo barulho, concluiu que Abeer e sua família foram assassinados por iraquianos. Um assunto interno. Somente depois que provas esmagadoras foram obtidas, a cobertura militar americana deteriorou-se gradualmente e os perpetradores foram processados, mas, é claro, os soldados americanos eram apenas “algumas maçãs podres”. Os iraquianos perguntam quantas maçãs podres houve durante a ocupação americana de seu país? Porque parece mais sistemático do que casos aleatórios de crimes de guerra. Se for assim, por que os altos comandantes do Exército americano não se sentam diante de um júri? Durante a primeira fase da ocupação americana de Iraque de 2003 a 2011, a organização internacional Human Rights Watch (HRW) documentou que as forças americanas estavam envolvidas em “violações generalizadas, incluindo ataques indiscriminados que mataram e feriram civis, transferências clandestinas de detidos, desaparecimentos forçados, tortura e outros casos cruéis de tratamentos desumanos ou degradantes”. Também informaram que os ex-prisioneiros foram submetidos a inúmeros abusos nos centros de detenção, incluindo “privação de sono, nudez forçada, privação de água e comida adequadas, simulações de execução e ameaças de agressão sexual”. Enquanto os iraquianos continuam sendo perseguidos pelo terrorismo de Estado que lhes foi imposto, os EUA contribuíram para uma nova onda de atrocidades em Gaza contra mulheres e crianças palestinas como resultado de suas atrocidades maciças passadas. Segundo o Ministério da Saúde palestino, o número de mortos pela guerra genocida ultrapassou os 40.500, a maioria dos quais (69%) são crianças e mulheres. Milhares mais estão presos sob os escombros. E tudo isso é possível devido ao apoio direto do complexo militar-industrial americano. O regime de Tel Aviv aprendeu uma lição com a invasão americana de Iraque, e certamente não foi como conduzir uma guerra urbana. Desde 7 de outubro, os israelenses bombardearam cada centímetro de Gaza com armas fabricadas nos Estados Unidos e proibiram a entrada de repórteres de guerra destacados no território sitiado por uma razão importante. O regime de Tel Aviv afirma que isso é pela “segurança dos jornalistas”, mas essa decisão é para os jornalistas e sempre esteve na história das guerras em todo o mundo. Os jornalistas independentes ocidentais insistem em entrar nas áreas sitiadas, mas, na prática, isso lhes é proibido. Isso significa que a narrativa que o mundo ocidental ouve sobre Gaza é simplesmente a narrativa americano-israelense. No entanto, graças às plataformas de redes sociais, as audiências globais estão tendo um vislumbre dos crimes de guerra patrocinados pelos Estados Unidos em Gaza. E essa pequena visão provocou que milhões de pessoas protestassem nas ruas em manifestações pró-palestinas em todo o mundo. As atrocidades cometidas em Gaza, com a ajuda e apoio dos Estados Unidos, são semelhantes, senão muito piores, do que as de Iraque, levando em consideração o tamanho e a população da faixa bloqueada. Crianças foram alvejadas à queima-roupa, escolas da ONU para deslocados foram bombardeadas, chegaram bebês decapitados a hospitais abandonados e uma lista interminável de crimes de guerra. Outros casos, como as prisões em massa de civis, incluindo médicos e enfermeiras arrastados de hospitais, despidos e levados a centros de detenção militar para serem torturados e estuprados, receberam pouca cobertura. Esses casos estão documentados, mas ocultos das câmeras, então é possível que nunca se revele a verdadeira extensão do assassinato, tortura, detenção, abuso ou estupro. Da mesma forma, nunca saberemos a verdadeira extensão dos crimes de guerra americanos no Iraque.

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    Notícias NoahLoren 3 weeks ago 100%
    Honduras: Xiomara Castro denuncia tentativa de golpe contra seu governo - Opera Mundi operamundi.uol.com.br

    A presidente das Honduras denunciou nesta quinta-feira (29/08) a tentativa de um golpe de Estado contra seu governo, através de uma ação para criar uma cisão dentro das Forças Armadas do país. “Quero dizer-lhes que está sendo traçado um plano contra o nosso governo, ontem atacaram o comandante-chefe das Forças Armadas e o Ministro da Defesa do nosso país”, afirmou Xiomara, em uma declaração pública. A mandatária recordou o país enfrentou golpes de Estado recentes, como o realizado em 2009 contra o então presidente Manuel Zelaya (2006-2009), seu marido. “Já vivemos um golpe de Estado e sabemos o que isso significa, e sabemos que isso traz violência, exílio, perseguição e violações aos direitos humanos”, ressaltou a presidente. Embaixadora dos Estados Unidos Horas antes, nesta mesma quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores de Honduras, Enrique Reina, afirmou em entrevista ao canal de televisão local Televicentro, que a inteligência do país detectou uma tentativa de golpe militar planejada pela embaixadora dos Estados Unidos em Tegucigalpa, Laura Dogu. **Presidência de Honduras** Xiomara Castro afirmou que tentativa de golpe se basearia em ação para provocar divisão nas forças armadas do país Segundo Reina, Dogu estaria articulando uma ação para dividir as forças armadas hondurenhas, oferecendo apoio a um grupo em troca de liderar uma insurreição contra o atual comandante-chefe da instituição, Rossvelt Hernández, leal à presidente Xiomara Castro. A operação teria sido iniciada por Dogu através de uma declaração na qual afirmou que as agências norte-americanas teriam informação de que Hernández teria um suposto vínculo com cartéis de droga que operam na América Central. A diplomata não apresentou evidências de tais denúncias, mas teria se encontrado com oficiais militares que estariam dispostos a organizar uma revolta dentro da instituição militar para desconhecer a autoridade de Hernández. O comentário da embaixadora também provocou um debate sobre o tratado de extradição entre Honduras e os Estados Unidos. O chanceler Reina afirmou que o acordo poderia ser utilizado pelos Estados Unidos para requerer a extradição de Roosevelt Hernández ou do ministro da Defesa, José Manuel Zelaya, filho da atual presidente e do ex-presidente Manuel Zelaya.

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    Notícias NoahLoren 3 weeks ago 100%
    Chile: encontro do Comando Sul gera polêmica após neta de Allende posar com militares norte-americanos - Opera Mundi operamundi.uol.com.br

    Os chefes militares do Comando Sul dos Estados Unidos realizaram nesta quinta-feira (29/08), em Santiago do Chile, a Conferência de Defesa Sul-Americana. O evento, segundo mensagem publicada pelo próprio Comando Sul em suas redes sociais, serviu para “ressalta as parcerias de defesa de longa data que são fundamentais para a segurança na América do Sul e no Hemisfério Ocidental”. No entanto, o encontro foi marcado por uma foto que mostra a ministra da Defesa do Chile, Maya Fernández Allende, cercada pelos altos comandantes das Forças Armadas dos Estados Unidos: o general chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, Charles Brown Jr, e a chefe do Comando Sul, Laura Richardson. > Appreciated the opportunity to provide remarks at the Annual @southcom South American Defense Conference in Santiago, Chile. I met with many of my SOUTHCOM counterparts to discuss defense modernization & strengthening our interoperability and readiness in the region. #SOUTHDEC24 pic.twitter.com/RM9DGZnhnX > > — General CQ Brown, Jr. (@GenCQBrownJr) August 28, 2024 A polêmica em torno à imagem se dá pelo fato de que Maya é neta de Salvador Allende, presidente do Chile que sofreu um golpe de Estado em 1973 que foi apoiado financeira e militarmente pelos Estados Unidos. **Comando Sul dos EUA** A derrubada de Allende (1970-1973), ocorrida há quase 51 anos, incluiu o envolvimento do próprio Comando Sul não só nas ações do bombardeio ao Palácio de La Moneda, que terminou com a morte do presidente socialista e a consolidação do golpe, como também na repressão aos opositores do regime liderado pelo ditador Augusto Pinochet (1973-1990). Em suas redes sociais, o Comando Sul destacou ter assinado, durante esta semana, acordos com autoridades militares do Chile, do Equador e da Argentina, três dos país que enviaram representantes para o encontro na capital chilena. Também através das suas redes sociais, o general chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, Charles Brown Jr, afirmou ter participado do encontro para discutir “a modernização da defesa e o fortalecimento da nossa interoperabilidade e prontidão na região” da América do Sul.

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    batepapo Bate-Papo Para vocês que têm dois aparelhos de telefone, por que os adquiriram ? O que usam em cada um ?
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  • NoahLoren NoahLoren 2 months ago 100%

    Não. Mas muito obrigado pela dica. ;)

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  • batepapo Bate-Papo Para vocês que têm dois aparelhos de telefone, por que os adquiriram ? O que usam em cada um ?
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  • NoahLoren NoahLoren 2 months ago 100%

    Tenho um tablet celular que pertencia a minha irmã mais velha. E um smartphone que ganhei esse ano.

    Meu tablet é velho e não funciona corretamente. Eu uso ele apenas para acessar alguns sites.

    Não vi nenhum sentido em abandonar um dispositivo velho que ainda funciona para acessar o YouTube e fazer pesquisas que são as principais coisas para as quais utilizo a internet.

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  • noticias Notícias Ataque de Netanyahu a campo de refugiados mata 90 palestinos e deixa 300 feridos - Hora do Povo
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  • NoahLoren NoahLoren 2 months ago 100%

    Li essa notícia também.

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  • batepapo Bate-Papo Reconstruindo a bandeira no Canvas
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  • NoahLoren NoahLoren 2 months ago 100%

    Star Trek e My Little Pony.

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  • batepapo Bate-Papo Brasil vs VOID
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  • NoahLoren NoahLoren 2 months ago 100%

    A bandeira da Coreia do Sul lá embaixo.

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  • noticias Notícias TRF-3 paga aula de etiqueta para ensinar juízes a usar talheres
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Eles realmente precisam desse conhecimento para quando forem jantar com aquela gente que gosta de convidar eles para darem palestras do exterior - eu preciso realmente avisar que isso é uma piada? Aqui ponto nós chegamos!

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  • 196 196 Chefe: “Fica tranquilo”
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Eu entendi "quero que se enforquem mais".

    *Descendo da escada com a corda na mão.

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  • foss Software Livre Qual o melhor client Matrix para smartphone e por que?
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Fluffy Chat.

    Talvez não seja o melhor client Matrix.

    Mas foi o que mais funcionou para mim.

    Gosto da interface simples.

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  • internet Internet O site do PROCON RJ não usa criptografia!
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Eu vivo perigosamente sem o meu consentimento.

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  • noticias Notícias Ex-CEO da Americanas acusado de fraude é preso em Madri
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Eu fico muito triste com uma notícia. Eu fico muito triste! (・ω・)b♪

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  • noticias Notícias Juiz de Joinville (SC) decreta a prisão do deputado federal Zé Trovão (PL)
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Não basta o cara ter nome de cantor de música sertaneja ele ainda por cima não paga a pensão alimentícia.

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  • noticias Notícias Projeto de lei de SP que prevê multa para doações de comida é suspenso
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Finalmente uma boa notícia.

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  • jogos Jogos Best Moments From Excel Esports Battles
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Realmente, fazer planilha no Exel é uma arte, um esporte e uma ciência.

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  • batepapo Bate-Papo Vocês usam o Lemmy para fazer o quê?
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Legal. :)

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  • noticias Notícias País cria um milhão de empregos formais entre janeiro e maio
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Quem disse que baixa do desemprego é uma melhora para a economia no capitalismo?

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  • batepapo Bate-Papo Vocês usam o Lemmy para fazer o quê?
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Sim, aqui é muito parado. As vezes é meio chato. Espero que isso mude a medida que mais pessoas chegarem aqui. Na língua portuguesa nós já temos 4 instâncias do Lemmy se eu não me engano. As vezes meus posts recebem mais comentários porque eu dou boost do perfil federado no Mastodon. Hahahaha

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  • noticias Notícias "Vovó nazista" de 95 anos é condenada à prisão – DW – 27/06/2024
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Haverbeck, que mora no estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste alemão, já foi condenada várias vezes por incitação ao longo de 20 anos, tendo inclusive cumprido pena de prisão. Ela também já chefiou um centro de treinamento de extremistas de direita, fechado em 2008 sob a acusação de disseminar propaganda nazista.

    Desta vez, o tribunal disse ter considerado a ficha criminal da ré e o fato de ela "ter usado o processo [contra Gröning] para difundir suas visões" , as quais ela reiterou em diversas ocasiões ao longo do julgamento.

    No entanto, Haverbeck só terá que cumprir um ano de cadeia: quatro meses da pena original foram cortados devido à demora na análise do recurso, atribuída à pandemia e a ausências por razões médicas.

    Mas que merda!

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  • linux Linux Brasil Ubunchu! | Um mangá que fala sobre ubuntu e linux, achei muito engraçadinho ;D
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Agora é oficial, já fizeram animes e mangas sobre todos os assuntos possíveis.

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  • noticias Notícias Brasileiros nos EUA: os influenciadores que fazem sucesso mostrando o que americanos jogam fora - BBC News Brasil
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    É uma sociedade muito consumista, na qual existe um incentivo para substituir objetos que poderiam ser facilmente restaurados - me disseram, não sei se é verdade.

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  • rpg RPG Não é um passeio no parque. #JIP #DungeonTrash #humor
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Ficou ótimo. Parabéns pelo excelente trabalho.

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  • rpg RPG Não é um passeio no parque. #JIP #DungeonTrash #humor
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Sim, ele disse isso, eu estava lá. Eu era o ladino.

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  • politica Política 33% dos brasileiros afirmam ser 'positivo' governo de leis religiosas
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Tem razão. As mesmas pessoas que têm medo de que o Brasil vire uma ditadura são capazes de dizer que a época do regime civico-militar era boa.

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  • politica Política 33% dos brasileiros afirmam ser 'positivo' governo de leis religiosas
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  • NoahLoren NoahLoren 3 months ago 100%

    Pra mim se uma Igreja tem filiais ela é uma empresa e não um templo.

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